Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Para o amigo novo


Hoje, conheci uma das minhas amigas virtuais, que conheci na blogosfera.

Diferente do que tinha imaginado de aparência mas, igual em alegria, boa disposição e optimismo.

Ninguém diria a sua idade ao olhar os seus olhos azuis amigos, o sorriso e carinha de miúda, adorei simplesmente. Espero que também ela tenha gostado um bocadinho da minha aparência porque do meu intimo, que já tão bem conhece, sei que já ela gostava.

Fotografia de Luis Silva


Recentemente, a vida, tecelã de ternuras que é, me preparou uma das suas melhores surpresas: um amigo novo. Embora ela já tivesse me presenteado outras vezes da mesma maneira, recebi o presente com ares de primeira vez. De certa forma, era. O encontro de duas pessoas é sempre inédito, único, não há outro idêntico. Cada afeição compartilhada tem uma cara que é só dela. Uma dinâmica que é só dela. Uma atmosfera toda peculiar. Uma música. Um jeito próprio de rir.

E o amigo novo chega na vida da gente e fica tão à vontade que tem hora que parece até amigo antigo, essa história do tempo do coração tantas vezes não ter nada a ver com o do calendário. É como se os vínculos de afeto já existissem no vasto território da alma, antes de acontecerem, de fato. A cada encontro com um novo amigo, me surpreendo outra vez: como eu não o conhecia se quando olho para ele é como se sempre estivesse aqui? Como ele ignorava a minha existência se, quando me olha, sinto que sabe tanto sobre mim, sem que eu tenha lhe contado?

Ao encontrar o amigo novo, senti o viço que se esparrama na alma toda vez que um afeto floresce, as folhas muito verdes, os galhos carregados de brotos de amor. Senti vontade de lhe mostrar os meus brinquedos e de conhecer os dele. Senti o entusiasmo de falar e de ouvir, mas também o descanso que há em não precisarmos de palavra alguma para nos compreendermos. Só a afinidade legítima é capaz do silêncio sem embaraço. Só ela permite uma outra maneira de fala. Um idioma que apenas o coração domina. Uma comunicação que acontece numa freqüência diferente de toda lógica.

É no olhar, sobretudo, que a amizade se confirma. É no jeito de olhar que nos reconhecemos no primeiro momento, nós, amigos recentes de longas datas. Isso porque amigo tem esse olhar bom: ele nos olha como se realmente quisesse nos ver, sem nenhum outro interesse que não seja a oportunidade boa e rara de partilhar amizade. Ele nos vê e permanece ao nosso lado, esse conforto que palavra alguma é capaz de traduzir. Esse detalhe grandioso que faz toda a mágica acontecer, porque amar é também a arte de cuidar com os olhos.

Amigo novo é primavera reinaugurada, não importa qual seja a nossa estação. A sua chegada nos faz lembrar outra vez que, por mais que o tempo passe, o amor não perde essa antiga mania de continuar a florir.

Este texto foi escrito por Ana Jácomo e retirado do blogue Cheiro de flor quando ri

Semana fantástica!!!


Esta noite o Afonsinho dormiu a noite toda (Viva!!) acordou às 6h00. O Papá, o superpapá, levantou-se para lhe dar o leitinho e a mamã (preguiçosa) ficou mais um bocadinho na cama, adormeceu e o Afonsinho, que o papá voltou a deitar ao lado da mamã, também. Resultado acordámos às 08h45.

Foi uma correria, preparar o almoço e sobremesa, preparar e dar o pequeno almoço ao Afonsinho que felizmente comeu muito bem, vestir e lá fomos a caminho da escolinha, sempre a chorar e super atrasados.

Hoje, levei uns brinquedos do Afonsinho o volante, dois carrinhos com misangas e uma tartaruga com musica e luzes, para ver se ele se mantinha sentado na cadeirinha dele mas, mas nada feito. A P. disse-me que ele esteve melhor na cadeirinha da escola reagindo de forma positiva.

Almoçou muito bem, comeu tudo e não fez birra.

De tarde tivemos terapia ocupacional, sentar no quadrado, rolar balançar dentro do bidon, rolar e sentar no colchão de água, brincar com espuma, o Afonsinho colaborou totalmente fazendo todos os exercícios.

Foi uma semana muito positivo. O Afonsinho não voltou a adoecer, fez todas as terapias e foi todos os dias à escolinha.

Foi a semana da SUPER EVOLUÇÃO, começou a comer na escola!!!

