Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Intimidade


Texto e fotografia retirados do Blogue Cheiro de flor quando ri



Foto de Paulo Garcez

Algumas pessoas se destacam para nós. Não há argumento capaz de nos fazer entender exatamente como isso acontece. Porquê dançam conosco com mais leveza nessa coreografia bela, e tantas vezes atrapalhada, dos encontros humanos. Muitas vezes tentamos explicar, em vão, a medida do nosso bem-querer. A doçura de que é feito o olhar que lhes dirigimos. O sentimento que nos move para ajudá-las a despertar um único sorriso.

Não importa quando as encontramos no nosso caminho. Parece que estão na nossa vida desde sempre e que mesmo depois dela permanecerão conosco. É tão rico compartilhar a jornada com elas que nos surpreende lembrar de que houve um tempo em que ainda não sabíamos que existiam. É até possível que tenhamos sentido saudade mesmo antes de conhecê-las. O que sentimos vibra além dos papéis, das afinidades, da roupa de gente que usam. Transcende a forma. Remete à essência. Toca o que a gente não vê. O que não passa. O que é.


Por elas nos sentimos capazes das belezas mais inéditas. Se estão felizes, é como se a festa fosse nossa. Se estão em perigo, o aperto é nosso também. Com elas, o coração da gente descansa. Nós nos sentimos em casa, descalços, vestidos de nós mesmos. O afeto flui com facilidade rara. Somos aceitos, amados, bem-vindos, quando o tempo é de sol e quando o tempo é de chuva. Na expressão das nossas virtudes e na revelação das nossas limitações. Com elas, experimentamos mais nitidamente a dádiva da troca nesse longo caminho de aprendizado do amor.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ainda demora muito a chegar o Verão?

Fotografia Maria Salvador
Mais uma noite em claro...

Desde o inicio de Outubro, que o Afonsinho tem estado doentito. Constipadito, sempre com o pingo no nariz, febre e agora tosse e muito, muito queixume.

Esta noite não o conseguíamos calar, tentámos de tudo, cantar, dançar, palmadinhas nas costas, no rabo, leitinho, papa, soro fisiológico, brufen, benuron, bocagel, continua com 3 dentes a romper, apanhar o ar da noite e nada. Cada vez que adormecia vinha a tosse e lá acordava mais uma vez.

As horas foram passando e não melhorava, acabámos por fazer um aerosol com ventilan (apesar de não ter dificuldades respiratórias) para ver se a expectoração se tornava mais liquida e se "desagarrava", lá conseguimos ter algum sucesso e o Afonsinho conseguiu descansar um bocadinho.
De manhã acordou com quase 40 graus de febre, após ter tomado mais uma vez brufen, a febre começou a ceder. Consegui que comesse relativamente bem a papa láctea mas, continuou muito queixoso. Decidi pôr-lhe um bebegel, pois achei que podia ter dores de barriga e realmente fez um cocó enorme.

Estava tão cansado que acabou por adormecer um bocadinho, quando acordou o mesmo queixume, acabei por fazer outro aerosol e finalmente começou a melhorar e acabou por adormecer.

Hoje não foi à escolinha e tivemos que cancelar a hipoterapia e hidroterapia.

Estas constipações, apesar de ligeiras (felizmente) mantém-nos sempre em alerta e estão constantemente a impedir o Afonsinho de ir à escolinha e às terapias.
Ainda demora muito a chegar o Verão?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Caixinha de BOAS surpresas...


Hoje, o Afonsinho acordou muito cedo, estava muito rabugento e doentinho. Comeu bem ao pequeno almoço enquanto víamos o "burrinho trotro" na Rtp2.

Enquanto me estava a despachar adormeceu e estava mesmo sem vontade de o levar para a escolinha mas, entretanto acordou e lá fomos, já bastante atrasados.

Na cadeirinha do carro a história do costume, chorar, chorar e chorar...

Hoje achei que estava a chorar com menos força mas, cada vez que falava com ele gritava em resposta.

É desesperante, já passou mais um mês e continua tudo igual, neste campo não conseguimos que o Afonsinho evolua e melhore.

Quando fui buscar o Afonsinho à escola, a P. disse que ele tinha estado mais quietinho do que o costume mas, que tinha dito "olá".

De tarde fomos para a fisioterapia e a terapia da fala. Estava muito rabugento e queixoso, cada vez que tossia queixava-se e chorava. Fez exercícios muito leves mas foi melhorando à medida que a sessão avançava.

Pensávamos que não seria possível fazer a sessão de terapia da fala. Começou mal com muitas queixa mas, depois enquanto brincava com ele a terapeuta foi fazendo os exercidos. Colaborou TOTALMENTE em todos os exercícios, fez exercícios novos de "pressão leve" que até hoje nunca tinha aceite, sem qualquer birrise ou reacção. A terapeuta estava estupefacta, não queria acreditar. Correu tão bem, que se na quinta feira a reacção for a mesma vamos mudar de plano e subir mais um degrau. Baixar o tónus da face e intra-oral e treino alimentar.

Este miúdo é uma verdadeira caixinha de BOAS surpresas!!!

