Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Ainda em ritmo de férias...

Hoje, chegámos atrasados, à sessão de terapia da fala e ainda por cima estive na conversa com a Directora da intervenção precoce, acabei por dar pouca atenção ao Afonsinho e à terapeuta da fala. Assim, não pudemos por a conversa em dia, passou num instante mas, ainda tivemos tempo para ver o Afonsinho a mexer num brinquedo de causa/efeito e a vocalizar sozinho, de forma activa e espontânea, sem qualquer estimulo.
De seguida, fisioterapia, o Afonsinho fez a sequência motora (lateral, de joelhos, sentado) alternando a colaboração com a não colaboração.
Moral da história: Como qualquer criança que se preze o Afonso veio mal habituado das férias!
Pois é, ainda está com o ritmo das férias e agora devagarinho vamos entrando nas obrigações.
Depois da sessão, a terapeuta, que é a responsável de caso, na equipa que trabalha com o Afonsinho, explicou-me que amanhã, vai haver reunião da equipa para concluir a avaliação do Afonso e definir os objectivos para este ano lectivo. Perguntou-me se queria mudar de responsável.
Mais decisões! Claro que não.
Gosto imenso de toda a equipa, sendo que é verdade, que tenho uma maior empatia com a terapeuta da fala, talvez porque representa a situação mais difícil para mim, a alimentação, porque desde o primeiro dia que acredita no Afonso, porque tem a minha idade, porque é mãe mas, eu tenho por hábito, dizer tudo o que penso e converso sobre as minhas duvidas, os meus medos com toda a equipa de forma igual e eles conversam, diariamente, entre eles. Sinto que acompanham, os três, de forma efectiva o Afonsinho.
Portanto ficamos na mesma que estamos muito bem!
Dúvidas e preocupações para a reunião de amanhã?
  • A Creche
  • O standing
  • As talas para as mãos
  • Como modificar o comportamento do Afonsinho em relação ao sentar
E pronto é tudo.
Agora, fico à espera do, nada apetecível, relatório. Sou alérgica a relatórios. Odeio!!!

2 comentários:

Grilinha disse...

Creche sim ou não ?

Sim.
Na altura certa.

Já é ?
Pode ser.

O Afonso mesmo não falando, expressa-se com os olhos ? Pede água , pão ? Expressa necessidades ? Quando as crianças sabem pedir dão muita força para os deixarmos viver a sua vida.
Eu sou apologista do convivio com outras crianças.

Mas o teu coração de mãe saberá.
Não precisa de ser um sitio com larga experiência . O colégio do Pedro não tinha, mas estava "com vontade". Tem elevador, instalações sanitárias adaptadas, rampas, etc. Havendo vontade é melhor do que muita experiência.

Agora já tiraram cursos e formações !
Procura alguém sensível . Dispende tempo nisso. Não precisas de ir a correr.

E vai correr tudo bem. Estamos aqui para ajudar no que soubermos. Um beijo

CláudiaMG disse...

Pois é o ritmo de férias, a perca das rotinas tem as suas vantagens e as suas desvantagens. É lógico que as primeiras vezes é um pouco mais difícil, mas daqui nada já ele estará dentro do ritmo. Até nós quando regressamos de férias temos algumas dificuldades em nos integrarmos novamente, a mim durante os primeiros dias pouco me apetece fazer...lol.
Quanto ao restante tudo virá a seu tempo.
Falando dos relatórios, acho que todas nós somos um pouco alérgicas aos Relatórios Médicos. Inicialmente era algo que me criava uma certa ansiedade, hoje nem por isso, comecei a ficar imune a eles, mas não os dispenso nunca e em cada consulta que faço peço sempre aos médicos para fazerem um relatório ou então para escreverem no Livrinho do Guilherme a conclusão da consulta e assim tenho conseguido ter o seu historial clínico. Inclusivé foi com base nesses relatórios que a Educadora da Intervenção Precoce consegui preencher a tão mal falada CIF.

Beijinhos grds
CláudiaR

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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