Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Descontente...

Hoje o Afonsinho dormiu melhor e só acordou às 6h30, colocámos-o no tapete a brincar e voltou a adormecer e só acordou às 9h.

Já chegámos tarde à escola e os amiguinhos estavam a ver uns livros sobre o corpo humano.
A C., quando viu o Afonsinho, correu de imediato para o abraçar. A semana passada chamava-lhe o nome de outro coleguinha, hoje era "papá".
Fui buscá-lo às 15h40 e para grande espanto, estava novamente no berçário. Desta vez não fui nada meiga e quando a P. me disse que ele estava na outra sala, perguntei-lhe de imediato: Porquê? Ela respondeu-me que tinha acordado cedo e que ainda não tinham indo buscá-lo. Disse-lhe que parecia que me tinha que zangar e voltei-lhe as costas, não percebendo o que ela me respondeu.

No berçário e contrariamente ao que sempre pensei, estava, uma vez mais, muito bem com a S., que tal como na semana passada lhe estava a ler um livro e me disse que ele tinha estado muito bem disposto e que estava farto de se rir. Agradeci-lhe e vi-me embora, furiosa, triste e com uma grande neura.

Não quero ser ingrata, porque é óbvio, que o Afonsinho é muito bem tratado e procuram fazer sempre o que é mais indicado.

Neste horário a P. não está, porque vem do almoço às 15h e a educadora também não, sendo a sesta assegurada pela A., que também é excelente e muito preocupada com o Afonsinho, tanto que na passada quinta-feira, foi ela que lhe deu o almoço e mesmo com a birra que o Afonsinho fez, não desistiu e conseguiu dar-lhe o almoço todo.

Neste momento fazemos um enorme esforço financeiro (pagando o dobro do valor) para que ele fica na escolinha e faça as mesmas rotinas que os amiguinhos. Actividades, recreio, almoço, sesta e lanche o que só é possível à 2ª e à 4ª feira. Se nestes dias o deixam estar até perto das 16h no berçário, o que é que ele está lá a fazer? Onde estão os coleguinhas, que nem sequer são da idade dele, para brincarem e para o Afonsinho poder conviver com as suas rotinas e poder aprender com eles?

Esta situação não me agrada mesmo nada mas, eu gosto de me colocar no lugar dos outros e até percebo, que seja mais fácil, deixar o Afonsinho no berçário, uma vez que eu tinha dito que o ia buscar mais cedo e assim não interfere na sala.

A questão é: para o Afonsinho estar no berçário, então vou buscá-lo depois do almoço, dorme a sestinha em casa, se não dormir fazemos actividades e depois seguimos para as terapias e libertamos dinheiro que lhe vai proporcionar a possibilidade de fazer mais sessões de osteopatia, que tão importantes se têm revelado.

Vamos com calma e amanhã vou buscá-lo depois do almoço. Vamos estudar todas as opções e decidir pelo que fôr melhor para o Afonsinho.

Sem comentários:

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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