Continuamos o nosso caminho, sempre, sempre a caminhar...

Novamente integrado


Hoje, regressámos à escola, mas o afonsinho ainda está um bocadinho constipadito.

Quando chegámos, já bastante atrasados (eu não sei o que faço ao tempo, pois levanto-me às 06h45 e nunca me consigo despachar a horas) já lá estava a nossa "querida" educadora de n.e.e. ou de intervenção precoce, a partir de agora vou-me referir a ela como Mj, senão estou sempre a escrever o mesmo.

Começou por dizer que o Afonsinho já estava novamente integrado e que eu não tinha percebido, alguma das coisas que ela tinha dito. Tentei terminar a conversa ali, dizendo que tinha o carro mal estacionado mas, ela não se calou. Mais uma vez, passou o limite, não percebendo que a salinha do Afosinho com a P. presente não é local de conversas, muito menos desta.

Então disse-me que eu tinha percebido mal e quem tinha tomado a decisão de retirar o Afonso tinha sido a "Equipa das escolas" e não o Conselho Executivo e que o apoio indirecto, não era por telefone, duas vezes por mês falariam com a educadora (neste caso a P.) por telefone e se ela tivesse alguma dúvida ela dirigia-se à escola para falar com ela, disse-me também que eles tinham ficado assustados com o meu mail e que para a próxima eles que informassem os pais por escrito, porque não gosta de ser acusada do que não fez, blá,blá,blá...

Enfim, se não fosse uma situação tão grave, a minha vontade era mesmo de rir, com tanta "estupidez" junta.

Mas, o melhor estava para acontecer, é que o Conselho Executivo (afinal decide ou não decide nesta equipa de IP?) decidiu que o Afonso devia BENEFICIAR de mais um tempo, por semana e perguntou-me se podia combinar com a P.

Fiquei indecisa mas, disse-lhe que por mim tudo bem, desde que a P. concordasse.

Quando fui buscar o Afonsinho à escola, perguntei à P. se a Mj se tinha "portado" bem e se tinha cantado melhor. Respondeu-me com um sorriso amarelo e disse-me que continuava a cantar muito mal e que falava muito.

Pois é, aqui estão os meus receios a confirmarem-se!

Disse à P., que ela é muito imatura (não sei a idade dela) e que escolheu a profissão errada, pois tem mais jeito para lidar com casos sociais, a P. respondeu-me que também era a opinião dela.

Estas atitudes não auguram nada de bom, no apoio desta educadora ao afonsinho mas, como a P. é excelente, muito atenta e interessada tenho a certeza que puxará a Mj para o caminho certo, se não conseguir terei que encontrar outra solução.

Gratidão

Este texto e fotografia foi retirado do blogue Cheiro de flor quando ri. Este blogue têm sido para mim, uma boa descoberta, com textos que me tocam a alma e aquecem o coração.


Foto de Klaudya Ricarto


Quando lembro o quanto algumas pessoas me ajudam com o seu olhar amoroso, ao longo da estrada, sinto um ventinho bom percorrer meu coração e arrepiar a vida toda de contentamento. Um ventinho quente, parecido com o que toca a minha pele quando caminho na beira da praia nas manhãs azuis que ainda se espreguiçam. A pele é o lado de fora do sentimento.

Quando lembro de cada nova muda de afeto que recebo e vejo florescer devagarinho no meu jardim, a lembrança afasta as nuvens momentâneas e deixa o céu à mostra. Faz um sorriso sereno acontecer em mim. Acende uma música que a gente só consegue ouvir quando a palavra descansa.

Quando lembro que crescer é, no íntimo, um exercício solitário, mas que não estamos sozinhos na sala de aula, saboreio o conforto dessa recordação. Somos mestres e aprendizes uns dos outros, o tempo todo. Estudamos, lado a lado, inúmeras lições, mas também criamos espaço para celebrar os mágicos momentos de recreio. Às vezes, com alguma leveza, até descobrimos juntos um segredo libertador: o aprendizado e o recreio não precisam acontecer separados.

Quando lembro o quanto as nossas vidas se entrelaçam amorosamente com outras vidas nessa tapeçaria de fios sutis dos encontros humanos, a gratidão emerge e se espalha, em ondas de ternura, por toda a orla do peito. Diante de tantas incertezas, essa verdade perene: o amor compartilhado é o sábio curador.Quando lembro, eu agradeço. E respiro macio.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Um mês de escolinha...

Desde que vi a página na net que senti que era esta a escolinha que eu queria para o Afonsinho.

Recebi respostas de outras creches, muito interessantes, bem construídas, com apoio pedagógico direccionado e desta escola não recebi nenhuma resposta. Mandei de novo o mail e quando já me preparava para dirigir à escola para falar com a directora pessoalmente, recebi a resposta que tanto esperava.

"Bom dia,
Em primeiro lugar obrigado pela sua consulta. O (... ) pretende acolher todas as crianças a quem possa dar o seu contributo. Relativamente ao Afonso, se a nossa escola dispuser das condições necessárias para o acompanhar com a qualidade que ele merece, teremos todo o gosto em o receber.