Foi uma semana fantástica, com um PASSO GIGANTE no nosso caminho...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Hidroterapia na Banheira


Hoje, o Afonsinho acordou muito cedo, às 7h00. Pensei logo pôr em prática a hidroterapia de banheira.

Ficámos 30 minutos dentro da água quentinha. Fizemos exercícios nos braços, nas pernas, virar e tornar a virar, sentar, brincar com os peixinhos e com os patinhos, hidromassagem e acabámos com um duche, que o Afonsinho adora, começando logo a sorrir e a dar gritinhos de prazer.

Depois do banho, uma massagem com óleo. Primeiro nas pernas, depois na barriga, braços e nas costas. O Afonsinho reagiu muito bem e ficou muito bem disposto.

Enquanto víamos "os amigos da floresta" na rtp2 o Afonsinho comeu o pequeno almoço. Comeu tudo lindamente sem qualquer espécie de birras.

A caminho da escolinha, o choro do costume.

Hoje levei a cadeirinha dele (com o banco moldável) para ver se ele regia melhor. Nada feito fartou-se de birrar, tentámos mostrar-lhe que se chorasse não podia brincar com o brinquedo. Quando retirávamos o brinquedo ele calava-se mas, depois voltava a birrar.

Entretanto vi-me embora e deixei com a P. estava sentado na cadeirinha da escola com a P. a ler-lhe um livro.

Na hora do almoço, fiquei à porta da sala, sem ele me ver, enquanto a P. lhe dava o almoço, comeu muito bem, sem qualquer tipo de dificuldade para a P., pois o Afonsinho não reclamou.

Não sei o que pensar, mesmo que quisesse ser a pessoa mais optimista do mundo, nunca me passaria pela cabeça que tal pudesse acontecer. É realmente, BOM DEMAIS!!!

De tarde fisioterapia, a sessão foi prolongada (não houve t. fala) o Afonsinho colaborou totalmente, fez todos os exercícios e ainda esteve a brincar com a espuma, mexendo com as mãos e com os pés.

A terapeuta está muito feliz e eu também. O Afonsinho está calmo e tranquilio, parece que a irritabilidade se foi embora de vez.

Bye, bye...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Nova terapeuta de hidroterapia


Quando chegou da escolinha o Afonsinho adormeceu de imediato sozinho na caminha dele.

Acordou já perto das 2h00 e almoçou muiiito bem.

Na hipoterapia a sessão não correu nada bem. A fisioterapeuta estava doente e foi a estagiária que montou e fez os exercícios com o Afonsinho. Orientada pela terapeuta e já a acompanhar estas sessões com o Afonsinho há alguns meses, não tem a menor noção sobre como lidar com ele, nem sobre os exercicios que devia executar. O cavalo também não gostou e estava nervoso e tiveram mesmo necessidade de chamar o "chefe". Resumindo e concluindo a sessão foi uma "palavra feia" e provocou-me uma crise de nervos.

Depois seguimos para a hidroterapia. Hoje o Afonsinho ia fazer um teste para saber em que nível se encontrava para a coordenadora indicar o melhor professor (terapeuta) para ele. A água estava fria (parece que é a nossa sina), pois tinha havido um problema qualquer no aquecimento. Fizemos a aula, eu entrei dentro da piscina mas não foi necessário intervir. O Afonsinho cooperou totalmente com a terapeuta.

A terapeuta é uma pessoa sem meias palavras e muito directa. Falou-me num Centro de Hipoterapia , muito bom no Guincho e de um médico cubano que estava há um mês em Portugal (Alverca). Fiquei admirada normalmente as palavras "Cuba " ou "Cubanos" provoca alergia aos terapeutas portugueses, na acunpuctura e todos os benefícios que trazia.

Desenvolveu uma aula completamente diferente do que o Afonsinho costuma fazer com mobilização dos braços e das pernas, nadar de barriga para baixo e para cima, obrigando-o a levantar a cabeça, deixou-o ir com a cara à água, quando deixava cair a cabeça, o Afonsinho defendeu-se muito bem, não engolindo nenhuma água (boa!). Enquanto fazia mobilização das pernas, cantava provocando sorrisos no Afonsinho, que se mostrou sempre muito contente.

Recomendou-nos que fizéssemos "hidroterapia de banheira", duas vezes por dia, durante trinta minutos cada. Ensinou-me as mobilizações que devia fazer e o tipo de trabalho a desenvolver. Deu-me uma ideia muito pouco comum, comprar um balde grande encher com água quente e colocar lá o Afonso em pé para fazer carga.

