Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

As Educadoras


Ontem, e pela primeira vez, a educadora de ensino especial acompanhou o Afonsinho na creche. Apenas a apresentei à educadora P. e vi-me embora mas, antes ainda pude observar a P. a entregar a educadora e.e., uns sapatinhos de plástico para colocar por cima dos delas e puder entrar na sala. ADOREI!!!! mas o mais engraçado foi a resposta da educadora e.e. "Que bom, na maioria do sítios onde vou não existem".

Que grande lata... afinal, devia ter comprado, também, uns sapatinhos para ela colocar quando estava no tapete do Afonsinho!

Quando fui buscar o Afonsinho perguntei à P. como tinha corrido, disse-me que tinha corrido bem.

A P. é o OPOSTO da educadora de e.e. Tem muito cuidado como se expressa, ouve e não emite opiniões à toa, muito menos fala sobre alguma criança ou pais, o que me agrada muito mas, nesta situação conto com ela para ser os "meus" olhos e ouvidos. Insisti, perguntei o que tinham feito, foi muito evasiva mas, disse-me que o tinha sentado entre as almofadas, que tinha falado com ele (o já célebre "Ó láááá) e pouco mais.

Bem, vou esperar mais uma semana e depois possivelmente terei que falar com a Directora para que a P. lhe transmita o que se passa e ela mo transmita a mim.

Hoje o Afonsinho já se portou melhor, esteve sentado entre as almofadas e a P. SENTOU-O na cadeira de comer!! Claro que berrou, gritou, "birrou". A P. estava muito admirada porque sempre que lhe mostrava um brinquedo ou lhe cantava ela parava de "resmungar" e chegou mesmo a rir-se.

Pois é a P. está a começar a conhecer o verdadeiro Afonso!!!

Hoje disse-me também que está a aumentar a sua tolerância quando está deitado de barriga para cima e que adorou a música.

Estou muito contente com a atitude profissional e muito carinhosa com que trata o Afonsinho, insistindo, independentemente, das birras, no sentar e na manipulação dos objectos.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Plano Pedagógico 2008/2009

Recebemos hoje o Plano pedagógico para este ano lectivo da escolinha do Afonsinho.

O tema do colégio para este ano lectivo é "Vamos aprender com os contos de fadas" e pretende desenvolver os conceitos morais e afectivos subjacentes aos contos, aprendendo a brincar, os valores e as qualidades humanas que os ajudarão a ser pessoas melhores.

Programa de Desenvolvimento

ÁREA PSICOMOTORA

Estimulação das aquisições motoras (levantar o tronco, virar, agarrar os objectos, gatinhar, levantar e andar), através do incentivo individual, da utilização do espaço e do equipamento, de jogos e música.

ÁREA SÓCIO-AFECTIVA

Adaptação e reconhecimento do adulto, do espaço e das rotinas, a partir do estabelecimento de uma relação de confiança e afecto e da repetição dos processos.

Estimulação do desenvolvimento da linguagem, da sociabilização e da autonomia, através das verbalizações de todas as acções, da relação com as outras crianças e do solicitar das acções aprendidas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Hoje, portei-me mal...

Hoje, como já estou melhor, apesar dos meus três dentinhos que estão a romper me provocarem dor nas gengivas, a mamã, levou-me para a escola.

Eu, já disse à mamã, que até gosto da escola mas, DETESTO andar naquela cadeira. Hoje chorei tanto, tanto e só me calei quando a P. me pegou ao colinho.

A mamã foi-se embora e deixou-me com os meus amiguinhos.

Hoje, a P. só queria que eu estivesse sentado mas, eu queria era estar ao colinho. Então fiz uma grande birra e gritei muito mas, como chorei sem lágrimas a P. não me pegou ao colinho e obrigou-me a brincar com os meus amigos SENTADINHO!!!!

Tenho que aprender um truque para conseguir chorar com lágrimas, para a P. me pegar ao colinho...

Quando a mamã me foi buscar ainda estava a "birrar" (esta palavra é bué fixe) porque a P. me estava a mudar a fralda e a vestir.

Depois, UFA, FINALMENTE, fui para o colinho da mamã!

Hum, que BOM!!!

Hoje, portei-me muito mal mas, amanhã vou-me portar melhor...

domingo, 19 de outubro de 2008

Fora de casa...

Depois de mandar embora a constipação do Afonsinho, que já o incomodava há duas semanas, e a virose da mãe, conseguimos, este fim-de-semana "voltar" a fazer os nossos programas.

