Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

domingo, 28 de setembro de 2008

Insónias...

Pois é, o dia 1 de Outubro está quase a chegar e as insónias já chegaram.

Será que tomei a decisão certa?

Mas, se já tinhamos decidido que o Afonsinho não ia para a creche este ano, porque é que mudámos de ideia?
Eu sei que tem imensos aspectos positivos.

Convívio com crianças da sua faixa etária, aprender a partilhar, novas regras (porque ele está tão "espertinho"), novos conhecimentos, novas experiências, novos espaços e novos brinquedos. Pessoas diferentes, toque e voz diferentes.

Mas, não consigo imaginar como será deixá-lo na creche.

Será que ele vai gostar? Como é que eu vou saber? Ele é tão bebé, não se sabe exprimir (quer dizer sabe chorar e sabe "birrar").

Todas as pessoas me dizem que será bom para mim. Yupi, vou ter duas horas para mim e eu só penso, o que é que eu vou fazer com duas horas? Eu não quero estas duas horas!!!

Não prevejo, para já, um final feliz. Parece-me que vai ser super dificil, durissimo e não sei como me vou aguentar...

Não sei quem vai chorar mais se a mãe ou o filho...

3 comentários:

CláudiaMG disse...

Ninguém melhor que vocês sabem o que será melhor para o Afonsinho.
Se vocês mudaram de opinião, foi porque acharam que seria melhor para o Afonsinho, por isso agora o que é necessário é "arranjar" coragem para o ir deixar no Escolinha no próximo dia 1 de Outubro.
Possivelmente irás chorar mais que ele e irás sentir-te pior que ele, mas tudo isso faz parte do crescimento, dele e teu.
Tu terás agora também de aprender a "viver" essas horas que passarás sem o Afonsinho, será difícil no início, mas é tudo uma questão de habituação e de tempo. Verás que daqui a 1 mês as coisas já decorrerão de outra maneira e verás a situação com outros olhos.
Eu estou aqui a falar "de alto", pois também ainda não cortei esse "cordão umbilical" com o Guilherme, mas um dia lá terá de ser e o que tem de ser tem muita força.
Bem minha amiga só te posso desejar muita força e muita coragemm para encarares esta nova etapa na vida do Afonsinho e na tua.

Um grande beijinho
Cláudia

P.S.: Depois diz-me qual é a Escolinha que escolheste....

Anónimo disse...

É difícil sim deixa-los a chorar mas tens que pensar que é bom para eles.

Vai fazer bem sim ao afonsinho, não só pela estimulação que vai ter para o seu desenvolvimento vivendo experiências diferentes, como vai ser bom para ele aprender a ter amigos a ter experiências fora da saia da mamã, vai ter experiências boas e má, conquistas e desilusões mas todas elas vão servir para faze-lo crescer.

Eu optei por deixar na avó, mas a pediatra do desenvolvimento que o segue achou que a melhor opção era a escola, segui o conselho dela este ano e não estou nada arrependida, faz-lhes mesmo muito bem a escola. Força para a mamã nos primeiros dias e vais ver que tudo vai correr bem, como já ouvi alguém dizer para educar é preciso ter um coração forte!

Cristina
http://blogs.clubedospais.pt/ccsantos

Grilinha disse...

Eu estou com a Cristina.

O desenvolvimento social é extremamente importante.
Até para que a sua vida futura seja fácil em termos sociais e seja motivante para eles. Porque se eles tem problemas nos relacionamentos, terão mais dificuldades em se motivar para o resto, mais tarde.
Saber esperar, estar longe da mãe, brincar em conjunto...são aquisições que o teu menino fará e que farão uma grande diferença nele em muitos campos. Acredito que em meses notarás diferença. Para além das actividades que ele sempre poderá participar (pintuas, leitura de histórias, etc) que ele adorará e serão uma mais-valia feitas no contexto escolar. Não esquecendo que eles aprendem por imitação nessa idade...

Acho que será muito bom, desde que o local tenha sido bem escolhido.

Beijos e boa sorte

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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