Por aqui reina o desânimo e a frustração...
O tempo que nos impede de sair, a tala que não nos permite fazer praticamente nada, a irritação de uma criança que está fechada em casa, que não se consegue sentar no chão, numa cadeira, que está farta de estar sempre nos mesmos lugares e nas mesmas posições, do quarto para a sala, da sala para o quarto...
A preocupação que aumenta a cada dia, com a perna operada porque não sabemos como está, com a forma física no geral, com a perna esquerda, com o controlo de cabeça, enfim, com tudo...
Tenho tentado colocar o Benik, o therathogs, os dafos, enfim todos os produdos de apoio que costumamos usar e que tanta falta lhe fazem, tentei voltar ao trabalho na tábua de equilíbrio, às transferências de peso com os braços, ao nosso trabalho caseiro regular mas o que tenho conseguido é um menino birrento, mimado, que birra e chora sempre que é contrariado e que quando isso acontece não come, não dorme, não sossega, nem deixa ninguém sossegar...
Se em alguns dias consigo desenvolver algum trabalho na maioria dos dias tal não acontece.
Esta semana temos vivido um verdadeiro pesadelo porque o Afonso não colabora em nada: não quer comer, não quer dormir, não se quer vestir, não quer brincar, não quer lavar a cara, tudo vem acompanhado de birra e hiperextensão
A preocupação constante está a esgotar-me e já vejo problemas em todo o lado:nas costelas, no outro joelho, no pé, enfim tudo me parece pior e mais problemático do que na realidade...
Tinha pensado regressar à terapia na Liga para fazer mobilização na fisioterapia e integração sensorial na terapia ocupacional mas com tanta birra não vejo como vai ser possível.
Como os problemas vem sempre agarrados a outros problemas, também continuamos a lidar com a "ausência do computador o CEye" que foi "passear" até à Suécia no dia 10 de dezembro e por lá ficou...até hoje!
Meses de trabalho, avaliações, investimento monetário altíssimo, meses de problemas: bloqueios permanentes, o sistema ia abaixo, lentidão e agora vamos ter que voltar ao inicio e descobrir uma nova forma de comunicação para o Afonso.
E o pior é que ainda faltam, pelo menos, mais três semanas, não quero nem pensar...