No sábado, tivemos mais uma sessão de acunpuctura com o Afonsinho a colaborar, temos marcada para a semana um consulta de avaliação e depois, yupiii... seguimos em direcção ao parque.











O Afonsinho andou de baloiço, de escorrega, "subiu" as cordas da aranha, esteve no barco e nas tendinhas dos índios. Esteve sempre muito bem disposto e sorridente. A mana C. andou em todos os brinquedos, de patins em linha e foi a grande companhia para o Afonsinho, ajudando-o. A manhã estava óptima e foi muito bom passar este tempo, de forma calma, tranquila e muito divertida para os miúdos.








De tarde decidimos fazer uma sessão de cinema caseira pois após a enorme chuvada, decidimos que não íamos à piscina com o Afonsinho. Assim, fomos ao clube de vídeo buscar um filme "O diário da nanny", comprar pipocas, ligámos o nosso home cinema e passámos a tarde com um filme muito divertido.

O Afonsinho fez uma bela sestinha e depois brincou sentadinho no seu tapete, fez as talinhas nos dedos e nas pernas e um bocadinho de plano inclinado, com muita resmuguisse à mistura, não tinha vontade de trabalhar.

Hoje, de manhã, fomos novamente ao parque. Como já tínhamos a companhia do G., tivemos que escolher um parque onde fosse possível jogar à bola.

A C. andou de patins em linha, na pista reservada para o efeito, enquanto eu fazia de peão e ela tinha que parar nas passadeiras para eu poder passar. Depois foi uma correria, nesta altura já acompanhada pelo primo M. e um amiguinho, subir ao farol, andar no barco, percorrer o labirinto, andar de escorrega, nas pontes, subir às árvores...


O Afonsinho, hoje não teve tanta sorte, porque o parquinho para a idade dele estava em manutenção. Assim, esteve SENTADO numa mantinha, a brincar com os seus brinquedos, mexeu nas flores deliciando-se e emitindo sons de prazer e vocalizando.




O G. claro, passou a manhã a jogar à bola mas ainda subiu a uma árvore.





Foi bom passar assim um fim de semana, depois de ter estado praticamente, uma semana sem sair de casa.

Amanhã iniciamos a escolinha e a hidroterapia, e esperamos que, tão cedo, não haja mais interrupções.

Com o tempo...

Este texto foi retirado do blogue Cheiro de flor quando ri.



Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim.

Extraído do texto "Com o tempo".

sábado, 18 de outubro de 2008

Prece


Texto retirado do blogue Cheiro de flor quando ri.


Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando estou mansidão e ternura. Quando estou contemplação e respeito. Quando as palavras fluem, sem esforço algum, sem ensaio algum, articuladas e belas, do lugar em mim onde eu e ele nos encontramos e brincamos de roda. Quando nelas incluo as pessoas que têm nome e aquelas que desconheço existirem. E os meus amores. E os meus desafetos. E os bichos. E as plantas. E os mares. E as estrelas. E

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando o medo me acompanha sem que a coragem se ausente. Quando as coisas seguem o seu rumo sem que eu me preocupe em demasia com o destino desse movimento. Quando eu me sinto conectada com o amor e reverente à vida. Quando as lágrimas nascem apenas de um alegre e comovido sentimento de gratidão. Quando caminho com a rara confiança que só as crianças que ainda não doem costumam experimentar, já que, infelizmente, algumas começam a doer muito cedo.

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando sou capaz de pressentir o sol mesmo atravessando uma longa noite escura. Quando posso cruzar desertos com a clara convicção de que a vida não é feita somente deles. Quando consigo olhar para todas as experiências, sem que aquelas que me desconcertam me impeçam de valorizar as que me encantam. Quando as tristezas que repentinamente me encontram não atrapalham a certeza da sua impermanência.

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando amanheço revigorada e anoiteço tranquila. Quando consigo manter uma relação mais gentil com as lembranças difíceis que, às vezes, ainda me assombram. Quando posso desfrutar do contentamento mesmo sabendo que existem problemas que aguardam eu me entender com eles. Quando não peço nada além de força para prosseguir, por acreditar que, fortalecida, eu posso o que quiser, em Deus.

