Hoje, o dia começou muito bem disposto, com o Afonsinho comer o seu pequeno almoço, num instante e a dizer, repetidamente, "é bom..."
Que grande guloso me está a sair...
A caminho da escolinha, a choradeira do costume, hoje, sem lágrimas, só mesmo birra.
Hoje, a educadora de intervenção precoce, esteve a acompanhar o Afonsinho.
Sentou-o, fez barquinho (no meio das pernas dela, anda com o tronco para trás e para a frente, enquanto os braços "remam") enquanto cantava a canção do barquinho.
Estiveram a trabalhar com os cartões e o Afonsinho reconheceu e reagiu muito bem: o papá, a mamã, o G., a C., os amigos, a P., depois estiveram a trabalhar os conceitos "sentado" e em "pé".
Havia uma fotografia do Afonsinho a andar de baloiço e nas duas vezes que a educadora de IP, lhas mostrou e lhe disse o que estava a fazer, o Afonsinho reagiu muito mal e fez hiper-extensão, demonstrando desagrado.
Quando cheguei ela contou-me esta situação, dizendo-me que não tinha percebido a reacção dele e eu expliquei-lhe que ele detesta andar de baloiço.
A educadora ficou muito contente, por ele ter a percepção da imagem real da fotografia e por conseguir "comunicar" o seu desagrado.
O Afonsinho, desde praticamente o nascimento, cerca de 20 dias, que detesta estar sentado. Ainda no hospital, tinha um baloiço e chorava intensamente quando o sentavam, mais tarde em casa (também comprámos um baloiço) a situação era igual.
Quando veio para casa, com 1 mês de vida, não o conseguíamos sentar no ovinho, nem na cadeira de rua, nem no carro, quando mudámos para a cadeira (a que ainda hoje tem) a situação manteve-se.
Com cerca de 5 meses, o Centro de Paralisia Cerebral, emprestou-nos uma cadeira para comer, uma table form, nunca o conseguimos sentar.
A partir dos 10 meses, tentámos todos os tipos de banco, puff, banco triangular, cadeiras de alimentação com redutor, cadeira de mesa em tecido, cadeira de alimentação com o banco moldável....
O banco moldável, foi aquele em que melhor resultados obtivemos, por vezes alguns minutos sem chorar.
Até entrar na escola em Outubro, com 21 meses, o Afonsinho não se sentava (sem birrar e chorar) em lado nenhum. Foi a P. com toda a paciência do Mundo, que conseguiu em 2 meses, sentá-lo sem refilisse no banquinho.
E agora, acredito, que quem vai conseguir sentar o Afonsinho no banco triangular vai ser a P. com a sua paciência, o seu amor e carinho mas, também pela autoridade e regras que estão já integradas na rotina dele.
Hoje, levei para a escola, dois livros com as cores e os números até cinco. A educadora esteve a ler as histórinhas e o Afonsinho gostou muito, especialmente do livro para contar, pois ele adora "contar", normalmente contamos os dedinhos das mãos.
Outra actividade foi feita a partir do cartão do Noddy. Levei o carro e dois bonecos do Noddy, um que canta a canção "Abram alas..." e um que se apresenta dizendo "olá, eu sou o Noddy!", levei ainda um CD com canções do Noddy.
Escusado será dizer, que o Afonsinho adorou e esteve sempre atento e concentrado nas actividades.
A educadora de IP, agradeceu-nos por termos respondido de forma tão rápida, na elaboração do material que nos solicitou.
Eu disse-lhe que estávamos a fazer devagarinho, pois temos mais de 300 fotografias, já imprimidas.
Ela disse-me, que eu não imaginava a dificuldade que tinha para que os pais colaborassem, que ela falou comigo e uma semana depois os primeiros cartões, com a família, já estavam a ser trabalhados, havia crianças, que os pais chegavam a demorar UM ANO, para lhe darem as imagens.
Será possível?
Não consigo imaginar nem conceber que hajam pais que tenham este comportamento!!!
Estava estafado e foi com muito sacrifício que a P. lhe deu o almoço.
Fiquei muiiito feliz, pois, perante tanta dificuldade, entre birra e hiper-extensão, a P. deu-lhe o almoço TODO.
Esta educadora é simplesmente FANTÁSTICA!!!!
Faltava responder às perguntas "preocupações e dificuldades que a mãe e a educadora sentiam", para se fazer o PEI.
Eu respondi que não tinha nenhuma preocupação e que vivia um dia de cada vez mas, o objectivo principal do trabalho desenvolvido nas terapias é o controlo TOTAL (porque já existe de forma parcial) da cabeça. A minha grande dificuldade é o carro, a cadeira do carro e o choro que o Afonsinho faz.
A preocupação da P. foi a mudança de dois amiguinhos para a sala da pré-marcha e que o Afonsinho pudesse sofrer algum retrocesso mas, felizmente tal não sucedeu, uma vez, que já conseguiu conquistar outra amiguinha que se interessa muito por ele. A dificuldade da P. é a mesma que a minha, sentá-lo mas, na cadeira de refeição.
Fiquei sensibilizada com a preocupação da P., realmente, graças a Deus tivemos mesmo muita sorte e estamos muitos felizes com a nossa escolha.
4 comentários:
O mais natural é de um dia para o outro descobrirem uma actividade que ele adore e esteja preciso estar sentado.
Tenho quase a certeza que mais dia menos dia acontece !
E aí é aproveitar e "abusar" desse malandreco.
Beijos
Olá D.
Realmente é incrível quando e como os nossos filhos reagem às (boas!) profissionais.
Ainda bem que o Afonso tem mostrado tantos avanços.
Quanto às outras cadeiras: têm que ter só mais um pouquinho de paciência...
Beijinho
...bem quanto às cadeiras e os sentar, não tenho nenhuma fórmula mágica que te possa ajudar minha amiga, sei bem o ue é ter uma criança a chorar no carro por não querer ir na cadeira e como tal imagino o suplicio que passas todos os dias com o Afonsinho, acho que será tudo uma questão de tempo e como tu dizes provavelmente será a P. a conseguir tal proeza.....Deus queira que sim e quanto mais cedo melhor!!!!
Beijinhos
Á pais para tudo,infelismento á pais que nem merecem ter filhos, essa é uma das realidades!
Olha e depois qual é o problema do Afonsinho não gostar do baloiço,a M. não gostava de areia nos pés nem saía da toalha na praia,relva nem pensar e agora não tem grandes problemas, embora seja muito chata com a areia quando saí da praia, mas deve ser mal de família eh..eh...
Boa Afonsinho já sabe bem dizer o que não gosta,VIVA como diz a mamã...
Beij...M.M.G.
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