Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

sábado, 20 de setembro de 2008

A educadora

Na 3ª feira, tivemos a primeira sessão com a educadora de ensino especial.

Expectativas, muitas!!!

Esperava um trabalho diferente de todas as terapias que o Afonsinho faz. Trabalho para ajudar no desenvolvimento cognitivo, com trabalho motor de postura, posicionamento e manipulação.

A educadora mostrou-se muito interessada em conhecer o trabalho já desenvolvido pela equipa multidisciplinar da Liga. Assim, na sexta-feira acompanhou o F. e o Afonsinho às sessões de TO e de fisioterapia. Os terapeutas falaram-lhe das evoluções do Afonsinho e da importância do posicionamento e da postura.

SENTAR, a palavra de ordem mas, também esticar os braços e as pernas (alongamentos), posição dorsal, manipulação de texturas e objectos para ajudar à perca de sensibilidade.

Ok, até aqui tudo bem, afinal é isso que eu faço todos os dias, e mais algumas coisitas...

O que aconteceu foi tudo menos isto!!!!

Eu sei que tenho um MAU FEITIO desgraçado, que sou muito exigente e podia continuar...

Durante uma hora e meia assisti a uma tentativa, falhada, de desenvolver trabalho motor. TENTAR (porque não sabe como o fazer) que o Afonsinho rolasse (o que ele já faz sozinho), SENTAR ao colo com uma postura incorrecta e dentro da piscina de bolas (onde, claro, tem imensa dificuldade para se equilibrar).

O Afonso, foi colaborando, parecendo solidário com tanto disparate e eu que queria dar-lhe liberdade para executar o trabalho da forma que achasse mais correcta, fui obrigada a intervir para minorar a situação. Assim, ainda coloquei as talas e sentei-o no chão, explicando-lhe que assim fazia alongamento das pernas e mantinha uma postura mais adequada.

Por alguns períodos falou com ele, dizendo OLÁ em tom muito alto (perante o olhar admirado do meu pequenito, que afinal não é surdo), pretendendo que ele conheça o seu "olá" para a começar a conhecer e a distinguir. Desculpe???

Mostrou-se humilde e aceitou as minhas sugestões. Disse estar disponível para colaborar com a família, ouvindo e tentando arranjar soluções para algum problema ou dúvida. Que o trabalho de intervenção precoce, tem que ser feito com a família, que eu podia confiar nela, e quem mandava na organização das sessões era eu. Podíamos trabalhar com o Afonso, como podíamos ir tomar café, se eu assim o desejasse, como podíamos simplesmente falar...

Desta disponibilidade eu até gostei e SEI que foi APENAS a PRIMEIRA sessão mas, senti-me desiludida e triste, pelo ESFORÇO INGLÓRIO do Afonsinho, que duas horas depois rumou à Liga para as sessões de terapia da fala e de fisioterapia.

6 comentários:

CláudiaMG disse...

Bem "d" nem sei o que te diga...

Já agora e porque me esqueci, foi-te apresentado algum Plano Educativo? É que no nosso caso apresentaram-nos um Plano com os objectivos que se pretendiam atingir com o Guilherme a nível de desenvolvimento cognitivo.
Eu acho que deverias falar com a Educadora, visto a sessão não ter corrido como pensavas e perguntar-lhe quais são as áreas que ela está a pensar intervir e de que forma.
Acho que no vosso caso é muito importante perceber qual é o trabalho que a Educadora pretende fazer, até porque as suas competências serão certamente na área do ensino especial e não na fisioterapia.
Pessoalmente fiquei um pouco "arrepiada" com o que contaste!!! E se fosse comigo certamente teria tido a mesma reacção que tu.

Um grande beijinhos

CláudiaR

Mãe Sisa disse...

Esse tal sonoro "Olá" até é, de certa forma, frequente quando as pessoas não os conhecem e fazem a associação "PC = surdez ou audição dimunuída", o que é errado!
Lá estamos nós (mães) mais uma vez a "engolirmos" a ingenuidade de algumas pessoas, em prol dos nossos filhos.

Quando o Principezinho teve as primeiras sessões com a Edc. EE eu também achei que aquilo não ía chegar a lado nenhum, parecia que não estava sequer habituada a trabalhar com crianças c/ NEE e aquilo irritava-me um bocado.

A minhã mãe (avó Tété) é educadora de infância e começou a trabalhar no ensino especial (numa cooperativa) há cerca de 11 ou 12 anos. Depois de ela me dar o seu próprio exemplo das dificuldades que sentiu no início, ou até de cada vez que muda de grupo e tem que aprender a conhecê-los e a interpretá-los é que eu comecei a ser mais paciente... Isto porque, para mim, não há melhor profissional que a minha mãe, com tamanha entrega, dedicação e carinho pelos miúdos. Por isto e porque comecei a ver que a Edc. realmente se esforçava para fazer o melhor que sabia.
Não percas já a confiança. Afinal de contas, foi apenas a 1ª sessão!
E também sei que nós, mães, por norma fazemo-las sentir mais ansiosas porque estamos ali a controlar tudo!!!
Abraço

Dina disse...

Olá,

Eu sei que foi só a primeira vezes e até a achei esforçada e interessada.
O meu problema é o Afonso, que depois desta sessão de 1h30 segue para mais duas sessões de terapia (fala e fisio), por isso tem mesmo que ser produtivo, com aprendizagem e competências a atingir, porque o esforço (cansaço) do Afonso tem de ser muito bem aplicado.

Beijinhos e obrigada por nos continuarem a acompanhar...

Grilinha disse...

Bem...estou bem a perceber.
É muito inglório desperdiçar tempo de atenção e cansar o Afonso com algo que não vale a pena. Mas tem de ser dar o beneficio da dúvida pois foi a primeira vez.

Ela deve primeiro fazer uma avaliação e a muito curto prazo apresentar um plano educativo que terás de aprovar formalmente.

No nosso caso o apoio educativo foi desde os 9 meses e tem sido muito estimulante para o JP. Se há muita coisa que já faço, há muitas outras que sempre passam e a estimulação é mais global.

Espero que brevemente dêem o vosso tempo por mais bem empregue.

P.S: A técnica tem especialização em ensino especial ???? Deveria ter, mas averigua.

CláudiaMG disse...

Bem amiga "d"

E cá venho eu comentar outra vez, isto mais parece um fórum do que um Blog....lol....
É importante o que disse a Grilinha, no nosso caso a Educadora formou-se na área da Educação Especial, fez já algumas especializações também na mesma área e é uma pessoa muito atenta e muito dedicada ao trabalho que faz.
Infelizmente ainda estamos à espera dela. Sei que em muitos casos as Educadoras não têm experiência no Ensino Especial e depois advêm uma data de dificuldades.
Ficamos à espera da vossa segunda sessão, mas acredito que será muito mais produtiva.

Uma coisa muito positiva foi ela querer perceber o que o Afonsinho fazia nas outras Terapias, isso é excelente até para fazer um trabalho em conjunto.

Boa sorte "d", verás que as coisas irão melhorar certamente.

Beijinhos
Cláudia

Dina disse...

Olá, obrigada pelas dicas e conselhos.

Este blogue pode ser batizado com o nome de forumblogue ou blogueforum mas, o importante mesmo, é a vossa opinião e a vossa ajuda.

beijinhos

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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