Mas eu desejo, profundamente, que Deus também ouça as preces que lhe dirijo quando eu não consigo elaborar prece alguma. Quando a dor é tão grande que minha fala não passa de um emaranhado de palavras confusas e desconexas que desenham um troço que nem eu entendo. Quando o medo me paralisa e perturba de tal forma que eu me encolho diante da vida feito um bicho acuado. Quando me enredo nas minhas emoções com tanta confusão que parece que aquele tempo não vai mais passar.

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando só consigo chorar e, mesmo depois de já ter chorado muito, tenho a sensação de ainda não ter chorado tudo. Quando me sinto exaurida e me entrego a esse cansaço completamente esquecida dos meus recursos. Há momentos em que a gente parece ignorar tudo o que pode nos ajudar a lidar melhor com os desafios. Há momentos, ainda, em que a gente se confunde sobre o local onde, de verdade, os desafios começam.

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando me parece que eu não acredito em mais nada. Quando sou incapaz de ver qualquer coisa além do foco onde coloco a minha dor. Quando não consigo articular meus pensamentos nem entrar em contato com alguma doçura que me faça lembrar das coisas que realmente nos movem. Quando não lhe dirijo nenhuma prece. Nem com palavras. Nem com um sorriso enternecido quando dou de cara com uma flor. Com um pôr-de-sol. Com uma criança. Com uma lua cheia. Com o cheiro do mar. Com o riso bom de um amigo. Que ele me ouça com o seu ouvido amoroso e me acolha no seu coração, porque é exatamente nesses momentos que eu não consigo ouvi-lo em mim.

Ana Jácomo

Nós...

Nós somos a forma bonita, completa, de se cantar
Nós somos a voz e a palavra que nunca vão acabar
Cantando e amando e vivendo
Com toda a vontade que é possível ter
Nós somos a forma bonita, completa, de se viver

Nós somos o ser extravasado que o nosso sentir nos dá
O mito complexificado em busca do que não há
Cantando e amando e vivendo
Com toda a verdade que é possível ter
Nós somos a forma bonita, completa, de viver

(...)

Nós somos a dor mais profunda que existe em todo o planeta
Mas somos também a alegria melhor que se inventa

(...)

Mafalda Veiga

sexta-feira, 17 de outubro de 2008



Sabias que...

800 Milhões de pessoas não têm acesso a comida suficiente para se alimentarem?

1.100 Milhões de pessoas sobrevivem com menos de 1 dólar por dia?

1.200 Milhões de pessoas não tem acesso à água potável?

10 Milhões de crianças não sobrevivem até aos 5 anos por causas que podem ser evitadas?

50 milhões de pessoas em todo o mundo são afectadas com o VIH-SIDA?

10% da população mundial desfruta de 70% das riquezas do planeta.

Não será motivo para parar e pensar como podemos agir?

Desconhecimento não é desculpa. Não fiques indiferente.

Dia Mundial para a erradicação da pobreza

No dia 17 de Outubro de 1987, respondendo ao apelo do Padre Joseph Wresinski, CEM mil pessoas reuniram-se no Adro das Liberdades e dos Direitos Humanos no Trocadéro em Paris para renderem homenagem às vítimas da fome, da violência e da ignorância, para afirmarem a sua recusa da miséria apelando a humanidade a unir-se para fazer respeitar os Direitos Humanos.

A partir desta data, no dia 17 de Outubro de cada ano, os mais pobres e todos aqueles que, a seu lado, recusam a miséria e a exclusão reúnem-se, no mundo inteiro, com a finalidade de testemunharem a sua solidariedade e compromisso, para que os Direitos Fundamentais sejam restituídos aos mais pobres.

O dia de todas as birras


O Afonsinho já está melhor, hoje só não foi à escolinha, porque, a mãe foi "apanhada" por uma virose uma espécie de gripe misturada com gastroenterite (acho que é a última novidade deste ano), que provoca dores (horríveis) no corpo e problemas de estômago (dores, náuseas e vómitos).

O Afonsinho não esteve colaborante e teve um dia terrível.

Começou de manhã, quando lhe dei a papa do pequeno-almoço, não queria comer e fez uma enorme BIRRA, enquanto chorava e cuspia a papa. Depois quando o sentei na cadeira (do banco moldável) para ver desenhos animados, fez um BIRRA que se devia ouvir no fim da rua, gritou tanto e esticou-se tanto que fui obrigada a tirá-lo. A birra foi tão grande, que ficou tão cansado que adormeceu no tapete, quando peguei nele ao colo para o deitar na caminha acordou e tivemos mais uma bela BIRRA, desta vez não cedi e ficou a chorar na cama até que cerca de minutos depois adormeceu...