Adorou o Afonsinho, deu-lhe imensos beijinhos, elogiou o trabalho que estamos a fazer com ele e disse-me que gostaria muito de ser ela a trabalhar com ele mas, que só tinha espaço à quarta-feira às 17h00.

Neste caso tínhamos que juntar a hipoterapia com a hidroterapia. Não há nada como experimentar, pode ser que funcione uma vez que o cavalinho também provoca relaxamento.

A piscina é pequena mas terapêutica, água a 34 graus (excepto hoje), os balneários são pequenos mas limpos e existem 2 balneários com chuveiro, e "marquesa" dentro do espaço da piscina, próprios para os bebés se vestirem e tomarem duche. Este espaço é óptimo porque para além de estar devidamente equipado, evita que os bebés apanhem frio.

É bom...


O nosso dia começou muitto bem. O Afonsinho acordou bem disposto e comeu a papa de fruta lindamente, sem choro, sem birra.

Agora enquanto come, em vez de cantar (acho que o rapaz já devia estar farto das minhas cantorias) vou falando e brincando com ele, dizendo que vou comer a papa (cada vez mais o incentivo a dizer esta palavra, esta quase, quase...) e coloco a colher perto da minha boca, ele delicia-se vocalizando e sorrindo, é fantástico, só vendo mesmo para perceber a sensação de felicidade que me invade.

É bom (como diz o Afonsinho), é mesmo muito bom!!!

Hoje a caminho da escolinha voltou a chorar...

Como hoje o Afonsinho tinha hidroterapia, tivemos que alterar o horário das refeições. Assim, comeu papa às 11h00 na creche.

Quando o fui buscar estava a brincar no tapete com a Directora, que quer que ele se sente, e está a tentar perceber o que o impede. Colocou-o em pé e o Afonsinho, deu dois passinho, ela obrigou-o a andar até chegar ao pé de mim.

Propôs à P. fazer "chantagem" com ele. Disse que com os miúdos de dois anos resulta muito bem. Assim a partir de amanhã, vai começar a intervir desta forma. Por exemplo, colocam música, se ele se mandar para trás ou birrar, tiram a música e só voltam a pôr quando ele se calar. Querem fazer-lhe perceber, que se não colaborar não tem o que gosta.

Vamos ver o que se consegue.

Em relação à alimentação, a P. disse que ia mandar instalar uma câmara para eu ver. Comeu tudo, sem birra, sem hiper-extensão, correu tão bem que nem sujou o babete.

Eu acredito, afinal estamos a falar do Afonsinho.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Um Mundo a partilhar


Hoje de tarde, tivemos fisioterapia e terapia da fala.

Na fisioterapia portou-se muito bem e fez todos os exercícios.

Hoje o Afonsinho teve uma enorme assistência, a turma do mano, que esteve na Liga numa reunião preparatória para uma visita de estudo que tem como objectivos:
  • Incentivar o voluntariado
  • Aceitar a diferença de forma activa
  • Conhecer outras realidades da sociedade em que estão inseridos
Este ano o lema do colégio é "Um Mundo a Partilhar" e esta acção de solidariedade, realizada por alunos do 9º ano, com 14 e 15 anos é um óptimo exemplo deste espírito que se quer de partilha, de amor pelo outro, de entre ajuda.

Assim, o G. foi convidado a participar na terapia do Afonsinho, fazendo bolinhas de sabão, estímulos que ajudam a postura e o equilíbrio da cabeça e do tronco e ainda visão/mão.

A reacção do Afonsinho foi FANTÁSTICA, sorriu, riu, vocalizou.

Os colegas gostaram muito, a Directora de Turma que já não vi o Afonsinho há alguns meses nem queria acreditar que era o mesmo bebé.

A fisioterapeuta adorou a reacção do Afonsinho, elogiando o trabalho desenvolvido em família e em especial pelos irmãos.

O G. estava orgulhoso do seu pequeno tesouro e por poder mostrar aos colegas, como o Afonsinho é lindo e feliz.

Depois terapia da fala, após os exercícios, demos lanche ao Afonsinho. Começou a terapeuta, apesar de estar ao colo estava numa posição em que não podia mandar-se para trás, ficou furioso e começou a birrar e ela não lhe conseguiu dar comer. Depois dei-lhe eu mas, estava tão zangado que estava sempre a fazer hiper-extensão, não correu muito bem mas, deu para a terapeuta perceber as evoluções.

