Os nossos últimos três dias, mais concretamente três tardes foram passadas em Alcoitão, numa formação para terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas e onde o Afonsinho foi avaliado por uma especialista em neuro-desenvolvimento israelita , Sarah Kapelovish.
No primeiro dia esteve no tapete a fazer espuma e na quinta e hoje a fazer integração sensorial em tábuas elevadas.
O Afonsinho portou-se sempre muito bem, colaborou e executou com empenho os exercícios propostos pelos três terapeutas que o acompanharam nestes três dias.
Na quinta feira levámos a cadeira e a Sarah colocou-a numa posição estranhissima, inclinada para a frente. Claro, que o Afonsinho odiou e teve uma reacção fortíssima, com uma birra brutal e imensa hiper-extensão, como já nem lembrava que ele era capaz de fazer.
Teve imenso tempo a falar connosco, aliás o Afonsinho foi o único caso que mereceu atenção especial mas, os restantes casos eram todos meninos de Alcoitão, com patologias ligeirissimas, que não apresentavam qualquer desafio (uma demonstração clara do elitismo de Alcoitão, que não aceita casos mais complexos mas, que mantém , obviamente, uma enorme taxa de sucesso...).
A Sarah ensinou-nos várias posições de manuseamento, formas de interagir com ele, formas de comunicar.
Foi importante ouvir tudo o que nos transmitiu mas, foi com enorme felicidade que percebemos que não nos trouxe praticamente nada de novo, duas ou três novas formas de manuseamento, uma vez que tudo o que nos transmitiu já faz parte do trabalho delineado e é aplicado diariamente, o que significa que estamos no bom caminho e a fazer um trabalho competente.
Em relação à comunicação e à autonomia falámos na urgência de o Afonsinho ter uma cadeira de rodas eléctrica e um computador para comunicar.
Disse-nos que a cadeira de rodas poderia ser, inicialmente, um choque para a família mas, que não era o fim mas sim o principio e que era para continuar a trabalhar em todas as áreas como já acontece, falámos ainda do terathogs, terapia de que é verdadeiramente adepta.
Na opinião dela, o Afonsinho tem uma "MENTE BRILHANTE", o padrão é despoletado como reacção (o que nós também já sabíamos), ou seja, ele recruta o padrão para ser funcional e conseguir executar o que pretende. Ela pensa que a cadeira lhe vai trazer uma enorme funcionalidade e autonomia e consequentemente baixar os padrões de forma significativa, tornando-o numa outra criança e trazendo-lhe muito mais qualidade de vida.
A comunicação com a ajuda do computador, vai-lhe permitir expressar-se baixando os níveis de frustração que apresenta.
Nenhuma destas situações foi um choque para nós, porque é uma situação que já estava prevista nos nossos planos.
Já por várias vezes tinha referido que o Afonsinho antes de ir para a escola teria que ser autónomo e funcional e que iria recorrer a todas as ajudas técnicas necessárias para que tal fosse possivel. Assim, esta avaliação veio acelerar o processo e trazer o assunto para que possa ser avaliado e discutido com a equipa.
Para a semana iremos falar com a equipa, transmitir todas estas ideias, ouvir as deles e as suas opiniões.
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