Hoje fui fazer um exame, uma mamografia e ecografia mamária (está tudo bem) e a C. teve consulta de rotina e está óptima. Com tudo isto, chegámos à Liga em cima da hora e sem almoçar. Pedimos à terapeuta se era possível ficar com o Afonsinho enquanto nós íamos almoçar.
O Afonsinho fez uma parte da sessão de terapia da fala, pela primeira vez, sozinho com a terapeuta, refilou, chorou, fez beicinho mas, também ficou um bocadinho muito, muito pequenino mais autónomo, tenho que começar a cortar o cordão umbilical. Hoje levei papa de fruta para o lanche. A terapeuta gostou de ver o Afonsinho a comer, a postura continua má (faz hiper-extensão) e come no meu colo mas, segundo a terapeuta a língua está a funcionar como deve de ser, os movimentos são mais correctos e não parece o menino que ela viu comer há cerca de 2 meses atrás. Foi difícil para mim mas, até correu bem afinal a assistência era "poderosa" mas amiga, a fisioterapeuta, a assistente social, a auxiliar e a terapeuta da fala.
Hoje, na fisioterapia entregaram-me o relatório, que foi elaborado pelos três terapeutas e a assistente social, para referenciarem o Afonso junto da equipa de intervenção precoce da Amadora (educadoras de ensino especial). Já na 5ª feira a fisioterapeuta me tinha falado no relatório, na altura não lhe disse nada mas, a minha cara deve ter demonstrado o pavor que tenho destas situações. Assim, preparei-me para ler, o que já sabia à partida que não queria ler mas, tive uma grande surpresa não pelo que estava escrito, as palavras estavam lá, "grave" e "comprometido" mas, pelo cuidado, imediato, com que a fisioterapeuta me abordou, fazendo questão de me explicar, mesmo antes de eu ler, que as ditas palavras eram necessárias para pedir o apoio para o Afonso e que sem elas era bastante difícil conseguir mas, que não era a opinião dos terapeutas e que o Afonsinho tem vindo a fazer evoluções espectaculares. Disse-lhe que não era necessário explicar-se e que não era a primeira vez que a situação do Afonso não era descrita no papel como se passa no dia a dia mas, também é difícil escrever um relatório diário com cada pequena, pequenina evolução que ele faz.
Acabámos por ficar na conversa, por mais 45 minutos, parecíamos amigas de longa data, eu e a "assistência", falámos de coisas banais, coisas de mulheres e afinal o dia acabou por correr bem melhor do que estava à espera, talvez também eu, devagar, devagarinho consiga ultrapassar os meus medos, as minhas dúvidas, as minhas mágoas, talvez também eu consiga evoluir de forma espectacular...
1 comentário:
Querida, nunca serás indiferente a palavras dessas, mas a tua forma de encarar o que ouves, muda muito com o tempo. Já ouvi muitas coisas, coisas dispersas, contraditórias.
- Com UMA semana de idade o JP não tomava atenção (e era suposto tomar atenção com 1 semana????) e depois passou a ser um miúdo super-interessado e atento.
- Julgaram que o JP tinha epilepsia, depois afinal já era mais que óbvio que não tinha...
-Já ouvi médicos a dizer que se tinham enganado.
-Com 2 anos e meio disseram-me que o JP tinha movimentos involuntários, agora já óbvio que nunca os teve.
Eu sei lá a infinidade de situações. O facto é que comecei a encarar de uma forma mais leve, como que levando pouco a sério as constatações antes de religiosamente comprovadas.
Vais ver que apesar de sempre te sentires, com o tempo vais passar a interessar-te mais sobre o que vês e o que pensas, do que o que te dizem.
Um beijinho e muita força, sempre !
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