Ao almoço mais uma grande BIRRA, não queria comer de maneira nenhuma, nem com canções, nem ao colo, nem com papa pelo meio, nenhuma forma funcionava. Fui insistindo, e insistindo até que começou a gritar. Gritou, gritou e gritou. Gritou tanto que acabei por lhe dar uma palmada na fralda, não doeu mas ficou sentido, cuspiu o comer que tinha na boca, fez um "beicinho" enorme e aí tivemos choro de verdade com lágrimas e tudo.

Após mais esta batalha, voltou a adormecer, tal era o cansaço.

Ao lanche, continuámos, BIRRA, BIRRA e mais BIRRA...

Ao jantar, já estava esgotada e nem tentei. Optei por lhe dar um biberão (reforçado) de leite com papa, que mamou em TRÊS MINUTOS, tal devia ser a fome. Continuava cansado e voltou a adormecer.

Hoje, ao contrário do que é habitual, costuma dormir cerca de uma hora após a escolinha e uma hora após as terapias e o lanche, adormeceu várias vezes fazendo alguns soninhos bons.

Hoje, cá em casa, foi o Dia Nacional da Birra!!!!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O gnominho

Estes últimos 3 dias, exceptuando a manhã de segunda-feira, foram passados em casa.

Por comodidade e conforto o Afonsinho tem estado, quase sempre de pijaminha mas, como é tão bonito até de pijama fica "patusco" (ai, ai, esta mãe é mesmo babada).

Estava tão engraçado, que não resisti a tirar-lhe uma fotografia, enquanto a mana o baptizava de "gnominho verde".


Apesar de estar doentinho, com o pingo sempre no nariz, ainda conseguimos arrancar-lhe um sorriso tímido.

Compasso de espera

O Afonsinho passou a noite acordado. Sempre que adormecia, acordava passado cinco minutos com um ataque de tosse.

Hoje, está tão cansado, que ao contrário de ontem que resmungou, "birrou" e queixou-se o dia todo (à noite já não o conseguia ouvir), está calminho e sossegadinho.

Aproveitei, uma vez, que não tem feito nenhum tipo de exercícios, para lhe colocar as talas nas pernas e enquanto estava sentado fazia long siting e as mini-talinhas nos dedos. O Afonsinho estava tão molinho, que apenas olhava com um ar triste, via-se que estava incomodado mas, hoje nem refilou.

Depois, tive que adormecê-lo, porque estava cheio de sono, quando o deitei com a cabeceira da cama bem levantada com a ajuda de duas almofadas, começou a tossir e acordou logo. Fui buscá-lo mas, estava tão cansado, que fechou de imediato os olhos e adormeceu. Desta vez, mesmo com a tosse, dormiu cerca de 2 horas, o que já deu para recuperar um bocadinho, pensava eu.

Quando acordou estava a arder, tinha 39,5 de febre. Despir, brufen, dar banho, tirar febre e voltar a tirar...

Ao fim de uma hora a febre começou a ceder e tentei dar-lhe comer. Com grande sacrifício e muito choro lá comeu metade da refeição.

Dá dó, ter que lhe "enfiar" a comida pela boca abaixo mas, tem mesmo que ser.

Que grande chatisse, logo agora que estava a engordar e a crescer, é que tinham que vir estas constipações, para lhe tirar o apetite!

O apetite, a escolinha, as terapias, enfim...

Continuamos, em compasso de espera, para retomar as nossas rotinas...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Novamente constipadinho


O Afonsinho está novamente constipadinho.

Passámos a noite sentado no sofá com ele ao colo, porque sempre que o deitávamos acordava.

De manhã estava com um bocadinho de febre, muita tosse e muita expectoração, após mais um aerossol e como continuava muito queixoso, decidimos ir ao Hospital S.F.X. para ver se havia alguma dificuldades respiratória, dores de ouvidos ou garganta.

Afinal, está tudo bem. A saturação de oxigénio estava óptima (98%), auscultação bem, assim como os ouvidos e a garganta.

A média que nos atendeu era "novata" e decidiu chamar a "chefe" para auscultar o Afonsinho. A médica explicou-nos que estas crianças (com PC) têm menos defesas e tendência a fazer infecções respiratórias com mais frequência.

