Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Com um bocadinho de ciúmes...

Hoje o dia começou muito preguiçoso e com muito sono, o Afonsinho não me deixou dormir (mais uma noite). Com muito sacrifício, pois não tinha vontade de me mexer, lá fomos para a escolinha.

Hoje, só começou a chorar quando o carro arrancou, normalmente, só cinco minutos depois de muita guerra de nervos é que consigo colocar-lhe o cinto.

Pelo caminho até à sala, que fica no primeiro andar, fomos cumprimentados por várias educadoras e auxiliares. Tudo bem, são bem educadas e simpáticas mas, o mais interessante é que todas tratam o Afonso pelo nome, todas o conhecem. Curioso, não é? Afinal este foi o terceiro dia de escolinha do Afonsinho!

A P. ficou toda contente quando nos viu, após uns 20 minutos disse-lhe que ia tomar um café. Ela achou muito bem, dizendo que era mais difícil para mim do que o Afonso deixá-lo. Pois é. Não sei quem é mais dependente, ele de mim ou eu dele!

Lá me enchi de coragem e fui-me embora. Voltei uma hora e meia depois, quando estava a subir a escada, ouvi alguém a birrar. Surpresa, não era o Afonsinho! O melhor de tudo, foi saber que ele se tinha portado muito bem, que não tinha chorado ou birrado. Também foi muito bom confundir a birrisse do J. com a dele, é sinal que os "gritos" dele estão a desaparecer para adquirirem sons cada vez mais normalizados.

A P. mudou-lhe a fralda e deu-lhe muitos beijinhos enquanto lhe pegava ao colo, reagiu tão bem, que confesso, até fiquei um bocadinho (só um bocadiiinho) com ciúmes.



Vinha cansado e foi com grande dificuldade que lhe dei metade do almoço, de seguida coloquei-o na cama e uma vez mais, ADORMECEU SOZINHO.

Depois do soninho, fomos para a sessão de Hipoterapia.

Portou-se muito mal, não queria fazer os exercícios, fez hiper-extensão, rabujou e birrou (e berrou), a terapeuta nem queria acreditar. Achou que ele estava realmente doentinho.

Quando chegámos a casa, o Afonsinho estava muito impaciente e birrento, quando o despi para lhe dar banho, percebi a razão, estava a escaldar. Curiosamente, só tinha 38,2 de febre mas estava quentíssimo. Dei-lhe banho, um biberão de leite e adormeceu de imediato.

Espero que este soninho seja reparador e que acorde mais bem disposto.

4 comentários:

CláudiaMG disse...

Bem e eu a pensar que tudo estava normalizado, que chatice essa do Afonsinho estar outra vez com febre, espero bem que o Afonsinho não necessite de ir mais uma vez à "mão das fadinhas".
Afonsinho, desejo-te um soninho muito "azul" e que seja tão reparador que amanhã acordes cheio de alegria e vitalidade.

Beijinhos
Cláudia

Anónimo disse...

Afonsinho, até pareces irmão do Guilherme é sempre uma birra não gosta de por o cinto quando o sentamos no carro,só não faz com o avô e no carro do avô.Vamos lá deixar dormir a mãmã seu marote...espero que a febre tenha passado e seja fruto só do cansaço .Beijocas gordas para ti e toda a família os manos estão contentes com o novo ano lectivo? desejo que sim!...Mãe da Claudia

Mãe Sisa disse...

Que boas notícias as da escolinha!
Também acho que sou mais dependente dele... costumam dizer que o JM sofre de "mãezite aguda" e a MãeSisa sofre de "filhozite agudo"!
Na Sexta-feira passada desatou a chorar quando o fui buscar ao infantário. Hoje soube que a educadora dele, toda orgulhosa, passou a semana a contar isto a toda a gente...

Estas febres é que são uma grande chatice!
"Xô bicarocos!!! Deixem o Afonso em paz!"
Muitas melhoras.
Abraço

Grilinha disse...

Os miúdos andam todos doentinhos nesta altura...O JP não passa desse pingo no nariz, mas com este tempo instável percebe-se bem porquê. As melhoras e um soninho reparador para o Afonsinho. Beijos

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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