Como se trata de uma frequência a tempo parcial, é possível aceitá-lo. Sugiro que caso mantenha o seu interesse nos contacte directamente no colégio a fim de conversarmos e aferirmos o encontro entre as necessidades do Afonso e a nossa oferta educativa.

Cumprimentos e um beijinho ao Afonso"

Marcámos a entrevista e fomos conhecer a escolinha. Gostámos da Directora, dos espaços exteriores e dos interiores. Sentimos calor humano, dedicação e inscrevemos o Afonsinho.

Pois é, parece que foi ontem mas, já passou um mês!

O Afonsinho fez uma integração, acima de todas as expectativas.

A educadora, a P., muito atenta e interessada desde cedo aprendeu a lidar com o Afonsinho e a tirar o melhor dele.

Até hoje, nunca ficou a chorar quando o deixo de manhã é com um sorriso que vai para o colo da P., tem feito boas evoluções no sentar, que já vai tolerando e nas posições que não gostava (barriga para cima), dá-se bem com os amiguinhos, melhorou na manipulação dos objectos, conseguindo agora agarrar com maior facilidade (em especial à direita). Ao nível do vocalizar, acho que houve um ligeiro retrocesso mas, penso que rapidamente vai recuperar (em casa já responde nitidamente "olá "e o "é bom" já está a ser dirigido para as coisas que ele gosta assim como o "meu").

Começou a dormir a sesta, adormecendo sozinho na caminha.

Estamos muito felizes com a nossa escolha, sentimos que a escola o aceitou. São simpáticas e afavéis, tendo sempre um sorriso e uma palavra carinhosa com o Afonsinho.

A parte negativa (que não tem a ver com a escola) continua a ser a viagem na cadeirinha do carro.

Até agora sentimos que o lema da escola está a ser aplicado.

"Porque cada um dos nossos alunos é único e especial..."

Em pleno...


Este fim de semana o Afonsinho voltou a estar doentinho.

Nada de especial, contispadinho e com febre mas, o suficiente para estarmos sempre em alerta, para comer menos bem e com mais dificuldade.

Hoje, decidimos não ir à escolinha, vamos ficar em casa no miminho.

Hoje, não há trabalho, nem exercícios, apenas uma mamã a desfrutar do seu bebé, em pleno...

Noite de Halloween



Este fim de semana tivemos a festa do halloween, começou na sexta feira à tarde e acabou no sábado perto da hora do jantar.

Preparámos um jantar especial e uma mesa cheia de doces, muitos doces.


Fomos "invadidos" por 4 bruxinhas e 3 bruxinhos.

Mascaram-se, andaram de casa em casa, a pedir doces, brincaram, cantaram e não dormiram...

Os bruxinhos renderam-se ao sonho por voltas das duas horas da manhã e s duas das bruxinhas mais resistentes pelas seis!!! horas da manhã, escusado será dizer que esta festa me provocou uma bela noite em claro!!!

De manhã, demorámos cerca de uma hora a preparar o pequeno almoço: Sumo de laranja natural, ovos mexidos, tostas mistas e frutas (kiwi, abacaxi, manga e pêssego) e a loiça do pequeno almoço encheu uma máquina de loiça.

Gostamos muito de receber os amigos dos nossos filhotes, que se portaram muito bem mas, ficámos a pensar como vivem as famílias que tem sete filhos. É dose...

Até para o ano...

O primeiro baile...


Na sexta feira foi dia das bruxas e o Afonsinho teve o seu primeiro baile.

A P. adorou a roupa que ele levava, ia todo janota.

O Afonsinho, gostou muito do baile. Esteve ao colo da directora, de inicio não aceitou muito bem, fazendo hiper-extensão mas rapidamente se adaptou e ela conseguiu conquistá-lo com a dança e as cócegas. Estava admirada, pois o Afonsinho adorou a musica e o movimento.

Claro, que festa é com ele!!!

De tarde mais uma sessão de terapia ocupacional. O Afonsinho portou-se muito bem, colaborando e fazendo todos os exercidos. O terapeuta voltou a afirmar que ele estava muito melhor, que ainda faltavam vencer muitas batalhas mas que íamos devagarinho, que era preciso dar tempo ao tempo.

Acho curioso, este terapeuta todas as semanas faz um balanço e exprime as suas opiniões sobre a evolução do Afonsinho.

Boa Afonso! Como o terapeuta costuma dizer: "Estás porreiro, pá!!!!!"

Um dia em cheio...

Na quinta feira e pela primeira vez, o Afonsinho passou o dia todo na escolinha, porque a equipa multidisciplinar que o acompanha, foi visitar a escolinha.

O dia começou bem disposto, com o Afonsinho a comer bem o pequeno almoço acompanhado pelo "burrinho trotro", na Rtp2, ele gosta especialmente da musica.


A caminho da escola a choradeira (infelizmente) usual.

Passou a manhã a brincar com os amigos, esteve sentado na cadeirinha nova, sem fazer hiper-extensão e sem birrar (viva!!!) e ainda conseguiu estar sentado no colchão encostado à parede com maior tolerância.

