Hoje foi o último dia de escola, acabou o primeiro período!
Na escola continuou a correr tudo bem até o Afonso ficar doente...
Estava atento, concentrado e muito interessado, ficava sentado durante toda a manhã, acompanhava as matérias e o trabalho desenvolvido, quer manualmente, quer no computador.
Iniciou o trabalho oro-facial e o treino alimentar na escola, que não correu nada bem!
Primeiro o Afonso não gostou da comida da escola e tinha que levar almoço todos os dias. Depois o treino era feito sentado na cadeira, situação que nunca achei que o Afonso tivesse competência para fazer, a terapeuta da fala insistia que sim contudo a verdade é que poucos minutos após o início da refeição começava a fazer birra até começar a ficar descompensado. O trabalho oro-facial correu muito bem e o Afonso colaborava e fazia os exercícios com vontade.
Quando decidi acompanhar um almoço, percebi que o barulho no refeitório é simplesmente insuportável e que o Afonso precisava, mesmo, de comer ao colo, devendo a transição ser feita devagarinho.
Após esta decisão o Afonso adoeceu, uma virose que fez com que estivesse em casa mais de uma semana, que o deixou debilitado e cansado.
Quando voltou à escola, voltou tudo à estaca zero! Não queria estar sentado, entrava em padrão, em birra, começava a descompensar e lá recebia o telefonema, geralmente, a meio da manhã, para o ir buscar!
Não quis fazer as Fichas de Avaliação (que demoraram horas e horas a adaptar), nem no computador, nem manualmente.
De repente ficamos com um menino mimado, inseguro e o pior de tudo desinteressado pela escola, todos os dias dizia que não queria ir.
Foi desesperante!
Mais uma banho de dura realidade, estava tudo a correr tão bem, que quase que até já me tinha esquecido das dificuldades de ter um filho com dificuldades...
Esta situação, deixou-me bastante deprimida, uma depressão, que também já não me lembrava como era, trouxe-me de volta o desânimo, a sensação de impotência que, por muito que eu faça, por muito que ele faça, nunca chega, nunca há-de de chegar...
A sensação, a triste sensação que por muito que tente fazer bem, que tente fazer o melhor, acabo sempre por fazer mal, por fazer o pior...
Aos poucos lá foi melhorando o comportamento na cadeira mas não voltou a estar calmo, tranquilo, concentrado como estava.
Decidimos saltar a 2ª etapa e o Afonso deixou de almoçar na escola, contamos agora que em janeiro, regresse à normalidade para que ele possa fazer o horário completo na escola.
Ir busca-lo à hora do almoço é extremamente complicado!
Obriga-me a estar na escola às 12h15, depois de o ter deixado às 9h00, dar-lhe o almoço e regressar até às 13h45.
Se de manhã posso estacionar dentro da escola, o mesmo não acontece ao almoço e ao no fim das aulas. O que significa que tenho que ir colocar o computador e a mochila no carro (ou então a Assistente ajuda-me e vai comigo) e voltar para ir buscar o Afonso, ao colo, uma vez que o acesso à escola é feito por escadas!
O Afonso, apesar de ser pequeno para a idade, já não é assim tão pequeno e tão leve para andar com ele ao colo de um lado para o outro. Mais um assunto para tratar, lá terei que pedir à Câmara Municipal da Amadora que melhore as acessibilidades, neste caso, que crie acessibilidades!
Acabamos por interromper a terapia da fala e o trabalho de fisioterapia foi feito em casa. A nossa terapia caseira até correu bastante bem!
Entretanto vamos fazer um intensivo de terapia cubana e já escolhemos a piscina, para iniciarmos a hidroterapia, durante este mês vamos definir o nosso plano terapêutico, com a nossa nova máxima que é "prioridade à escola"!