Esta consulta foi marcada pelo pai que insistiu que tínhamos que continuar a tentar e procurar uma solução para o joelho do Afonso.
Eu, confesso, fui um bocadinho contrariada e à espera da mesma resposta de sempre "o joelho está bem, precisa de fortalecer os músculos dessa área".
No Instituto de Cirurgia Reconstrutiva encontrámos um médico que acredita que há muito para fazer na recuperação de meninos com paralisia cerebral e não só. Após observar atentamente e demoradamente o Afonso, disse-nos que ele já tinha o joelho valgo (como uma subluxação) e que precisava de ser operado para reconstruir os ligamentos e o músculo que se encontram laxos e no caso do músculo já com algum atrofiamento e que o joelho já começa a apresentar sinais de deformidade.
Os ligamentos internos e externos estão "largos" e não seguram a tíbia. No caso do ligamento interno esta situação tem a ver com o traumatismo sofrido e que lhe provocou a rotura do ligamento (entretanto já sarada), no caso do ligamento externo, está a começar a acontecer o mesmo, devido à constante deslocação da tíbia, também o músculo (que nos descreveu como sendo em forma de uma pata de um ganso), já apresenta frouxidão, especialmente no lado interno do joelho.
Falámos ainda dos pés, dos adutores e do tendão por trás do joelho, todos eles necessitam de ser alongados para que o Afonso pode fazer um correto posicionamento dos membros inferiores. Não sendo estas cirurgias urgentes, deverão ser realizadas mas, agora a situação urgente é mesmo o joelho.
Escusado será dizer que ficamos bastantes surpreendidos (penso que esta era a 12ª consulta que fizemos por causa desta situação) e fomos apanhados desprevenidos.
Assim o Afonso deverá ser operado no dia 13 de Dezembro em Coimbra e ficará internado durante dois dias, sendo o período de imobilidade/recuperação da operação de um mês e meio.
Quando fizemos a ressonância magnética, a médica fisiatra, disse que o Afonso nunca poderia ser operado, porque devido à hiper-extensão, corria o risco de não conseguir fazer uma boa estabilização do joelho, porque dentro do gesso, não se via como se ia posicionando.
Claro, que essa foi uma das primeiras perguntas: o pós-operatório e a recuperação. O Afonso vai ter que usar uma tala que irá manter a estabilidade do joelho (portanto não será utilizado gesso). Poderá manter as actividades: escola e fisioterapia com os cuidados necessários, uma vez que a perna estará imobilizada.
Obviamente, que há sempre o risco da operação ou da recuperação não serem bem sucedidas mas, o risco de não ser operado é bem maior e a cada dia que passa se torna mais visível.
2 comentários:
Efectivamente cada vez mais me convenço que há os que se dedicam verdadeiramente à causa e os que pouco se importam...desculpa este meu desabafo, mas é o que sinto ao ler ste post. A médica que não sugere a cirurgia até pode ter razão e o médico que o quer operar não, mas saber que existe a possibilidade de melhorar a situação e a qualidade de vida é lógico que nós como pais optamos por querer o melhor para os nossso filhos. A cirurgia tem riscos é verdade, mas se não for feita tb nunca se saberá se dá resultado ou não. Concordo convosco, avancem e tudo irá correr bem! Assim o desejo para vocês e o pequeno Afonso!
Mais um passo na caminhada do A. e na vossa!
Tenho fé que tudo irá correr bem e tudo que seja para melhorar a qualidade de vida á que lutar por ela.
Beijossssssssssssssssssssss :)
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