Perguntam-me:
Como é que consegues encarar, tudo assim, de forma tão normal?
Eu respondo:
Primeiro, pensei que não me estava a acontecer, acreditei que tudo ia ficar bem.
Depois, o FUTURO, a minha grande preocupação eram os meus FILHOS, o que tinha eu criado para eles? Como iria ser a vida da C. e do G. com um irmão doente, porque paralisia cerebral para mim era uma doença, era ficar numa cama, totalmente incapacitado, sem se mexer, sem comer, com cuidados permanentes.
A seguir, uma enorme pena de mim mesma mas, um dia percebi que a minha vida não ia mudar nada… ia continuar autónoma, a falar, a andar, a comer, a minha vida, o meu eu, continuavam iguais, não precisava de ter pena de mim, nem de ninguém porque é possível lutar!
Como é que consegues encarar, tudo assim, de forma tão normal?
Eu respondo:
Primeiro, pensei que não me estava a acontecer, acreditei que tudo ia ficar bem.
Depois, o FUTURO, a minha grande preocupação eram os meus FILHOS, o que tinha eu criado para eles? Como iria ser a vida da C. e do G. com um irmão doente, porque paralisia cerebral para mim era uma doença, era ficar numa cama, totalmente incapacitado, sem se mexer, sem comer, com cuidados permanentes.
A seguir, uma enorme pena de mim mesma mas, um dia percebi que a minha vida não ia mudar nada… ia continuar autónoma, a falar, a andar, a comer, a minha vida, o meu eu, continuavam iguais, não precisava de ter pena de mim, nem de ninguém porque é possível lutar!
LUTAR contra as limitações e as dificuldades;
LUTAR contra a indiferença e fazer diferença;
LUTAR contra os rótulos;
E acreditar!
ACREDITAR que se pode vencer as limitações e minorá-las;
ACREDITAR que se pode ser autónomo;
ACREDITAR que se vive um dia de cada vez;
ACREDITAR que se pode ser feliz, MUITO FELIZ;
ACREDITAR, que se pode encher de cor um retrato a preto e branco.
ACREDITAR que se pode ser autónomo;
ACREDITAR que se vive um dia de cada vez;
ACREDITAR que se pode ser feliz, MUITO FELIZ;
ACREDITAR, que se pode encher de cor um retrato a preto e branco.
E não há, de facto, nada mais normal… do que sorrir, do que sonhar, do que viver momentos felizes, do que sentir um amor infinito, do que amar assim…
2 comentários:
Cunhada, confesso-te que estou impressionado com tanta coragem!! Não porque não pensasse que não a tivesses, mas porque, realmente, é admirável a forma como todos - tu, o F., a C. e o G. - se mantêm tão firmes e unidos nesta causa maior. A tua cunhada I. não consegue parar de chorar quando lê o que tu escreves. Ainda ontem, em casa, ligámos o portátil para também a avó do Afonsinho, a M., ficar "por dentro". Os blogs deixaram de ser, como se vê, uma questão geracional. Até os avós já "navegam"... Queria só dizer-te, por agora, que vou estar aqui regularmente para saber TUDO, TUDO, TUDO o que nos puderes dizer sobre o Afonso! E, tenho a certeza, o melhor ainda está para vir. Beijinho grande para ti e para a C. E grandes abraços para o F. e o G.
NF
Ah, queria dizer-te mais uma coisa. Há uns meses (talvez em Março, não consigo precisar) estavam vocês lá em Sesimbra quando te disse que em Junho iria estar na Suíça, a trabalhar no Euro 2008. "Deve ser uma experiência muito interessante", disseste-me. Nunca mais falámos no assunto. Passaram meses e foi precisamente em Genebra, na passada quinta-feira, 12 de Junho, que a tua cunhada I. me telefonou, com aquela voz trémula, que não engana ninguém, para me contar a existência deste blog. Eu estava de pé, junto ao Media Center, deviam faltar aí 20 minutos para começar o Portugal-República Checa.Assim que soube "voei" de imediato para o portátil, que estava ligado na tribuna de imprensa, já no estádio. Entrei no Internet Explorer, mandei sms à I. a pedir o link e acedi ao "Anjo da Luz", ali mesmo em pleno Stade de Genève, agora com o jogo já praticamente a começar. Bandeiras ao alto e "A Portuguesa" prestes a ouvir-se. Perguntou-me o meu colega João R.R. sentado ao meu lado, o que se passava comigo: "Então mano (é assim que ele me trata), estás emocionado? Que se passa?" Respondi-lhe: "É verdade, Jonhy (é assim que o trato), fico sempre assim quando ouço o hino. É aquela pele de galinha, tás a ver?..."
Tinhas razão, cunhada. O Euro foi uma experiência muito interessante. Espero que Portugal ganhe o próximo jogo porque ainda devo lá ter que voltar. De preferência, para a final.
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