Ao meio dia fui levar o almoço. A P. já estava prevenida da birra que normalmente acompanha a refeição mas, CLARO, a nossa caixinha de surpresas, como sempre surpreendeu-nos. Almoçou lindamente, conseguindo comer para além do peixinho, a fruta com bolacha, sem se ouvir...

A P. adorou e quer experimentar dar-lhe o almoço.

Fiquei muito, mesmo muito contente!!!

Depois do almoço, a P. mudou-lhe a fralda e foi deitá-lo na caminha. A cama é branca em ferro, com um véu branco e um laço em azul, um mimo. O Afonsinho, adormeceu de imediato e dormiu quase duas !!! horas.

Por volta das 15h00, foi para o tapete brincar com a amiga B. Estavam os dois sentadinhos de frente um para o outro e a B. queria tirar-lhe o brinquedo mas, o Afonsinho não deixou. De repente escorregou para a frente e ficou deitado com a cabeça no colo dela, foi um momento fantástico mas, o Afonsinho não chorou, nem pediu ajuda e devagarinho conseguiu sair daquela posição, ficando de barriga para baixo no colchão. VIVA!!!!

Entretanto, os terapeutas acompanhados pela directora (responsável pelo programa de intervenção precoce) chegaram. Explicaram à P. algumas posições e posturas que o Afonsinho devia adaptar e ela explicou-lhes o que costumava fazer.

O Afonsinho está muito bem integrado na salinha e na escolinha.

A equipa gostou muito do espaço e da educadora e ficaram muito surpreendidos, pela positiva com o comportamento do Afonsinho e incentivaram-me a dar o próximo passo: Deixar o Afonsinho comer e dormir na escolinha.

Acho que ainda é muito cedo, estava nos meus planos que isso pudesse acontecer lá para Abril ou Maio mas, também não contava com uma integração e uma aceitação tão boa por parte do Afonsinho assim tão fácil e tão rápida. Vamos ver...

O Afonsinho saiu da escolinha às 16h30, teve um comportamento excelente, ultrapassando qualquer expectativas.

Continuamos, neste nosso caminho, caminho de luz, cada vez mais confiantes e com mais motivos para sorrir...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A companhia do papá


O Afonsinho já tem uma cadeira nova para se sentar na escolinha. A P. acha que já está a reagir melhor com esta cadeira apesar de continuar a birrar e como consegue pôr os pés no chão, também se estica para tentar sair da cadeira.

Hoje quando o fui buscar estava deitado de barriga para cima com os seus 3 amiguinhos e estava muito caladinho (boa!!!)

Tivemos mais duas viagem chorosas, chora tanto que fica super cansado. Hoje na volta para casa estava todo vermelho e com o cabelo todo molhado do esforço que faz.

Hoje tivemos a companhia do papá na hipoterapia.

O Afonsinho não se portou muito bem, pois não dormiu e estava cansadinho mas, ainda brindou o pai com algumas vocalizações e sorrisos quando fazia festinhas ao cavalo.

O Rei Babar


Hoje começámos o nosso dia muito bem dispostos.

O pequeno almoço foi tomado na companhia do "Rei Babar" na RTP2. O Afonsinho comeu lindamente e adorou ver os desenhos animados.

Eu adorei a história, em especial a parte em que perante uma atitude da filha o rei não sabia o que fazer. Deixo aqui as suas palavras

"Mas?
Mas, como é possível?
Mas quem? Como, onde e porquê?"

Ora muito bem, aqui estão as perguntas que eu gostaria de ver respondidas por quem manda na educação deste país, pelo "tal" Conselho Educativo, aquele que não tem culpa, pela Drel, a "tal" assistente do "desmame" gradual, que riscou mas afinal não queria riscar, enfim...

"Amigos", que estão no governo deste país, vejam mais desenhos animados, se não aprenderem nada, pelo menos começam o dia com um ar mais sorridente e feliz!!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Resposta do Conselho Executivo


Recebi, agora, via mail a resposta do Conselho Executivo.

Confesso que já estava à espera, que tentassem "sacudir a água do capote". Afinal neste país as culpas e a responsabilidade morrem sempre solteiras.

Portanto para o C. Executivo foi a educadora que INVENTOU uma declaração para eu assinar.

Mas a educadora reporta a eles e se a decisão não foi tomada pelo C. Executivo veio de alguém "superior" que falou directamente com a educadora e passou "por cima" do C. Executivo.

Vou aguardar tranquilamente pelo desfecho desta situação, cada vez mais convencida que tenho que DENUNCIAR o sucedido.


Vimos por este meio informar V. Exa. que, ao tomar conhecimento da informação dada, de retirar o apoio educativo ao menino Afonso (...), desencadeamos todo o processo a fim de, se esclarecer o sucedido.

Mais acrescento, que a Equipa de Apoio às Escolas já foi informada do e-mail.

O Conselho Executivo solicitou à Educadora de Intervenção Precoce a sua presença, hoje dia 28 de Outubro, no C. Executivo, a fim de se esclarecer a situação, pois Nunca o C. Executivo tomou a decisão de retirar o apoio ao menino Afonso (...).

