Quando escrevo, apenas transmito os meus pensamentos, as minhas conversas, os acontecimentos do meu dia a dia.
Algumas das minhas amigas mais próximas, quando lêem o blogue, já falaram comigo e sabem que o que estão a ler, foi o que já lhes contei.
Isto é de tal maneira verdade, que eu acho, que até falo com virgulas!
A maior parte dos meus amigos que lêem o blogue, passam por aqui em SILÊNCIO...
Quem me conhece bem, sabe porque escrevo, sabe que não gosto de elogios, que quando escrevo, escrevo com a alma, nua, a descoberto, transpiro as minhas emoções, as boas e as más e não espero agradecimentos, até porque não sei como lidar com eles.
Claro, que há pessoas que não conheço, que também passam por aqui sem deixar qualquer comentário, outras, entre elas amigas, que fazem questão de comentar todos os post's.
Eu agradeço o que comentam, até porque há comentários lindos, feitos de coração, sinceros...
Agradeço, especialmente, o vosso apoio, a vossa disponibilidade, o amor que demonstram sentir pelo Afonsinho, porque acredito que este amor o ajudou e vai continuar a ajudar a superar os obstáculos.
Durante toda a minha vida, nunca fui uma pessoa de meios termos, não tenho conhecidos. As pessoas que me conhecem ou são minhas amigas ou odeiam-me.
O mais curioso, é que se pedisse a uma amiga para dizer porque é que gosta de mim a resposta seria:
Porque sou uma pessoa directa, sincera, verdadeira, de personalidade forte, segura, que admite as suas fraquezas, que luta para ultrapassar os problemas, que sabe o que diz, que transmite confiança.
O mais engraçado, é que é EXACTAMENTE, pelas mesmas razões, que as pessoas não gostam de mim...
Quando o Afonsinho nasceu, obviamente, que houve uma triagem em relação aos amigos e aos supostos amigos e até aos supostos não amigos.
Houve pessoas que nos apoiaram desde o primeiro momento, familiares e amigos.
Houve familiares, pessoas que eu amo e que me amam, que tiveram péssimas reacções, que lidaram mal com a situação, que me magoaram e provocaram (ainda mais) sofrimento.
Houve supostos amigos que desapareceram, amigos que se aproximaram, familiares que se voltaram a aproximar...
Ao longo destes dois anos, aconteceram alguns factos, vou chamar-lhe estranhos.
Pessoas que estavam inicialmente presentes, que se afastaram, praticamente, por completo (aqui vou fazer, uma ressalva, em relação à minha grande amiga Paulinha. Nunca escrevo o nome das pessoas em questão, utilizando apenas a letra inicial, porque é uma forma de proteger a sua privacidade mas, neste caso, tu que és leitora assídua do blogue, não quero que penses, nem que seja só por um segundo, que alguma vez me poderia referir a ti. Adoro-te.) Outras que inicialmente e até já há algum tempo estavam longe, aproximaram-se e hoje caminham de mãos dadas connosco.
Ao longos destes últimos meses, fui conhecendo novas pessoas.
Pessoas, que tal como eu, têm filhos com dificuldades.
Estas pessoas fui conhecendo-as nos mais diversos locais, onde o Afonsinho fez ou faz terapias e também, aqui, na Internet e na blogosfera.
Há já algum tempo e apesar de estar rodeada de bons amigos, que percebi e senti necessidade de ter amigos, que estivessem no mesmo caminho que nós.
Pais de crianças com dificuldades, que passam diariamente por terapias, por consultas, por diagnósticos, por obstáculos, por dúvidas...
Pais que sabem, que sentem o mesmo que nós...
Pessoas que aceitem o meu filho, que cresçam com ele, que o amem, independentemente das suas limitações...
Pessoas com quem podemos conviver, ir à praia, ao parque, ao cinema...
Pessoas que nos vão amar e em especial ao Afonso independentemente, das limitações que ele possa vir a ter...
Estas pessoas, amigos queridos, já fazem, graças a Deus, parte da nossa vida.
Houve outras pessoas que gostaríamos que também fizessem parte da nossa vida, que gostaríamos que tivessem percebidos as nossas intenções, que nos tivessem aceite, como de imediato os aceitámos, que se tivessem apaixonado pelo Afonsinho, como nós nos apaixonámos pelos filhos deles...
Escrevo estas palavras, por motivo nenhum mas também, por todos os motivos...
Eu falo tanto, meus Deus como é possível, uma pessoa falar tanto, ter sempre tanto para dizer, tanto para contar?
Há imensos factos, neste meu passado, tão presente, que em determinado altura optei, por empurrar para baixo, porque esquecer, é simplesmente impossível!
Por isso, sem saber bem porquê, nem que facto gerou determinado conversa, dou por mim a falar de situações que pensei não mais falar, sobre as quais não me apetece escrever mas, agora já percebi que mais cedo ou mais tarde, no seu tempo próprio, acabarei por escrever tudo, mesmo tudo o que se passou e são tantas histórias!!!
Porque é impossível viver carregando tanto peso no coração e na alma...
3 comentários:
As amizades surgem quando menos esperamos...de pais como nós, ou até não.
Mas é algo bonito e que não devemos evitar.
Tenho ultimamente sido uma das leitoras silenciosas, mas porque tenho tido muito pouco tempo para passar e ler tudo com calma. E prefiro deixar comentário quando leio tudo com calma.
Ser frontal é uma virtude. Precipitação nem tanto. Porque por vezes temos de ter a certeza do que dizemos e temos de ter a tranquilidade de deixar o tempo passar e nos mostrar algumas verdades.
O nosso coração por vezes tem de carregar mesmo muitos sentimentos controversos. E como custam...
Mesmo tendo amigos, mesmo tendo com quem falar, temos sempre um peso, não é?
Um beijo para ti e mais uma vez desculpa a ausência.
E há ainda aquelas que caminham quase invisivelmente, mas que caminham sempre, todos os dias, através dos fios invisíveis de Deus.
Minha querida "D" usando uma frase que não é minha, (Gosto de ti daqui até á lua,da lua até aqui.)
Goste de ti por seres assim,se fosses diferente não serias tu, e á medida que foste crescendo foste tornando numa mulher espectacular e com muita força e isso é o mais importante é seres tu mesma!
É com isso que nós que te amamos contamos é seres sempre tu1
Um amigo aceita-te como és, mas espera que sejas tudo o que puderes ser.
Um amigo é alguém que sabe tudo de ti, e mesmo assim gosta de ti.
(Tirado dum pequeno livro de Um Amigo,esta pequena frase é de Autor desconhecido)
Beijos com todo o carinho do mundo,e uns abracinhos apertadinhos a minha neta "C" e ao "A" claro também para vocês!
Não me esqueço de voçês!
PS.
(Não tenho escrito muito porque a "Mona" foi operada novamente ontem e estou com muita dificuldade a aceitar a doença da nossa cadelita)
Beijocas....M.M.G.
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