Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Fim de semana na neve

Este fim de semana, há muito que estava programado, quando fizemos as reservas achámos (uma vez que estava tanto calor) que seria um fim de semana de caminhada.
Na semana passada a neve brindou a Serra da Estrela, cobrindo-a de um lindo manto branco.


Depois da escolinha, do Afonsinho e dos manos, lá fomos...

Chegámos já com a noite, em Seia, fomos brindados com uma cidade cheia de luz... e seguimos em direcção ao Sabugueiro e à "nossa" casinha de pedra.

O Afonsinho fez a viagem, cerca de 3h30, sem dormir, ao meu colo mas, sempre muito bem disposto e quietinho.

A manhã de sábado, amanheceu chuvosa e com muito nevoeiro mas, na nossa casinha de pedra, amanheceu com um valente susto e muito água.
A caldeira rebentou, o pai F. caiu pela escada abaixo, quando "levou" com água a escaldar nas costas.
Durante mais de uma hora, ficámos na rua, eu, de pijama e toda encharcada e o Afonsinho de pijama e embrulhado numa manta, enquanto, 400 litros de água a ferver, corriam pela casa até à rua...
Depois de muitos nervos, lá conseguimos acalmar, acabar de nos vestir, enquanto nos garantiam, que até à hora do almoço, a situação estaria totalmente solucionada e a casa habitável e em segurança.

Subimos até à Torre, com um tempo terrível, chuva, chuva e mais chuva e muito nevoeiro. Ainda saímos um bocadinho com o Afonsinho mas, tivemos que voltar de imediato para o carro, pois estava simplesmente insuportável.
Pelo caminho, ainda fui entrevistada para a SIC. A jornalista perguntava-me como tinha coragem de estar ali com aquele tempo, respondi-lhe, que a coragem era dada pelos meus filhos, que se divertiam a mandar bolas de neves, um ao outro e ao pai e escorregavam nos seus trenós.

Para eles, o que importa é brincarem e divertirem-se e não há mau tempo que possa estragar a brincadeira.

À noite, tivemos um jantar de "Matança do Porco" com musica tradicional ao vivo. Foi bastante engraçado, o G. comeu todos os pratos (penso que eram para ai uns 6) e o Afonsinho portou-se muito bem, adormecendo entretanto, mesmo com os bombos, o acordeão, as pandeiretas e a C. e eu a cantar.


No Domingo voltámos a subir a serra mas, o tempo continuava muito mau, apesar de a chuva ter abrandado um bocadinho. Acabámos por ir a Gouveia e depois fomos almoçar a um restaurante muito conhecido o Albertino, no Folgosinho.

O G. mais uma vez deliciou-se com os petiscos e o almoço. Desta vez comeu três pratos de feijoada de javali. A C. conseguiu comer três pratos diferentes mas, quem ganhou foi o pai que comeu todos, ou seja, cinco pratos e mais a sobremesa

O Afonsinho adormeceu durante o almoço.

Este restaurante é muito típico e acolhedor e passamos sempre lá bons momentos.

Na segunda-feira FINALMENTE o dia estava razoável, subimos de manhã e os miúdos brincaram, fizeram bonecos na neve e escorregaram no trenó.



Decidimos voltar a Lisboa, pela Covilhã e assim ainda puderam voltar a brincar da parte da tarde na, pouca, neve, que ainda havia.

Apesar de todos os percalços, podemos dizer que tivemos um bom fim de semana.

O Afonsinho, dormiu sempre bem, comeu de forma espectacular (deve ser do ar da serra), em termos de comportamento esteve muito bem, como nunca tínhamos visto, a C. e o G. divertiram-se muito.

O nosso dia, é feito de momentos, e cada vez estamos mais selectivos e damos muito valor aos momento felizes, assim, tivemos um fim de semana, repleto de momentos felizes ....

3 comentários:

Maria disse...

Também queria! Mas fiquei imensamente feliz por voçês estarem bem e a devertir-se imenso,felismente que a caldeira não vos estragou as mini férias,que estes momentos felizes se perlonguem por dias,meses, e anos são os meus desejos.As fotos lindíssimas.Beij. a toda a família e ao Afonsinho...M.M.G.

Maria disse...

Penso que não consegui deixar á pouco o meu comentário mas o B. mecheu aqui num botão e lá se foi as palavras da avó. Fotos lindas estão todos muito giros e ainda bem que a caldeira não vos magou nem estragou as mini férias! eu também quero estar na vossa companhia a brincar na neve eh..eh..queria mas não podia andar como fazer!...estive no coração...e que estes dias de felecidade se perlongo por dias,meses e anos repletos de alegria felecidade e saúde.Beijos com muito carinho para todos em especial para ti Afonsinho. M.M.G.

CláudiaMG disse...

Bem minha amiga...é só grandes aventuras!!!
Nem quero imaginar o susto que apanharam com a caldeira, mas ainda bem que tudo se resolveu e que conseguiram aproveitar ao máximo a Serra da Estrela com todo o seu encanto.
As fotografias estão lindas.....os teus filhos são lindos!!!!

Um grande beijinho

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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