Esta noite, talvez por causa do calor o Afonsinho não dormiu tão bem, esteve agitado, virava-se de um lado para o outro, até que por volta das quatro da manhã, acabou mesmo por acordar e beber o seu leitinho.
De manhã, como temos terapia ocupacional logo às 9h00, tive que o acordar. Não me lembro de ter que o acordar, normalmente, deixo-o sempre dormir e foi muito engraçado, parece que temos uma fotocópia do G. Virava-se para um lado, virava-se para o outro, espreguiçava-se... e lá consegui a muito custo que acordasse.
O pequeno almoço correu no mesmo tom, a espreguiçar-se, a bocejar e com tudo isto demorou o dobro do tempo para comer.
A caminho da Liga portou-se muito bem, NÃO CHOROU!!!
Estávamos nós à espera do terapeuta, quando a porta se abriu e ouvimos um bom dia cheio de alegria e vimos um sorriso aberto e cheio de felicidade. O Afonsinho olhou admirado mas, de imediato sorriu reconhecendo a "sua" Ritinha, que durante duas semanas vai estar na Liga a fazer estágio na Neurologia.
A sessão de TO correu, como sempre, muito, muito bem.
Hoje, tivemos um estagiário da fisioterapeuta C. ( a antiga fisio) a assistir?!
Hoje, depois da TO fui tomar um café, enquanto o Afonsinho foi passear com a terapeuta da fala.
Estive a conversar com ela e só hoje percebi a quantidade de Programas que existem na Liga.
Assim, para além do Programa de Intervenção Precoce dos 0 aos 6 anos, existe o Ensino Especial dos 6 aos 16. Este programa é feito em coordenação com o Ministério da Educação e para além do ensino conjuga uma série de actividades adaptadas às necessidades de cada criança - fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, hidroterapia, hipoterapia, remo...
Existe ainda o CAO, a partir dos 16 anos e ainda uma série de serviços, para além das terapias (fisio, fala e ocupacional), como piscina, ginásio, clube sénior...
A Fundação Liga é uma instituição pouco divulgada e pouco conhecida mas, é uma instituição que em, praticamente, todos os sectores trabalham pessoas com deficiência ou necessidades especiais, estão INTEGRADOS de forma efectiva.
O programa de Ensino Especial corre o risco de desaparecer porque a nova Lei de Inclusão, prevê o fim do Ensino Especial, o que deverá acontecer, se a lei entretanto não for alterada em 2012.
Aqui entra a discussão.
Ensino Especial? Sim ou não?
Integração? sim ou não?
O Afonsinho ainda é muito pequenino, a nossa experiência, apenas leva 2 anos de existência, o diagnóstico é muito reservado e não sabemos o que o futuro nos reserva.
Contudo, sabemos que a probabilidade de o Afonsinho com 6 anos, ainda ter grandes dificuldades, é altíssima, necessitando de manter todas as terapias que actualmente já fazemos.
Eu sou a favor da integração mas, no nosso caso, não descarto a hipótese de ter um ensino mais direccionado nos primeiros anos e ser integrado mais tarde já com uma maior autonomia, uma vez, que no sistema actual e apesar de a Lei dizer o contrário não estão criadas as condições adequadas e necessários para uma integração efectiva.
Por isso espero que esta Lei sofra algumas alterações e que não deixe de existir o Ensino Especial mas, que também se faça um esforço na Integração, sendo que cada caso terá que ser analisado de forma individual e encaminhado em cada altura de acordo com a necessidades reais de cada criança e de cada família.
Depois seguimos para a escolinha, a viagem foi bem menos tranquila e o Afonsinho chorou o caminho todo.
Hoje, foi o papá que foi buscar o Afonsinho à escolinha e veio todo contente na cadeirinha e claro, SEM CHORAR!!!
Quem é que entende este miúdo???
2 comentários:
Bem sobre este tema á falámos algumas vezes, inclusivé tive a oportunidade de há pouco tempo ter contribuído para um trabalho de fim de curso onde o tema era este mesmo asunto.
Partilho da mesma opinião que tu, sou sim a favor da integração, até porque como já te disse na turma da Madalena existem 2 meninos com NEE´s e até hoje só tenho a dizer que quer os meninos, quer os restantes alunos onde incluo a minha filha só têm vindo a beneficiar desta situação, eles por estarem integrados na turma e partilharem assim as mesmas experiências e as mesmas vivências e os outros meninos por conviverem com meninos especiais o que de alguma forma os vai fazendo ver que apesar de diferentes, são todos iguais, permitindo assim a que crianças como a Madalena cresçam num ambiente saudável onde a diferença não é sinónimo de descriminação.
No entanto e como tu também dizes, considero que essa integração deverá ser feita com muita atenção e muito cuidado, caso a caso, criança a criança.
Quanto ao Afonsinho, só o futuro o dirá...sendo que se olhares para o passado vês o lindo percurso que já percorreram.
Beijinhos Especiais
Li com muita atenção tudo quanto descrevem, mas atenção Claudia
não te esqueças que a Madalena para além de estar protegida num colégio, assim como os outros meninos, trata-se de um colégio particular, com caracteristas famíliares e muito pequeno.
E como é nas escolas públicas???
E nos colégios maiores???
E os casos nas escolas públicas, onde áh agressões a toda a gente e não á segurança para ninguém.
Para crinças sem problemas, já é dificíl, emagina as com problemas.
É um assunto que tem que voltar a ser pensado não achas?
Beijocas gordas :) Para todos
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