Assim, fecha e abre correctamente a boca, os maxilares têm movimentos normais e adequados (sem espasmo de abertura ou fecho), retira os alimentos da colher, os lábios fecham e o lábio superior está a trabalhar de forma adequada, a língua tem os movimentos normalizados (nem hipertonia, nem hipotonia), deglute sem dificuldade.

Em resumo tudo normalizado.

Em relação à postura e ao facto de se atirar para trás, a opinião da terapeuta e da fisioterapeuta é que é uma forma encontrada, inicialmente, para se conseguir alimentar, neste momento estes movimentos já não são necessários mas ele ainda não percebeu isso. A opinião é não contrariar e esperar que ele cresça mais um bocadinho e perceber que já não tem necessidade de o fazer.

Mais um passinho, mais um avanço, continuamos no nosso caminho, felizes e sorridentes...

O almoço







Hoje, começámos o dia muito bem dispostos com o Afonsinho a comer muito bem enquanto víamos o Carteiro Paulo na Rtp2.





A caminho da escolinha, mais do mesmo, choro, choro e choro...

Hoje a P. recebeu-nos com um enorme sorriso, era a primeira vez que ia dar o almoço ao Afonsinho.

A Mj chegou atrasada e com o seu ar esbaforido, tinha ficado presa no elevador, durante 20 minutos, e teve que apanhar ar antes de ir trabalhar.
Ok, não entendi mas, fui-me logo embora.
Perto do meio dia voltei para assistir e ajudar a P. com o almoço do Afonsinho.

Enquanto esperávamos a M. estava a almoçar, sentei o Afonsinho no tapete e ali ficou sozinho a brincar depois sentei-o na "cadeirinha" e lá ficou sentadinho sem chorar ou refilar, todo contente. Esta cadeira não tem costas e como para o Afonsinho é difícil equilibrar-se, ainda deixa cair a cabeça para trás mas, o mais difícil está alcançado, o controlo e o equilíbrio começam agora a ser mais intensamente trabalhados.

O Afonsinho JÁ se SENTA na cadeirinha.

Viva, viva, viva!!!

A Mj disse-me que o Afonsinho não ligou aos livros que eu levei do "cu-cu" mas, pelos menos espero que ela tenha percebido, que o que se pretende dela é trabalho cognitivo, estimular a oralidade e ensinar. Será que percebeu?

A P. deu o almoço SOZINHA ao Afonsinho.

Ele protestou, birrou, fez hiper-extensão, cuspiu mas, ela não desistiu e acabou por lhe dar o comer praticamente todo. Foi intercalando entre o peixinho e a fruta, cantando e arranjando soluções para o manter concentrado no almoço.

Gosto, realmente, muito desta educadora e do seu espírito de solidariedade, de disponibilidade e de ajuda que demonstra constantemente com o Afonsinho.

Estava toda contente e disse-me que amanhã iria correr melhor.

Incentivei-a, dei-lhe os parabéns, porque além de mim e do pai foi a PRIMEIRA pessoa que conseguiu dar comer ao Afonsinho.

Para além de ser uma tarefa difícil, ainda estava a ser observada por mim e pela Mj (que não sei porquê, ainda lá estava perto das 13h).

Amanhã, já irá dar o comer sozinha ao Afonsinho. Quem poderia imaginar?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Todos-por-Ti


Um grupo de amigos adeptos do 4x4, vão em conjunto realizar, no próximo dia 13 de Dezembro, um passeio TT de Solidariedade, para com o JP.



TT, significa Todo-o-Terreno, mas, agora, para todos nós, também passará a significar… Todos-por-Ti!

Pretende-se com o passeio “PEDRAS NO CAMINHO”, muita diversão, mas igualmente muito empenho e solidariedade para com os teus sonhos JP!

Vamos partir do espaço da antiga Fábrica do Alumínio em Alcochete, frente ao Campo do Alcochetense e da Praça de Touros, onde os mais afoitos poderão experimentar os seus jipes em situações trialeiras, seguiremos por um percurso TT light e chegaremos à Adega de Pegões para uma prova de vinhos e outras surpresas, depois iremos para a Sociedade Recreativa de Pegões onde haverá um lanche e outras surpresas.

Para participarem neste evento deverão fazer a vossa confirmação para o e-mail, não esquecendo de referir o número de carros e de pessoas presentes.