Com os melhores cumprimentos.


A Presidente do Conselho Executivo

Sorridentes e felizes...

Hoje, iniciámos o nosso dia um bocadinho mais cedo (a mamã acordou com menos preguiça, depois de uma noite bem dormida) e fizemos tudo com imensa calma, até deu tempo para ver um bocadinho de desenhos animadas e da "ilha das cores" que o Afonsinho adora.

Depois da "choradeira" do costume lá chegámos à escolinha, quando me estava a vir embora chegou a educadora de n.e.e.

Quando fui buscar o Afonsinho, estava sentadinho no colchão a brincar com a educadora de n.e.e.

As educadoras estavam muito sorridentes e felizes. O Afonsinho portou-se muito bem, esteve imenso tempo sentado no tapete, brincando com os brinquedos e com a amiguinha B., sempre com um bom equilíbrio da cabeça e do tronco, quando a educadora levantava os brinquedos ele tentava agarrá-los no ar.

Apenas não gostou de estar sentado na cadeira (claro!!!) e não gostou das canções da educadora (ah, afinal ela canta!) a P. disse que não foi o único a não gostar das canções, os amiguinhos também não gostaram! Pelos visto a educadora canta mesmo muito mal!

Fiquei muito admirada, uma vez que fui buscar o Afonsinho perto do meio dia e a sessão com a educadora termina às 10h30.

De regresso a casa, tivemos mais do mesmo, chorar, chorar, chorar.

Talvez por estar cansado, estava muito choroso e birrento. Não queria comer, fez uma enorme birra para lavar os dentes, mudar a fralda e a roupa e para dormir.

Quando trabalhava com crianças e dizia aos pais que se tinham portado muito bem, os pais costumavam dizer. "Porta-se bem aqui e depois vai para casa portar-se mal!". Foi exactamente o que aconteceu com o Afonsinho hoje.

Agora está a dormir, espero que um bom soninho, porque depois vamos para mais uma sessão de fisioterapia e terapia da fala e queremos que o nosso dia continue sorridente, feliz e cheio de cores...

Apoio de educação especial (intervenção precoce)


Falei ontem com a educadora de e.e., para saber se continuava ou não com o Afonsinho.

Disse-me que ainda não lhe tinham devolvido os processos e que não sabia mas, que quando entregou a declaração assinada por mim com a informação que não aceitava a decisão, a assistente do coordenador da Drel para o concelho lhe tinha dito que ela (a educadora) tinha percebido tudo mal e que era para fazer o "desmame" gradual.

A educadora ficou indignada e falou com a presidente do conselho executivo, informando-a que ia continuar com o Afonso até ordem em contrário e que na reunião lhe tinha sido dito que o Afonso "SAIU" da lista, tendo a assistente do coordenador RISCADO o nome do Afonso.

Resumindo e baralhando, segundo a educadora, ficaram "assustados" com o que escrevi e com o meu mail e o apoio não vai ser retirado.

Achei imensa piada à ideia de retirar o apoio gradualmente. A educadora está com o Afonsinho há cerca de um mês e meio (3 sessões em casa) e (1 na escolinha) ainda NÃO conhece o Afonsinho e querem fazer um "desmame" gradual? De quê, de quatro sessões?

Enfim, este país é mesmo o país do faz-de-conta... e tal como eu previa, quem se calou perdeu o apoio!!!

É, realmente, muito triste!!!!
Este país está mesmo virado ao contrário!!!!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A minha poesia...

Este texto foi retirado do blogue Casa de Palavras.


A minha poesia está sem voz...
Porque não tenho mais tempo para ela
Mas está só adormecida, como uma princesa
À espera que o amor, que tenho guardado, a desperte

A minha poesia anda triste, está sem asas...
Como um pássaro engaiolado que não pode voar
Mas se eu libertá-la desta prisão, soltará os versos
Pelo céu, como notas que dançam numa bela canção

Esta poesia que me habita e me alimenta...
Está precisando de férias, de abraço dos amigos
De voltar para casa, depois de uma longa viagem feliz

Esta poesia é que nem eu, que me machuco e levanto
Porque ela confirma que onde há vida, há poesia sempre
E há muita, muita vida neste peito cansado querendo sair

A cadeirinha...


Hoje, quando sentei o Afonsinho na "cadeirinha" não chorou e consegui apertar o cinto em segundos. Viva!!!
Comecei a falar com ele, enquanto colocava o Cd do Avô antigas com a canção do "fantasminha brincalhão". Durante cerca de três minutos, o tempo da canção, comigo a cantar e a bater palmas (quando a estrada o permitia, um dia deste ainda "bato" em alguém) lá foi o Afonsinho muito CALADINHO.

Já estava eu a agradecer a Deus e a todos os santinhos (a sério com fé) quando o Afonsinho desatou a CHORAR. Chorou tanto, tanto, tanto, que as minhas lágrimas, também, começaram a cair. Fiquei completamente de "rastos".

Na volta a situação repetiu-se. Chorar, chorar, chorar...