Expliquei à médica, que o Afonso é um bebé de termo que sofreu uma asfixia grave no parto e que tem sido (graças a Deus) muito saudável e só o tínhamos levado hoje, porque ainda na semana passada esteve assim, constipadinho, e queriamos ter a certeza que estava tudo bem.

A médica disse-nos que noutra situação daria antibiótico mas, uma vez que se via que éramos pais atentos e preocupados, não lhe ia receitar nada e para voltarmos se o quadro se agravasse ou se tivéssemos duvidas. Apenas nos disse para não ir à creche nestes dias.

A urgência do HSFX funciona de forma exemplar e 45 minutos depois da admissão estávamos despachados.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Junta médica, afinal tão simples...

Por mim não tínhamos solicitado a avaliação do Afonsinho pela Junta Médica, para lhe atribuírem um grau de incapacidade/deficiência. A certidão resultante desta avaliação, é necessária para tratar de alguns assuntos, nomeadamente fiscais.

Não me apetecia, mesmo nada, sujeitar o Afonsinho a mais avaliações, por causa de alguns euros (na verdade não sei quanto) mas, o meu marido que é bastante mais prático que eu, insistiu que se o Afonsinho tem direitos, temos que os exercer.

Nos ultimos dias de Setembro, entregámos o pedido de junta médica, juntamente com um relatório médico passado pela fisiatra e na passada semana recebemos uma carta com uma convocatória para hoje.

Desta vez, não tive insónias, nem me senti ansiosa, já há muito que me tinha mentalizado que NÃO ERA um papel que iria transformar ou modificar aquilo que o Afonsinho já atingiu e continua a lutar para atingir.

Assim, hoje lá fomos.
Fomos recebidos por uma junta de três médicos que nos explicaram quais os direitos do Afonsinho e que nestas idades, para um diagnóstico de tetraparésia, o grau de deficiência atribuído é de noventa e cinco por cento, em relação à parte motora, membros superiores e inferiores.
O Afonsinho deverá ser avaliado aos 7, aos 14 e possivelmente aos 21 anos, sendo só nessa altura atribuído o grau de deficiência definitiva.

E viemos embora...

Afinal, foi SUPER SIMPLES, os médicos foram ATENCIOSOS e SIMPÁTICOS, o Afonsinho apenas marcou presença e tudo ficou rapidamente resolvido.

domingo, 12 de outubro de 2008

O Afonsinho é lindo!!!

Este fim de semana foi tranquilo.

Como o Afonsinho ainda não está totalmente recuperado, optámos por não fazer natação e trabalhámos um "bocadinho" em casa. Plano inclinado, long siting com as talas nas pernas, sentado com apoio dos braços e com as talas. Nesta última semana trabalhamos muito pouco em casa, porque o Afonsinho esteve doentinho e por causa da escolinha. A partir de amanhã vamos iniciar uma nova rotina com o trabalho de casa (tapete, sentar, talas, plano inclinado, bola...), a ser efectuado ao fim do dia depois da sesta.

Hoje, tivemos a festa de anos da priminha M., tínhamos planeado ir de manhã um bocadinho ao Jardim Zoológico mas, o tempo não ajudou e só fomos ao almoço.

O Afonsinho portou-se muito bem, aceitando de bom agrado o colinho da avó, das tias e do tio mas, rejeitando o colinho das pessoas que não conhece.

Foi bastante elogiado, que estava muito grande e muito bonito, muito estimulado, que reagia muito bem...

Ainda ouvimos um caso de um menino que conseguiu superar os diagnósticos e claro alguns olhares e palavras a medo e com desconforto.

Ouvimos "o menino até está muito bonitinho!"

Claro, que está mas, não é bonitinho é LINDO!!! Sorriu, riu, "falou", esteve muito feliz.


É curiosa, a dificuldade que algumas pessoas (hoje, felizmente muito poucas) têm, em nos encarar e em falar de forma natural e normal sobre o Afonsinho.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A caminho da... escolinha

Mais um dia de escolinha, mais duas viagens!

O Afonsinho, continua a chorar no carro. Hoje, quando fomos para a escolinha em vez de choro de birra, tivemos choro com lamuria, estava mesmo triste, a pedir socorro, partiu-me o coração...

Esta história da cadeira, repete-se em muitas outras situações. Como escolher, definir prioridades, como fazer o melhor? O melhor causa sofrimento ao Afonsinho mas, tem que ser feito.

