Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Indignada!!!!



Hoje, aparecida do nada, surgiu, já connosco em cima da hora, para sair para a terapia ocupacional, a educadora do ensino especial.

Com um ar muito transtornado disse-me que não tinha boas noticias e o que me tinha para dizer não era nada fácil.

Informou-me que por decisão do conselho executivo do nosso agrupamento de escolas, o Afonsinho ia deixar de ter apoio educativo e já a partir da próxima semana. Esta decisão prendia-se com o facto do Afonsinho ter muitos apoios nomeadamente do programa de intervenção precoce da Liga.

Entregou-me uma declaração onde diziam que eu tinha sido "clara e explicitamente" informada que o meu filho deixaria de ter APOIO DIRECTO da educadora de e.e. mas que, e caso fosse do interesse dos pais, poderia ter APOIO INDIRECTO, leia-se por TELEFONE, 2 vezes por mês.

Claro que me deu vontade de rir...
Assinei a dita declaração e acrescentei que não concordava e não aceitava a situação que me era imposta e que agradecia que me informassem, por escrito, os motivos de tal decisão e que iria recorrer aos meios que tinha à minha disposição para denunciar a situação, incluindo os órgãos de comunicação social.
Este país, é realmente o máximo, num concelho com uma população a rondar os 400 mil habitantes, existem três educadoras de e.e. que dão apoio a TRINTA crianças. Alguém consegue acreditar nisto? Será que existem SÓ trintas crianças que necessitam de apoio?
O Afonsinho fica, AGORA, de fora porque há novos casos sinalizados e que têm menos apoios do que o Afonso, porque a mãe do Afonso é uma pessoa interessada e preocupada que trabalha com ele todos os dias e agora está integrado numa boa creche. Palavras da educadora para justificar a decisão do conselho executivo.

1º O Afonso NÃO tem muitos apoios. Na verdade o único apoio que tem, é exactamente este da educadora de e.e. O que o Afonsinho tem, são muitas terapias, PAGAS pelos pais!!!!

2º Afinal parece que para ter apoios, o filhos têm que andar mal vestido e mal nutridos!!!

3º Parece que afinal o que está a "dar" é ser uma má mãe, má cuidadora, assim quem sabe...

4º E já agora viver do rendimento mínimo, talvez também seja uma boa ideia...

5ª Claro, que dar apoio por TELEFONE a crianças com n.e.e, também me parece uma óptima ideia!!!!

Enfim, é tempo de agir, é exactamente o que pretendo fazer. Já seguiu, hoje, um mail com uma carta para este "tal" conselho executivo com a data limite de 3ª feira para que esta decisão seja revogada, se esta não resolver o assunto, já estamos preparados para informar tudo o que é órgão de decisão deste país, passando, claro, pela comunicação social!!!

Esta equipa de educadoras de e.e. está, para mim, muito longe do funcionamento ideal que estas equipas deveriam ter.

Estão mal acompanhadas, sozinhas, não estão inseridas nas equipas devidas e com os apoios devidos.

A educadora do Afonsinho é imatura e revela pouca experiência para lidar com casos como o do Afonsinho mas, é uma pessoa interessada e disponível.

Este apoio, ainda é mantido por nós, apesar de algum descontentamento, pois optámos por dar tempo, para que haja uma adaptação e contamos que com o tempo, o trabalhado levado a cabo com o Afonsinho possa vir a ser melhorado.

Acima, de tudo, este apoio é um DIREITO do Afonsinho e se algum dia deixar de o ser, será, unica e exclusivamente por decisão nossas, dos pais e cuidadores e NUNCA por interesse do estado em poupar uns euros e não colocar os docentes necessários.

Neste país, não se colocam educadoras do ensino especial, existem milhares no desemprego, a serem pagas com o nosso dinheiro, para não trabalhar, e retiram-se crianças que necessitam destes apoios.

O Afonsinho, felizmente, neste momento não necessita deste apoio mas, quantas crianças, cujas mães não se chamam D. ficaram hoje sem apoio?

4 comentários:

Anónimo disse...

"D."o problema é que a maioria dos pais parece que tem medo ou vergonha não sei bem e não dão a cara a "D". não viu o caso aqui da escola onde o Baunilha estava referenciado, cerca de mais de70 crianças e não houve uma mãe que respondesse ao apelo da Claúdia, mas é assim a vida!......Mãe da Claudia beij. a toda a família em especial ao Afonsinho.......

Mãe Sisa disse...

Eu nem sei o que dizer.
Estou chocada!
À CláudiaMG foi logo no início do ano, e a vocês agora, já depois de terem iniciado os apoios é que decidem isto?!?
Como se as equipas da Intervenção Precoce da Amadora tivessem muito que falar acerca do trabalho que deveriam fazer e NÃO FAZEM... sei de um menino com 6 anos que, além da PC, tem trissomia21 e tem a mesma doença pulmonar do Principezinho. Teve alta de Alcoitão (1h terapia semanal) porque faltava muito (devido aos internamentos constantes)! e a educadora de EE que lhe foi atribuída o ano passado só ía lá a casa 1x/mês: para pedir à mãe p/ assinar a folha de presenças!!! Esta mãe é analfabeta (só sabe mesmo assinar o nome). Esta criança não tem mais apoios de lado nenhum!...
Dá mesmo vontade de darmos um MURRO na mesa e dizer BASTA!
Gozam literalmente com a cara e com as vidas das pessoas.
Estou revoltada!

CláudiaMG disse...

Bem "d"...estou por aqui....
Assim que quiseres começamos a fazer mais uma daquelas lutas.

Eu já disse que enquanto tiver dedinhos para escrever e mandar e-mail´s e voz para falar ao telefone, ninguém me calará. Estou aqui para o que precisares.

Um grande beijinho

Cláudia

Anónimo disse...

O Estado fica com grande parte do meu ordenado, e para quê? Deve ser para dar apoio pelo telefone às crianças com necessidades especiais.
Se não me revoltasse tanto quase me dava vontade de rir...

Cristina
http://blogs.clubedospais.pt/ccsantos

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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