O Afonsinho começou esta semana a dormir a noite toda.
Tal como outras batalhas também esta foi dura e penosa, com noites de verdadeiro desespero mas, tal como noutras batalhas, também nesta tinha que ser o Afonsinho a estabelecer o seu ritmo e o seu tempo.
Já tivemos longas e duras batalhas, como na alimentação, no standing, dias inteiros de irritabilidade e ainda temos tantas para vencer, como a cadeira mas, sabemos e acreditamos que todas as seu devido tempo irão ser vencidas e as dificuldades ultrapassadas.
Neste novo ciclo, quando o Afonsinho aceitou (conseguiu) ficar acordado até às dez da noite, tomar o seu baninho, comer a papa e adormecer, de imediato percebi, logo na primeira noite, que tínhamos ultrapassado mais uma barreira, mais uma grande dificuldade e que tal como nas outras esta era para ficar, porque ele, até hoje, nunca voltou atrás em nenhuma das aquisições conseguidas, em nenhuma das barreira superadas...
E ainda conseguiu a proeza de ganhar, aos pontos, ao irmão, porque o G., só começou a dormir a noite toda aos SEIS anos!!!
Esta semana conseguimos cumprir o nosso programa de terapias na Liga mas, faltámos à piscina, à hipoterapia e só tivemos dois dias de actividades com a S., no entanto foram dias fantásticos e conheci um novo menino: Risonho, feliz, calmo, tranquilo, a brincar sozinho por longos períodos, sempre mas, sempre muito bem disposto, durante TODO o dia.
Fantástico!!
Espero que também este estado de espírito seja para manter, porque era fantástico que de forma definitiva a irritabilidade, por mais pequena que seja, não fizesse parte dos nossos dias.
Hoje tivemos terapia da fala e terapia ocupacional.
Na terapia da fala estivemos a contar uma história em SPC e depois a cantar. A história não correu muito bem, porque é muito lenta para o Afonsinho, apesar de ele ter que aprender os símbolos, as canções correrem bem melhor, porque, lá está, tinham imenso ritmo.
Na ultima consulta de fisiatria a terapeuta da fala, disse à doutora que o Afonso era um menino, que ela já há muito tempo tinha percebido que ia comunicar com o olhar. Confesso que na altura não percebi muito bem mas, o tempo foi passando e acabei por não abordar esta situação com ela.
A comunicação com o olhar, como referiu a terapeuta, pode ter várias leituras. Que SÓ vai comunicar com o olhar, ou que o olhar será preferencialmente a forma utilizada por ele.
O que aconteceu hoje foi que houve uma alteração na forma de comunicar.
O Afonsinho sempre comunicou com o olhar. Mais tarde com o olhar e depois tentando (e por vezes conseguindo) a oralidade e também com as mãos. A sequência era: olhar, vocalização e apontar.
Hoje a sequência mudou: Vocalização, vocalização, vocalização, olhar e mãos!
Por isso para mim, foi uma sessão altamente frustrante e em que ficámos, uma vez mais, à procura de estratégias. A terapeuta no fim disse-me que era muito importante, mais uma vez não entendi e na próxima semana, lá irei, uma vez mais também, massacrá-la com as minhas dúvidas...
Na terapia ocupacional, esteve a trabalhar a integração sensorial dentro de um barril das obras, escusado será dizer, que tivemos um Afonsinho participativo, altamente colaborante e muito feliz!