O Afonsinho portou-se bem na escolinha, quando o fui buscar estava tranquilamente a brincar. A P. disse-me que hoje lhe tinha feito muitas "maldades", pôs-lhe o colete, sentou-o entre os almofadões, deu-lhe água... tudo aquilo que é NECESSÁRIO fazer para o Afonsinho evoluir e se tornar mais autónomo. Disse ainda que, apesar de ter refilado, hoje tinha sido melhor que ontem (nos almofadões).

Despediu-se com o Afonsinho ao colo, com muitos beijinhos e os aviões que ele adora. Ele ali ficou, todo contente, ao colinho da P. sem nenhuma intenção de se vir embora. Ai, ai, os ciumes!!

Em jeito de balanço, desta primeira semana, posso dizer que estou a gostar. Estou a gostar do espaço, das pessoas e do ambiente. Estou a gostar da P. e da maneira como rapidamente percebeu como lidar com o Afonsinho. Estou a gostar da reacção do Afonsinho, que fica tranquilamente de manhã e como se sente bem no colinho da P., estou a gostar...

Ainda... a alimentação

Hoje, o Afonsinho acordou muito bem disposto, dormiu a noite toda (viva!!!) e consegui, com algum sacrifício que comesse o pequeno almoço todo.

Quando chegámos da escolinha, estava tão cansado, que após a segunda colher, ADORMECEU sentado!

Deitei-o e deixei-o dormir descansado, dormiu cerca de duas horas.

Quando acordou, devia estar cheio de fome, pensei eu, um vez que não comia desde as 8h30 mas, NÃO.

Agora, fruto do BOM trabalho desenvolvido pela terapeuta da fala e por mim, o Afonsinho já sabe fechar a boca. Ora bem, em boca fechada, colher não entra! Eu canto, eu faço gracinhas, palhaçadas, faça com que ria e nada!

Cada refeição é uma batalha!!!

Hoje, o almoço demorou cerca de 40 minutos. O Afonsinho estava ligeiiiramente sujo mas, ganhei a batalha e ele COMEU TUDINHO!

Pois é! Afinal quem é que manda, menino Afonso?

A mamã, claro!!!





A alimentação do Afonsinho continua a ser difícil porque ele ainda se manda para trás mas, apesar desta postura horrível e totalmente desapropriada, já não faz hiper-extensão. Esta postura é perigosa, uma vez que apesar de eu, a cada colher, fazer a manobra, ela deita-se para trás eu aproveito para lhe colocar a colher na boca, para depois o voltar a sentar, ele pode engasgar-se.


Talvez, por causa de tanta insistência já lá vão 21 meses, ele tem as defesas bem activas. Sabe tossir, separa os alimentos que não mastiga e não os engole, mastiga os alimentos mais molinhos (massinha por exemplo) e quando se engasga (o que felizmente é raro) resolve a situação sozinho, não sendo necessário tomar nenhuma medida.

Vamos devagarinho, agora vamos ter que arranjar forma para que ele volte a abrir a boca para comer mas, desta feita, de forma correcta.

O Afonsinho deve pensar:

"Passaram meses a querer que eu fechasse a boca e agora querem que eu a abra mas, quem é que as entende??????"

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A amizade não pesa


Para a Raquel e a Catarina

Luis Caetano Costa

A amizade não pesa
Cabe no abraço, quando abriga

Amigo faz companhia na hora da dor
E na alegria faz a gente rir mais ainda

A amizade não cansa
É algo que queremos para toda a vida
A gente se sente bem na companhia amiga
É fundamental ter amigos para conversar

A amizade é como remédio
Ajuda-nos a curar as feridas
Carinho é o melhor cicatrizante
E que bom calmante, o ombro amigo!

Amizade, esta dádiva maravilhosa,
Porque amigo de verdade a gente cultiva
É flor rara que se cuida com muito cuidado
Faz a vida mais leve e o caminho mais bonito...


©Carol Timm

Retirado do blogue Casa de palavras.

Babado e contente...

Depois da novela da cadeirinha do carro, hoje ainda mais difícil, começou a chorar ainda antes de eu conseguir apertar o cinto, fomos para a escolinha e PELA PRIMEIRA VEZ, o Afonsinho ficou SOZINHO na escola.

Aproveitei para ir ao Centro Comercial trocar umas compras e durante uma hora, andei por ali, um bocadinho anestesiada, com o coração tranquilo, sem pensar em nada. De qualquer modo foi melhor que ontem que enquanto tomava café, ouvia o choro e a "voz" do Afonsinho.

