Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Em jeito de diário - dia 57

Ontem voltámos  à Liga, à fisioterapia e à terapia ocupacional.
 
O Afonso esteve muito bem, não reclamou e já não o notámos tão cansado.
 
Hoje, foi dia de voltar à escola, para a festa de Carnaval.
 
Fomos depois da hora do almoço e encontramos os amigos, mascarados, a brincar no recreio, depois a festa continuou na sala, estiveram a dançar, em roda e em comboio e brincaram com serpentinas.
 
Os amigos receberam no muito bem e encheram-no de beijinhos e abraços.
 
O Afonso estava com um ar muito cansado e esteve sempre bastante apático, mesmo quando esteve rodeado de amigos, que lhe lançavam serpentinas, repetidamente, até ficar rodeado de serpentinas por todo o lado, foi a muito custo que lhe conseguimos arracar uns sorrisos, tímidos.
 
O nosso Faísca MacQueen estava, como sempre, muito bonito e engraçado.
 


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Em jeito de diário - dia 54 Regresso às terapias

Continuamos com o nosso trabalho caseiro, ontem foi dia de trabalhar os membros inferiores. O Afonso colaborou e conseguiu estar bastante tempo a trabalhar e depois esteve sentado no tapete. Continua com dificuldades em se equilibrar no lado esquerdo, o que é normal, uma vez que a perna com a tala em extensão lhe provoca desiquilibrio.
 
Hoje de manhã trabalhámos o tronco, controlo de cabeça e membros superiores e depois do almoço, que comeu muitíssimo bem, o prato ficou limpinho e deliciou-se com a sobremesa morangos com banana, fomos para a Liga para o regresso às terapias.
 
Começou com terapia ocupacional e esteve no seu ambiente favorito, dentro do barril, por volta dos  trinta minutos de sessão começou a ficar desconfortável e a reclamar, já estava cansado mas depois de um bocadinho de mimo e umas voltinhas ao colo do irmão voltou já com outra disposição e continuou a trabalhar.
Depois esteve na fisioterapia, fez mobilização, esteve sentado, trabalhou o controlo de tronco e cabeça. Esteve bastante bem, reclamando aqui e ali mas conseguimos desenvolver algum trabalho produtivo. A fisioterapeuta achou-o bastante bem, com as amplitudes mantidas, alguma perda, ainda que ligeira de controlo de cabeça e do equilíbrio na cintura escapular e pescoço, que são provenientes da falta de estabilidade pélvica, provocada pela tala na perna. Situações ligeiras e esperadas devido à imobilização e à falta de terapias.
 
Todos concordámos que foram sessões positivas e produtivas e na quinta feira continuamos.


Dobrar roupa...

 

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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