É tão complicado que a vontade que tenho é desistir. Deixar de o levar para a escolinha.

A escolinha correu bem. O Afonsinho esteve sentado e colaborou um pouquinho mais do que na semana passada. Hoje estive a ver a camisola que foi feita com os pezinhos pintados por eles. Está um mimo.

Hoje, optámos por não ir à piscina, porque o Afonsinho voltou a ter o pingo no nariz e não queremos que volte a constipar-se.

Assim, vamos passar a tarde em casa tranquilamente e fazer os "nossos" exercícios.

Novos e GRANDES ganhos...

Este fim de semana, tivemos grandes melhorias e GRANDES ganhos.
Pela PRIMEIRA VEZ em 22 meses o Afonsinho PEDIU comer. Viva!!!!!
Pois é o Afonsinho este fim de semana comeu lindamente, sem birra e pela primeira vez demonstrou que tinha fome, sendo ele a "pedir" a papa.
Ficámos tão CONTENTES, super felizes!!!!


Outra boa novidade, foi o plano inclinado. Este fim de semana, voltou a colaborar fazendo grandes períodos (cerca de 40 minutos) no plano inclinado, sem chorar ou "birrar", sempre muito bem disposto. Viva !!!!!




As terapias correram muito bem mas, a água da piscina estava muito fria. Informei-me e a temperatura da água é de 24 a 26 graus. Não entendo, pois nas outras piscinas que já frequentámos a temperatura média era de 28 graus. Vamos ter que arranjar outra alternativa com muita pena. Esta piscina tem boas condições, como somos sócios pagamos muito pouco (um valor quase simbólico) e só quando vamos e o melhor de tudo, o horário, não temos horário fixo e podemos ir às horas que nos dão mais jeito.

Este fim de semana foi dedicado aos manos, à sua agenda muito preenchida com festas de aniversário, jogos de futebol e mais importante muito estudo, porque estamos em semanas de testes.

sábado, 25 de outubro de 2008

Para os trintões e não só...


ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES


A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.




E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.

O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos: Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.

Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.

Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente. No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.

Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.

Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'...

Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.

Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.

Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.

Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ... os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)

Este texto foi-me enviado pela minha amiga Mary Jo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um miminho...




Este miminho foi-me oferecido pelas minhas amigas Cláudia e Mãe Sisa.

Obrigada.





"Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano."

Ana Jácomo


O vencedor recebe o prémio e deverá colocá-lo no seu Blog;
Deveremos fazer referência à pessoa que nos endereçou;
Enviar o mesmo prémio para 7 pessoas cujos os Blogues nos inspiram;
Deixar um comentário nos Blogues que selecionamos, para que a pessoa saiba que foi presenteada e quem a presenteou.

Os meus Blogues de Inspiração:

Carta para o conselho executivo


Exmºs Senhores,

Confrontada com a decisão do vosso concelho executivo, em retirar o apoio educativo ao meu filho, AFONSO, junto anexo uma carta onde para além de demonstrar o meu desagrado com a situação criada por Vªs Exs., vos informo que não ACEITO tal decisão.

Assim, espero que reconsiderem e anulem, com efeito imediato, a decisão tomada.

Mais informo, que se na próxima terça-feira esta situação não estiver resolvida, irei enviar esta carta para todos os que estão ligados ao sistema educativo, Câmara Municipal da A., grupos parlamentares e comunicação social.


Melhores cumprimentos,

A., 24 de Outubro de 2008

Conselho Executivo do Agrupamento de Escola da A.
Escola de A. – Programa de Intervenção Precoce


Exmºs Senhores,

O Afonso é acompanhado desde o dia 15 de Setembro de 2008, após ter sido referenciado em 12 de Junho do corrente ano, pelo Programa de Intervenção Precoce da Fundação Liga.
A educadora mostrou-se desde o primeiro momento, muito interessada e disponível, tendo mesmo, por duas vezes, se deslocado à Fundação Liga para assistir e falar com os terapeutas que acompanham o Afonso.

Assim, foi de forma incrédula, que hoje, dia 24 de Outubro, recebi uma declaração, apresentada pela educadora n.e.e., para eu assinar onde constava que tinha sido informada “de forma clara e explicita” que o meu filho DEIXARIA de ter, apoio directo e passaria, caso fosse interesses dos pais, a ter APOIO INDIRECTO (leia-se por telefone. Já agora gostava de saber como se trabalha com uma criança com PC “por telefone”). Fui ainda informada, que esta decisão tem efeito IMEDIATO.

INDIGNADA é como me sinto!

O Afonso é um bebé de 22 meses com PARALISIA CEREBRAL, com um diagnóstico de TETRAPARÉSIA ESPÁSTICA e um grau de INCAPICIDADE de NOVENTA E CINCO POR CENTO e que a partir da próxima semana deixa de ter apoio DIRECTO da educadora de necessidades educativas especiais.

Excelentíssimos senhores, vocês que DECIDEM o bem-estar e os DIREITOS dos filhos que não são vossos, informo-os que não aceito, esta tomada de posição, por parte de Vªs Exas., uma vez que a mesma viola a legislação em vigor e os direitos do meu filho.

