Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

domingo, 31 de agosto de 2008

Dentinhos

O Afonsinho, passou a ultima semana doentinho.

Teve febre ligeira, comeu e dormiu muito mal. A razão são os novos dentinhos.

Neste momento o Afonsinho tem SEIS dentinhos a romper, três deles já sairam mas, os outros três ainda lutam com as gengivas, vermelhas e inchadas, para as conseguirem romper.

Mas, como em tudo na vida há sempre um lado positivo...

Uma vez o pediatra disse-nos, meio a sério meio a brincar, que o Afonso tinha o "termostato" avariado. Na altura não demos grande importância mas, com o decorrer do tempo, chegámos à conclusão que as "doenças" que o Afonsinho teve, não tinham gravidade para provocar os febrões (40 graus). Havia também outra situação que não entendíamos, a dor. Uma vez, em Maio, ele bateu com bastante força (ficou negro) com a testa nos óculos da avó. A avó ficou aflita mas, o Afonsinho nem deu por ela. Começámos a reparar que em alguns sítios não sentia dor.
Começámos a pensar, que as áreas que controlam, a temperatura e a dor, estavam afectadas.
Agora já sente dor e a febre, nesta situação, foi perfeitamente normal (38 graus). Parece que começa a haver controle destas situações. Que melhor notícia se pode ter, do que perceber, que apesar de ser muito devagar, o trabalho e esforço do Afonsinho começam a dar resultados.

Só temos motivos para sorrir e de boca aberta para mostrar-mos os novos dentinhos...

5 comentários:

Grilinha disse...

Olá !

Que boas novidades.
Nunca me tinha ocorrido que essas funções tão vitais poderiam ser comprometidas de alguma forma...
até que um dia alguém me falou de um menino que não tinha a informação de "saciedade" e comia até rebentar. Ainda pensei que o JP por ser um grande comilão poderia então ter essa problema, mas felizmente não. De qq forma, acredito que o corpo "arranja" formas para se restabelecer. E ainda bem que notas diferenças no Afonsinho.

Um beijinho muito grande

Dina disse...

Olá, olá

Então essas férias?

O Afonsinho, agora que falas nisso, nunca tem fome, excepto quando acorda à noite e se mostra incomodado e chorão. Devido às dificuldades alimentares, nunca me pude dar ao "luxo" de esperar que ele tivesse fome, por isso dou-lhe as refeições às horas estipuladas. De qualquer maneira, também a este nivel já sinto diferenças, distingue bem o peixe da carne e se lhe der no meio da refeição fruta com bolacha deixa logo de refilar. Gosta de chocolate e de doces e no café pede bolo (com o olhar claro!) e quando lhe pergunto se quer queque, começa a mexer a boca (abrir e a fechar) sinal que quer papa.

beijinhos

CláudiaMG disse...

Bem com tantos dentinhos a "rebentar" não é de estranhar que ele se sinta mais indisposto. Imagina o que deve doer para nascer um dente, se a nós adultos é das piores dores, nem quero imaginar o que será nos bébés.

É engraçado...ao ler o teu post, lembro-me que já não é a primeira vez que penso que o Guilherme é insensível à dor, ou então não tem tanta sensibilidade, nunca falei nisso com nenhum médico, mas o que é certo é que o meu reguila quando cai ou quando se aleija (tipo entalar os dedos, ou a mão, esfolar os joelhos), raramente chora, ele cai, dá cabeçadas e nada, inclusivé por vezes pega em coisas que estão quentes e nem se queixa. Eu por diversas vezes já comentei com o meu marido e com a minha mãe que acho que ele tem menos sensibilidade que o normal. Lembro-me que quando ele era mais pequeno a fisioteraputa dizia para estimular muito o Guilherme com texturas diferentes ao nível das mãos e dos pés, pois estes meninos tendencialmente acabam por ir perdendo a sensibilidade, na altura não associei muito à situação de dor, mas hoje começo a perceber que é uma verdade.

Quanto ao Afonsinho, ainda bem que ele está a começar a normalizar o seu "termostato".

Beijinhos
CláudiaR

Mãe Sisa disse...

Tantas coisas... ao JM, os dentes também nasceram aos pares!!!
Em relação a essa questão da dor: é exactamente igual. O nível de dor dele não é igual ao das outras crianças. Apesar de já termos comentado isso diversas vezes lá no hospital, sempre associámos à doença pulmonar e não à PC. E os profissionais de saúde concordaram connosco. Por exemplo: já há algum tempo, lá no (nosso) hospital começaram a utilizar a escala de dor para auxiliar à triagem pediátrica e uma das vezes pedi à enfermeira para perguntar ao JM... Em plena crise respiratória ele indicou o boneco do meio (escala de 0 a 10 com bonecos tipo "smile"). Como era 1 enfermeira que já o conhece há muito tempo ela disse que era normal ele ter a consciência que não estava com a dor pior, tendo em conta todas as vezes que já esteve ventilado!
Quanto às texturas: nunca ponderei a hipótese dele perder a sensibilidade, antes pelo contrário, sempre foi e continua a ser muito sensível a qualquer textura.
Bjs

Dina disse...

Olá,obrigada por continuar a passar por aqui.

O Afonsinho sofre de hiper-sensibilidade nas mãos, face e intra-oral (dentro da boca), ou seja, quando lhe tocamos, despoletamos uma reacção de desconforto a que responde com hiper-extensão (estica-se), espasmos nos membros superiores e espasmos de abertura da boca. Não conseguimos que aceite "coisas" dentro da boca (as mãos,a chucha, por exemplo). Felizmente esta situação está bastante melhor e penso que caminhamos para a normalização, devagarinho vamos lá!!!

A falta de sensibildade à dor é completamente diferente. É bater e não sentir dor nem desconforto o que no caso do Afonsinho é totalmente o oposto da hiper-sensibilidade.

Contraditório, não é?

Beijinhos

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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