Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aventuras em cuecas!

O nosso capitão cuecas está a portar-se muito bem nesta nova aventura.

De manhã acorda, depois de dormir a noite toda e lá vai à casa de banho, há noites em que acorda para fazer xixi.
Durante o dia, uma vez que ainda não sabe pedir, somos nós que estamos sempre a perguntar-lhe se quer, e ele responde sim, com a mão, ou não, oralmente.

Tem corrido bem, excepto, algumas vezes, durante as refeições. Antes do almoço faz sempre e corre tudo bem mas, ao lanche e ao jantar, já nos brindou com algumas “molhadelas” . Hoje antes do lanche fez xixi, pouco e lá me brindou a meio da refeição. Ao jantar, interrompi a meio e fomos à casa de banho com sucesso.

Fico um bocadinho triste com esta situação uma vez que não compreendo. Afinal o mais difícil é tirar a fralda de noite, o que aconteceu de forma fácil mas, com esta criança é sempre tudo ao contrário!!!

Penso que esta situação é fruto da imaturidade e também da dificuldade de coordenar a alimentação com o controlo dos esfíncteres, uma vez que são processos muito complicados de gerir para o Afonsinho.

Estamos a atingir uma etapa dificílima, com uma facilidade nunca prevista ou imaginada, apesar da enorme esperança que tinha que ele ia conseguir. Mais uma etapa dura, onde a paciência e a persistência são fundamentais para conseguir superar mais um enorme obstáculo.


Um passo GIGANTE para a autonomia do Afonsinho, neste nosso caminho que se faz caminhando…

Dias de férias

Continuamos de férias e os dias são passados entre o verde e o cheiro dos pinheiros, o canto de pássaros como corvos e gralhas e o azul da piscina, que continua a fazer as delícias do Afonsinho.

As noites e a alimentação têm corrido muito bem.

Continua a comer em família. Voltámos a introduzir os cereais ao pequeno-almoço, porque o Afonsinho deixou de bolsar e conseguimos fazer cinco refeições, uma vez que neste momento já não é necessário fazer os intervalos de quatro horas e meia que tínhamos que fazer.

Temos conseguido dar umas voltinhas, pequeninas, no jardim no carrinho e sentá-lo alguns minutos na cadeira de conforto.

Não quer ver os cartões, fazer jogos ou trabalhar com o spc, a mensagem é: “mamã, estou de férias!”
Hoje, consegui mos fazer um jogo de desencaixe (uma vez que só consegue tirar) com sucesso, conseguiu, de forma relativamente rápida tirar as peças, agarrando-a com a mão direita, sem dúvida, a mão dominante.

Continuamos a colocar as talas e a colocá-lo em pé, que ele adora e a fazer os exercícios para manter a amplitude de movimentos.

No tapete já consegue rodar, virando-se na direcção que pretende e tentando arrastar-se, levantando o tronco do chão. Consegue manter-se de joelhos, com ajuda, quer com o apoio das mãos, quer só em dois pontos.

O comportamento melhorou e já não está tão chato mas, tem feito uns bons soninhos à tarde e a temperatura corporal tem estado normalizada.

Na piscina continua a maravilha de sempre.

Rir, rir e rir… sempre bem-disposto, sempre alegre, faz bolinhas, nada, mexe as pernas, dá aos braços, voltas e mais voltas, enquanto nos brinda com os seus “ua” (uau)!

Está sempre pronto para a brincadeira.

Hoje estivemos a brincar às escondidas mas, também tem andado de escorrega, inclusive para dentro de água, de triciclo, que não é grande apreciador e tem-se deliciado na cama de rede com as maluqueiras do irmão, que o balança bem alto mas, a brincadeira preferida é jogar à bola com o papá e não se cansa de gritar “golo”.

Estão a ser dias fantásticos e esperamos que passem bem devagarinho, porque estamos tão bem, tão bem, que queremos continuar assim: de férias!!!

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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