Estou à vossa disposição, para vos ajudar a perceber o que é paralisia cerebral, como vive uma família com uma criança com necessidades educativas especiais, quais são as reais necessidades destas famílias, o sofrimento e a luta que enfrentam diariamente num país que ainda continua a brincar ao faz-de-conta…

Melhores cumprimentos,


D.

Indignada!!!!



Hoje, aparecida do nada, surgiu, já connosco em cima da hora, para sair para a terapia ocupacional, a educadora do ensino especial.

Com um ar muito transtornado disse-me que não tinha boas noticias e o que me tinha para dizer não era nada fácil.

Informou-me que por decisão do conselho executivo do nosso agrupamento de escolas, o Afonsinho ia deixar de ter apoio educativo e já a partir da próxima semana. Esta decisão prendia-se com o facto do Afonsinho ter muitos apoios nomeadamente do programa de intervenção precoce da Liga.

Entregou-me uma declaração onde diziam que eu tinha sido "clara e explicitamente" informada que o meu filho deixaria de ter APOIO DIRECTO da educadora de e.e. mas que, e caso fosse do interesse dos pais, poderia ter APOIO INDIRECTO, leia-se por TELEFONE, 2 vezes por mês.

Claro que me deu vontade de rir...
Assinei a dita declaração e acrescentei que não concordava e não aceitava a situação que me era imposta e que agradecia que me informassem, por escrito, os motivos de tal decisão e que iria recorrer aos meios que tinha à minha disposição para denunciar a situação, incluindo os órgãos de comunicação social.
Este país, é realmente o máximo, num concelho com uma população a rondar os 400 mil habitantes, existem três educadoras de e.e. que dão apoio a TRINTA crianças. Alguém consegue acreditar nisto? Será que existem SÓ trintas crianças que necessitam de apoio?
O Afonsinho fica, AGORA, de fora porque há novos casos sinalizados e que têm menos apoios do que o Afonso, porque a mãe do Afonso é uma pessoa interessada e preocupada que trabalha com ele todos os dias e agora está integrado numa boa creche. Palavras da educadora para justificar a decisão do conselho executivo.

1º O Afonso NÃO tem muitos apoios. Na verdade o único apoio que tem, é exactamente este da educadora de e.e. O que o Afonsinho tem, são muitas terapias, PAGAS pelos pais!!!!

2º Afinal parece que para ter apoios, o filhos têm que andar mal vestido e mal nutridos!!!

3º Parece que afinal o que está a "dar" é ser uma má mãe, má cuidadora, assim quem sabe...

4º E já agora viver do rendimento mínimo, talvez também seja uma boa ideia...

5ª Claro, que dar apoio por TELEFONE a crianças com n.e.e, também me parece uma óptima ideia!!!!

Enfim, é tempo de agir, é exactamente o que pretendo fazer. Já seguiu, hoje, um mail com uma carta para este "tal" conselho executivo com a data limite de 3ª feira para que esta decisão seja revogada, se esta não resolver o assunto, já estamos preparados para informar tudo o que é órgão de decisão deste país, passando, claro, pela comunicação social!!!

Esta equipa de educadoras de e.e. está, para mim, muito longe do funcionamento ideal que estas equipas deveriam ter.

Estão mal acompanhadas, sozinhas, não estão inseridas nas equipas devidas e com os apoios devidos.

A educadora do Afonsinho é imatura e revela pouca experiência para lidar com casos como o do Afonsinho mas, é uma pessoa interessada e disponível.

Este apoio, ainda é mantido por nós, apesar de algum descontentamento, pois optámos por dar tempo, para que haja uma adaptação e contamos que com o tempo, o trabalhado levado a cabo com o Afonsinho possa vir a ser melhorado.

Acima, de tudo, este apoio é um DIREITO do Afonsinho e se algum dia deixar de o ser, será, unica e exclusivamente por decisão nossas, dos pais e cuidadores e NUNCA por interesse do estado em poupar uns euros e não colocar os docentes necessários.

Neste país, não se colocam educadoras do ensino especial, existem milhares no desemprego, a serem pagas com o nosso dinheiro, para não trabalhar, e retiram-se crianças que necessitam destes apoios.

O Afonsinho, felizmente, neste momento não necessita deste apoio mas, quantas crianças, cujas mães não se chamam D. ficaram hoje sem apoio?

Balanço da semana

Esta semana conseguimos cumprir todas as terapias.

Na segunda-feira fomos à natação com boa colaboração do Afonsinho, portou-se tão bem, que ao fim de quinze minutos!!! já tínhamos feitos todos os exercícios.

Na terça feira, foi dia de terapia da fala e fisioterapia.

Na quarta feira fomos à hipoterapia. A sessão correu bem mas, com dois momentos distintos. O trabalho, os exercícios foram executados com alguma refilisse pelo meio e a brincadeira, com demonstrações de prazer, vocalizações e sorrisos por parte do Afonsinho. Cada vez está mais apaixonado pelo cavalo, gosta de lhe fazer festinha e puxar os pelos da crina.