Deverão, igualmente, adquirir a t-shirt alusiva a esta iniciativa, procedendo à transferência bancária, no valor mínimo de 25 “pedrinhas”, para o NIB do JP, 0035 0815 0000 0673 300 54.

O lanche, o passeio e as surpresas são ofertas do JP.

Vamos ajudar o JP?

No Sábado 13 Dezembro, levem o comprovativo da transferência.

Ver mais em:

Fotografia de Joaquim Carrapato

"Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. (...) Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se Presente e tem a duração do instante que passa...".

Mário Quintana

Avanço


Este texto foi retirado do blogue Cheiro de flor quando ri.

Fotografia de Ana Elias


Chega um momento, depois de algum caminho percorrido, em que a gente pode até considerar que avançou menos do que supunha, mas entende ter avançado o máximo que conseguiu até então.

E a gente agradece, com gentileza e compaixão por todos os caminhantes, porque somente quem caminha sabe o valor, o tamanho, a conquista, de que é feita a história de cada único passo.

Há quem pare no meio da estrada e se enrede no suposto cansaço que mente o medo de prosseguir.

Há quem corra tão freneticamente de si mesmo que nem percebe a paisagem ao seu redor.

Há quem pareça recuar dois passos para cada um alcançado.

No fim das contas, todos avançam, de uma forma ou de outra, ainda que, aos próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível.

E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar com mais atenção, respirando os sentimentos singulares de cada passo, a gente percebe que não há exatamente um lugar onde chegar.

Nós somos o lugar. A gente percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir também da viagem e que essa é forma mais hábil e generosa de avanço.

Não há movimento que se assemelhe àquele que nasce de um coração contente.

Ana Jácomo

Consulta de oftalmologia


Hoje tivemos consulta de oftalmologia.

O Afonsinho seguiu a luz, e os objectos com uma atenção e rapidez impressionantes.

Quando lhe colocaram as gotas para dilatar as pupilas, a primeira vez ainda foi fácil mas, depois fechava os olhos com toda a força, dificultando bastante.

A avaliação com os olhos dilatados foi difícil, ainda o médico não tinha começado já o Afonsinho refilava e fechava os olhos com toda a força.

O médico gostou muito de o ver.

Ficam aqui as palavras:

Tem os olhos mais alinhados, os nervos ópticos estão dentro dos padrões normais e demonstra uma grande melhoria na atenção e concentração, reflexo de uma GRANDE DESENVOLVIMENTO do sistema central (a nível cerebral).

O Afonsinho tem uma visão perfeita, demonstrou grandes capacidades de antecipação, reconhecimento, com as defesas bem activas, revelou conhecimentos, aspectos reveladores de grande evolução e progressos em termos cognitivos.

Disse-nos que o Afonso estava, ao seu ritmo, a fazer grandes progressos e que ainda hoje, viu um menino que segue há anos e que hoje, pela primeira vez, entrou no consultório pelo seu próprio pé.

Mantém ptose esquerda, muito discreta, que não vai necessitar de operação, nem em termos de estética.
O médico pensa que com o crescimento, acabará por normalizar.


Ficam as palavras de incentivo:

"Continuem em insistir porque o Afonso vai conseguir, vai ser um caso de sucesso!"

E nós, claro, saímos de lá com a alma cheia, o coração acelerado, com taanta felicidade, completamente sem palavras.

Olhámos um para o outro, eu e o pai, e recordámos em pensamento, o terrível diagnóstico inicial que previa que o Afonso não iria conseguir ver, que o cérebro não seria capaz de processar a informação visual, não foi preciso empregar palavras, pois estamos de coração e alma unidos há muitos anos...

E depois sorrimos, mais um passo, mais um degrau, mais uma GRANDE VITÓRIA!!!!

Viva, viva, viva !!!!


Hoje, o Afonsinho regressou à escolinha.

A viagem, já se sabe, sempre a chorar.

Quando chegámos a P. ficou toda contente de ver o Afonsinho.

Estive a falar com a directora e pedi-lhe se era possível o Afonsinho almoçar na creche, uma vez que inicialmente não tinha sido acordado e porque vai necessário, pelo menos inicialmente, a minha presença. Respondeu que eu estava à vontade e podia fazer tudo o que entendesse necessário.

Estivemos a fala sobre a Mj e pedi-lhe para fazerem uma avaliação ao trabalho desenvolvido. A directora concordou e estabelecemos o prazo até Dezembro, para então tomarmos uma decisão.

