Iniciamos o dia cedinho e depois do pequeno almoço seguimos em direcção a Coimbra, para a tão esperada e polémica cirurgia ao joelho.
Antes de dar entrada na Clínica fomos almoçar, ainda que a correr, com os nossos amigos serranos.
O Afonso estava muito ansioso e quando o anestesista o veio ver, deu-lhe um medicamento que o pôs a dormir e foi assim que foi para o bloco operatório.
A cirurgia demorou uma eternidade, cerca de quatro horas até regressar ao quarto e correu muito bem. Foi uma operação complexa que mexeu com tendões, ligamentos e músculos, numa tentativa de colocar o joelho novamente no sítio e garantir que por lá se mantém, foi também alongado o tendão dos isco-tibeais, que teriam que ser alongados mais tarde em nova cirurgia ficando assim já o joelho direito intervencionado.
A primeira etapa foi ultrapassada com sucesso, a segunda será a etapa de recuperação da cirurgia e deverá estar concluída em seis semanas, seguindo-se depois a terceira etapa a recuperação através de fisioterapia do joelho e da perna.
Esta foi mais um decisão difícil, muito difícil, porque mais uma vez tivemos inúmeras vozes contra a operação, uma vez que sendo o Afonso distónico (com movimentos de hiper-extensão que provocam a contração dos músculos e tendões) seria contra indicada a operação, não sendo possível fazer uma boa recuperação da mesma. O grande problema é que a alternativa que apresentava era nenhuma, não fazer nada...
Voltei a ouvir o que não quero e não tenho que ouvir, porque médicos e terapeutas continuam sem arriscar, sem ver mais além, agarrados aos diagnósticos e prognósticos, que dizem que o Afonso vai ser o que nunca foi...
Percebi que a grande diferença é a maneira como vimos o copo: meio vazio ou meio cheio, nós vimos meio cheio e onde o Afonso já conseguiu chegar, eles o copo meio vazio e o que ainda não consegue fazer e logo que nunca irá fazer, já se esqueceram donde ele partiu, de uma morte aparente, uma reanimação com uma injecção de adrenalina diretamente no coração, de lesões cerebrais graves, passando pela não sobrevivência e um diagnóstico de deficiência profunda em estado vegetativo... Já se esqueceram e se nós tivéssemos seguido as suas ideias, o seu diagnóstico ? Já chega não voltam a decidir o que ele vai ser ou onde vai conseguir chegar!
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