Na quinta-feira começámos pela fisioterapia, não o ouvimos, fez todos os exercícios com colaboração total, eu e a terapeuta adorámos ver o "nosso" menino com uma atitude tão favorável. Na terapia da fala, já não podemos dizer o mesmo, neste momento, é a terapia da "birrise", não colabora ou colabora muito pouco mas, também é a terapia mais agressiva e mais difícil. Pincel, na cara, nas mãos, nos pés, vibrador e mais vibradores nas bochechas, nos lábios, na testa, nas sobrancelhas, nas mãos, gelo, pressões dentro da boca, com os dedos, com vibradores, exercícios respiratórios... ufa, é mesmo muito exercício. Vamos com calma, pois é aqui que se notam as grandes melhorias mas, também era aqui que haviam as maiores dificuldades e estou convencida que depois de passar esta fase dos dentitos tudo vai correr melhor.

Na sexta-feira, foi dia de terapia ocupacional, com uma sessão alargada, sentar, sentar e sentar... O Afonsinho fez todos os exercícios e não se ouviu, colaboração total.

Amanhã ainda há uma sessão de acunpuctura e hidroterapia.

A escolinha correu muito bem, com muito insistência por parte da educadora no sentar. Já mostra alguma melhoria quando sentado sozinho no tapete, após estar sentado encostado à parede (que está forrada com material dos colchões e tem um varão para se agarrarem), apresenta uma postura melhor e com bom equilíbrio da cabeça e do tronco o que mostra que a "informação" está a ficar guardada. Melhoria também na posição dorsal (barriga para cima) e na manipulação dos objectos, neste momento com a mão direita já consegue agarrar, com relativa facilidade, os brinquedos não provocando espasmo do resto do braço , yuppiii!!!!

A alimentação melhorou e continuamos a lavar os dentinhos com as compressas e os exercícios de pressão.

Consegui que adormecesse sozinho, alguns dias, para fazer a sesta. As noites foram dificeis.

Continuamos a fazer os nossos exercícios todos os dias.

Plano inclinado, para fazer carga e ganhar força nas pernas, que agora é mais uma dor de cabeça, porque não quer fazer e farta-se de "birrar", talas para obrigar as pernas a alongar e nos braços para ganhar força e mantê-los esticados com as mãos abertas e apoiadas e as talinhas nos dedos e ainda temos tempo para brincar no tapete.

Todas as noites adormecemos com uma história contada pela mana com a ajuda da mamã

Temos, portanto um balanço de semana, muito POSITIVO...

Continuamos o nosso caminho, de mãos dadas e corações abraçados...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Plano de Intervenção Precoce 2008/2009

Ontem, à tarde retomámos as terapias na Liga.

As terapeutas já estavam com saudades do Afonsinho.

Na fisioterapia portou-se muito bem, colaborando e fazendo todos os exercícios. Ontem começou a fazer um exercícios novo, com algum, sucesso, a posição de gatinhar. O Afonsinho já coloca as pernas na posição de gatinhar mas, ainda tem pouca força nos braços. Ontem conseguiu manter durante algum tempo a posição.

Depois, terapia da fala, fez a sessão sozinho com a terapeuta, enquanto eu fazia com a fisioterapeuta e responsável de caso, o Plano de intervenção precoce para este ano lectivo. Portou-se relativamente bem, apesar de "rabujar" nos exercícios intra-oral mas, também tem os molares a romper e tem as gengivas muito inchadas e sensíveis. Para quem esteve uma semana sem fazer terapias até que não correu muito mal.

Em Abril, quando chegámos à Liga, demorámos varias horas, para elaborar o PII, portanto pensámos que este ano lectivo aconteceria o mesmo. Começámos ontem e terminámos ontem. É verdade, foi com grande satisfação que chegámos à conclusão que os meus medos, receios, tinham desaparecido e que neste momento tenho uma elevado grau de satisfação com a equipa e com os cuidados de IP prestados ao Afonsinho.
Ontem li, várias coisas, que demonstravam o meu estado de espírito quando chegamos à Liga, que me deixaram admirada, pois demonstram de uma forma fria e dura a maneira como me sentia em relação à intervenção precoce e aos terapeutas que até então tinha trabalhado com o Afonsinho. Há uma frase, bem explicita e que ontem me fez sorrir. À pergunta o que espera do programa de intervenção precoce, respondi, para além de outras coisas "SER BEM TRATADA!"

A grande diferença neste PII, foi a resposta à pergunta: "O que mais a preocupa, quais são os seus maiores receios?".

Em Abril respondi, que era o futuro, o diagnóstico do Afonsinho, saber quais eram as suas reais dificuldades.

Ontem, a minha resposta foi. "Sei que estamos a fazer o melhor e neste momento não tenho preocupações em relação ao futuro. Vivemos um dia de cada vez, e isto é válido para o Afonso e para os irmãos."

A terapeuta ficou feliz com a minha resposta e eu também!

Aguardamos, agora, que nos entreguem o PII com os objectivos definidos pela equipa multidisciplinar para o afonsinho, neste ano lectivo de 2008/2009.

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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