A directora disse-me que a experiência que tinha com estas educadoras, já tiveram um menino com o síndrome X frágil e uma menina autista, era bastante má. Porque só iam uma vez por semana, conheciam mal os casos e os meninos, tinham pouca experiência e estavam, possivelmente, pouco vocacionadas para trabalhar com estas crianças.

Ok, nem foi preciso transmitir-lhe a minha opinião.

De qualquer maneira não quero desistir assim tão facilmente, vamos dar-lhe mais dois meses e se a avaliação não for positiva, falar com a equipa (são 3 educadoras) para tentar perceber se alguma terá mais experiência para lidar com casos como o do Afonsinho.

Combinámos ainda, por sugestão dela, colocar outros brinquedos da sala da pré-marcha à disposição do Afonsinho e da Mj. A directora pensa que o Afonsinho está em termos cognitivos acima da sala onde está integrado e propôs à P. fazer um trabalho, para além do motor e da manipulação, um bocadinho mais avançado com o Afonsinho.

Viva, viva, viva!!!!

Escusado será dizer a imeeensa ALEGRIA que senti ao ouvir estas palavras.

Falei-lhe ainda na P. e transmiti-lhe a minha satisfação com a maneira como o Afonsinho foi aceite e integrado e elogiei o trabalho efectuado por ela.

Quando fui buscar o Afonsinho a P. disse-me que hoje tinha "birrado" um bocadinho na cadeira da refeição MAS, na outra cadeirinha já não resmugou (viva!!!), esteve a ler lhe livros e a mostrar-lhe as imagens do cão e do gato. O Afonsinho adorou e reagiu sorrindo e vocalizando (viva!!!) .

A partir de amanhã, já é oficial, o Afonsinho começa a almoçar na escola. Ainda com a ajuda da mamã, mas perante as surpresas constantes que o Afonsinho nos proporciona, não me atrevo a vaticinar por quanto tempo.

Viva, viva, viva!!!!

domingo, 9 de novembro de 2008

Espirito Natalicio...



O espírito natalício invadiu a nossa casa.

Já fizemos a árvore de natal, colocámos as meias na lareira e decorámos a casa.

O Afonsinho já está bastante melhor, ontem já começou a reagir à presença das novidades espalhadas pela casa.

Um Pai Natal paraquedista que canta, uma rena de esquis que dança e canta, o espelho, do tapete, cheio de luzes e bonecos de neve e uma grande árvore de natal cheia de cor e muitas luzes.

Para já o prémio vai para a rena, que a C. baptizou de Ruby, enquanto a rena cantava e se mexia o Afonsinho sorriu e vocalizou "é bom" todo animado e contente.

O nosso bebé está de volta.

Diz "olá" constantemente para nos chamar à atenção e se meter com os manos, voltou a sorrir, com a sua covinha marota, de que já sentíamos imeensas saudades.

Voltou a brincar, a vocalizar e a dar gritinhos de prazer e está muito bem disposto.

Hoje, graças a Deus, DORMIU, a noite toda e já comeu um bocadinho melhor, vocalizando um som muiiito aproximado de papa (pensamos que será a próxima palavra).

Estamos preparados para regressar aos nossos compromissos: à escolinha, às terapias, às brincadeiras e aos exercícios em casa (que tanta falta lhe fazem).

E por favor, façam como eu, batam três vezes na madeira, para ver se estamos uns tempinhos livres destas constipações.

Ho,Ho,Ho... Merry Christmas (diz a Ruby, a rena)

Viver...




Uma única vida está intimamente ligada a um monte de outras vidas. De forma perceptível ou não. Porque eu existo, porque você existe, algumas pessoas, neste exato instante, respiram melhor ou podem respirar pior também.

Se tivéssemos mais presente a clareza do quanto, sem fazer esforço, afetamos uns aos outros com os nossos gestos, pensamentos, sentimentos e palavras, talvez resgatássemos com mais facilidade, em alguns momentos, a noção do quanto nossa vida importa e é preciosa, sob vários ângulos do olhar. Para gente que sabemos que existe. Para gente que desconhecemos existir. Para essa rede sutil de interações da qual fazemos parte. Viver é uma aventura linda, mesmo que difícil à beça aqui e ali. É também uma responsabilidade diante das inimagináveis interações que tecemos no bordado do mundo sem muitas vezes perceber.

Ana Jácomo

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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