Quando cheguei para o ir buscar, subi as escadas devagarinho e estive um "bocadinho" a espreitar (típica mãe galinha) e ali estava o meu menino SENTADINHO a brincar com a sua amiga B.

A P. disse-me que ele se tinha portado muito bem mas, que birrou um bocadinho, quando o sentou sozinho no meio dos almofadões. Disse-me que tinha que estar sentado, e que ia devagarinho mas todos os dias ia tentar.


Pegou no Afonsinho ao colo, calçou-lhe os sapatinhos e fez aviãozinho com ele, dando-lhe muitos beijinhos. Pois é o SENHOR AFONSO estava todo babado e contente ao colinho da P., que BOM!!



Gostei imenso da atitude da educadora, no sentar, nos miminhos, ainda só conhece o Afonsinho há uma semana e já sabe como lidar com ele. Esta educadora está muito mais preparada para lidar com o Afonsinho do que a educadora de IP.

Depois do almoço que comeu com alguma dificuldade e sem a fruta, adormeceu sozinho na caminha dele, hoje precisou de uns "abanicos" para adormecer.

Da parte da tarde, terapia da fala e fisioterapia.

As "fadinhas boas" ainda estavam transtornadas com a última sessão de fisioterapia respiratória.

Pode ter sido muito complicado e doloroso para o Afonsinho mas, a verdade é que ele melhorou!

Eu compreendo-as porque eu também fiquei de rastos, doía-me tanto a cabeça que cada passo que dava, parecia que tinha pedras a baterem umas nas outras dentro da cabeça, já para não falar da "bela" insónia que tive.

Para compensar, o Afonsinho, hoje, na fisioterapia portou-se muito bem, fez todos os exercícios e colaborou. A terapeuta saiu da sessão bastante mais alegre.

Na terapia da fala houve dois momentos, na primeira parte da terapia colaborou mas, depois tornou-se mais birrento. estava "chochinho" e parecia um pouco febril (quando cheguei a casa tinha 37,2, nada de preocupante mas, o suficiente para o deixar molinho e com menos paciência).

A terapeuta pegou-lhe ao colo e ele ali ficou todo babado e contente...

Ai, ai, estou mesmo a ficar ciumenta!!!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Com um bocadinho de ciúmes...

Hoje o dia começou muito preguiçoso e com muito sono, o Afonsinho não me deixou dormir (mais uma noite). Com muito sacrifício, pois não tinha vontade de me mexer, lá fomos para a escolinha.

Hoje, só começou a chorar quando o carro arrancou, normalmente, só cinco minutos depois de muita guerra de nervos é que consigo colocar-lhe o cinto.

Pelo caminho até à sala, que fica no primeiro andar, fomos cumprimentados por várias educadoras e auxiliares. Tudo bem, são bem educadas e simpáticas mas, o mais interessante é que todas tratam o Afonso pelo nome, todas o conhecem. Curioso, não é? Afinal este foi o terceiro dia de escolinha do Afonsinho!

A P. ficou toda contente quando nos viu, após uns 20 minutos disse-lhe que ia tomar um café. Ela achou muito bem, dizendo que era mais difícil para mim do que o Afonso deixá-lo. Pois é. Não sei quem é mais dependente, ele de mim ou eu dele!

Lá me enchi de coragem e fui-me embora. Voltei uma hora e meia depois, quando estava a subir a escada, ouvi alguém a birrar. Surpresa, não era o Afonsinho! O melhor de tudo, foi saber que ele se tinha portado muito bem, que não tinha chorado ou birrado. Também foi muito bom confundir a birrisse do J. com a dele, é sinal que os "gritos" dele estão a desaparecer para adquirirem sons cada vez mais normalizados.

A P. mudou-lhe a fralda e deu-lhe muitos beijinhos enquanto lhe pegava ao colo, reagiu tão bem, que confesso, até fiquei um bocadinho (só um bocadiiinho) com ciúmes.



Vinha cansado e foi com grande dificuldade que lhe dei metade do almoço, de seguida coloquei-o na cama e uma vez mais, ADORMECEU SOZINHO.

Depois do soninho, fomos para a sessão de Hipoterapia.

Portou-se muito mal, não queria fazer os exercícios, fez hiper-extensão, rabujou e birrou (e berrou), a terapeuta nem queria acreditar. Achou que ele estava realmente doentinho.

