A passagem de ano foi calma e tranquila em perfeita harmonia com o meu estado de espírito.
O verdadeiro ano novo, para mim é em Setembro, após o período de férias, assim, esta passagem de ano foi apenas mais um almoço e um jantar, muito agradável, em família, em que conversámos, rimos, recordámos e lembrámos, batemos os tachos, buzinámos, bebemos espumante, fizemos um balanço dos erros cometidos em 2012 numa tentativa de não voltar a cometê-los em 2013...
Neste fim de ano sinto-me muito bem, como já há muito não acontecia, desde que fiz 44 anos que fui invadida por esta "estranha" serenidade, estranha para mim, que sou só emoção e impulsividade mas a verdade é que me sinto serena, calma, tranquila, feliz...
Não sei mas a sensação que prevalece é que o ano de 2012 foi muito bom, mesmo que assim possa não ter sido, e que para mim basta que este ano seja igual.
Ontem, quando avaliava os meus "pecados" e o que deveria fazer para não voltar a cometê-los foram poucas as situações que quereria emendar ou que não queria que voltassem a acontecer:
1. No inicio deste ano tive uma zanga "virtual".
Ridículo, pensarão alguns mas a verdade é que nós mães de meninos especiais, acabamos por encontrar neste mundo virtual verdadeiras amigas, que nos ouvem, que nos entendem, que sabem e sentem o mesmo que nós, cada palavra, cada momento. Eu gosto de pensar sempre o melhor das pessoas e pensava (infelizmente, já não penso, que na adversidade o melhor vinha ao cima, e prevalecia mas a verdade é que nem sempre tal acontece e para o melhor vir ao de cimo, temos que ter esse melhor e não é pelo facto de sermos mães de meninos especiais, que somos também mães especiais.
Portanto, este será um erro que não voltarei a cometer, zangas virtuais, nunca mais!
2. Este também foi o ano em que percebi que tenho que começar a ser adepta do "Custo Justo" ou da "OLX", porque emprestar de coração ou fazer "troca de serviços", são termos ultrapassados e que as pessoas não entendem ou não querem entender. Foi um duro golpe, que ainda hoje me custa a compreender mas uma lição muito bem, mesmo muito bem aprendida!
Como pode alguém, amiga de longa data e outra terapeuta e amiga de há quatro anos, depois de terem agido de forma ignóbil e desprezível, ignorarem o aniversário do Afonso e uma delas ignorar também a mensagem de Natal que lhe enviámos?
3. Este ano, uma vez mais voltei a lutar pelos direitos do Afonso no jardim de infância, pelo Afonso e pelas outras crianças com e sem NEE que frequentam o JI. Esta será também uma situação que irei alterar, uma vez que me provocou um desgaste emocional violentíssimo e uma vez mais, fui eu sozinha contra o mundo,uma vez que os restantes pais do JI não querem nem saber. Mais uma lição, a partir de agora apenas lutarei em prol dos direitos do Afonso, por muito que me custe tomar uma decisão destas.
E pronto foi tudo!
Estou grata pela família, pelos filhos, pelo marido que tenho. Amigas tão especiais, amigos que apesar de não estarem tão perto, estão sempre presentes, por todos os profissionais que acompanham o Afonso, no JI, com um apreço ainda mais especial pela I.C. e pela S.G., à equipa de terapeutas da Liga, à Marta, à Mariana, ao Humberto, à Sara, a todos sem exceção agradeço por amarem o Afonso, por fazerem a diferença na vida dele e consequentemente na minha, na nossa, continuem por aí a caminhar de mãos dadas com as nossas, braços abraçados, corações entrelaçados neste nosso caminho que se faz caminhando...
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