Depois do parto do Afonsinho, já por várias vezes me dirigi ao hospital de Cascais, para ecos de rotina, uma vez que a médica obstreta que me segue trabalha lá.
Fui acompanhar a minha prima A.. Quando íamos no elevador, não sei porquê, perguntei a ela e à C., se queriam ir conhecer o meu cantinho no bloco. Quando parámos no 1º andar, de imediato revivi toda a situação, falando de uma enfermeira, super querida que me acompanhou, no 2º dia. Quando nos encontrámos com a médica ela pegou o Afonsinho ao colo e ele de imediato, e ao contrário do que é agora habitual, fez hiper-extensão e eu, com um comentário infeliz, disse que ele não gostava de estar ali.
Mais tarde, uma das enfermeiras parteiras (a enfermeira stressada) que me acompanhou naquele dia 21 de Dezembro, veio conhecer o Afonsinho. As palavras simpáticas e de esperança, com relato de situações semelhantes com algum sucesso e a expressão facial e o olhar a dizerem o contrário. O contrário não mas, uma sessão de "peso", como se alguma coisa pudesse ser diferente...
Depois de ter uma insónia, daquelas que entram pela madrugada, duas, três, quatro horas e o sono não chega, decidi escrever sobre o parto do Afonsinho. A intenção, por isso criei este blogue, é contar a história do Afonsinho, para limpar a alma, fazer terapia escrita, contar e seguir em frente.
Já aqui tinha escrito, que não queria mais escrever sobre o passado. Enganei-me, vou escrever hoje e todas as vezes que sentir necessidade de pôr o assunto para trás. No post "O que aconteceu?", pus um ponto final sobre de quem ou do quê era a culpa. A culpa não me interessa, nunca responsabilizei ninguém, nem senti necessidade de o fazer. Claro que o ideal era que tudo tivesse corrido bem mas, a vida é assim, nós não controlamos nada. A médica que me assistiu, para além de ser muito competente, carrega o peso desta situação, a mais grave da sua carreira e sofreu muito, acreditem e continua a sofrer, porque continua a acompanhar a situação do Afonsinho.
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