Quando chegámos a casa, o Afonsinho estava muito impaciente e birrento, quando o despi para lhe dar banho, percebi a razão, estava a escaldar. Curiosamente, só tinha 38,2 de febre mas estava quentíssimo. Dei-lhe banho, um biberão de leite e adormeceu de imediato.

Espero que este soninho seja reparador e que acorde mais bem disposto.

De novo na escolinha


Hoje, voltei à escolinha porque já estou melhor, apesar de ainda estar com o pingo no nariz!

A mamã, levou-me na cadeirinha do carro.

Mamã, eu já te disse que não gosto de andar naquela cadeirinha!!! Porque é que insistes, eu já começo a ficar cansado de chorar, hoje, já não consegui chorar com a mesma força dos outros dias mas, tu mamã és mesmo muiito chata, porque quando paraste o carro, ficaste ali a olhar para mim a sorrir e não me tiraste logo. Eu confesso que me apanhaste desprevenido e mal te vi sair do carro, parei de chorar, porque pensei que me ias tirar logo da cadeirinha.

Hoje, a mamã foi-se embora e deixou-me sozinho com a P. e os meus amigos.

A P. disse à mamã, que eu ficava bem e que era mais difícil para a mamã do que para mim.

Quando a mamã voltou, havia um menino que estava a "birrar".

Ah! pensavam que era eu?

Enganaram-se, era o meu amigo J.

Eu portei-me muito bem!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mãos em Poesia

Reynaldo Monteiro

De repente simplesmente creio
Na infinita possibilidade de amar
Transformar a dor em beleza
O dia-a-dia, por vezes cruel
Em sutilezas para a emoção
Asas de borboletas voando
De tuas mãos em poesia


Toda essa confusão que se segue
Conduz meus passos à leveza
Deslizo meus dedos pelos
Troncos de velhas árvores
O tempo trouxe a sombra
E abrigo para dias ensolarados
Onde pássaros podem descansar


Tudo acontece a seu próprio tempo
O tempo é sempre dono de si mesmo
Ele leva tudo e nunca termina
Inicia-se em ciclos sabiamente
Cadê o menino que brincava aqui?
Para onde levou às asas a borboleta?
Brotou uma plantinha do teu peito
E jogou sementes no meu coração


©Carol Timm

Fadas boas...

O Afonsinho está melhor mas, por precaução ainda não foi à escolinha hoje.

De tarde, após muita hesitação, estava a chover, o Afonsinho estava cheio de expectoração que lhe provocava uma espécie de "farfalheira", após mais um aerossol e muito soro no nariz, a muito custo lá fomos para a fisioterapia e terapia da fala.

O tempo estava tão mau, com chuva e nevoeiro que acabámos por nos atrasar.

Falei com as terapeutas e decidiram fazer "fisioterapia respiratória" para tentar tirar a expectoração. Tentaram de tudo, para provocar o vómito uma vez que a expectoração estava muito superficial, e não conseguiam que ele tossisse. Tentaram com sondas, com os dedos, com um dedo de luva cheia, com soro fisiológico, de barriga para cima, de barriga para baixo, em cima da bola, ao colo da terapeuta, ao colo da mãe e nada.

As terapeutas estavam "exaustas", eu fiquei de rastos e o Afonsinho de tanto chorar já estava rouco.

Durante a tarde foi melhorando, não voltando a ter "farfalheira", deve ter engolido a expectoração.

Hoje, aplica-se aquela frase

"Um menino nas mãos das bruxas!!"

Bruxas boas, claro!!!
Tão boas que vamos transformar as bruxinhas desta história em lindas fadas boas....

Nesse tempo que virá...


©Isabel Gomes da Silva
Quando eu esquecer o que passou
E não lembrar mais desse tempo perdido
Poderemos seguir juntos, mais leves...
Caminhar calmamente olhando as estrelas

Nesse tempo que virá, muito azul, tão intenso
Plantaremos mais sementes de girassóis
E na primavera veremos se abrir tantas flores
Que sorriremos um para o outro em harmonia

Nesse dia que há de chegar um dia
Poderemos descansar na varanda
Enquanto os passarinhos cantam
Enquanto um cão tranquilo dorme

E mais que tudo, saberemos que isso é bom
Que a vida não foi só desgaste, não foi apenas lutar
Nesse dia que há de chegar, vamos acordar
E ver que sonhamos um amanhã que virou presente


©Carol Timm
Texto e fotografia retirados do blogue www.casadepalavras.blogspot.com

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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