Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Reunião transdisciplinar

O Afonsinho acordou bem disposto e depois do pequeno almoço, seguimos para a escolinha.

Esteve muito bem durante as actividades, almoçou e dormiu bem.

Hoje, foi dia de reunião de, quase, toda a equipa que acompanha o Afonsinho. Educadoras e Terapeutas.

Para além nós, pais, estiverem presentes quatro terapeutas das oito terapeutas que acompanham o Afonsinho.

A equipa da Liga: Terapeuta da fala, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta, a hidroterapeuta, faltando a fisioterapeuta e a T. S. de educação especial e reabilitação da hipoterapia, a fisioterapeuta/osteopata e o médico/acunpuctor. Estiveram ainda presentes a educadora de sala, a auxiliar de acção educativa e a educadora de ensino especial.

O objectivo desta reunião era para além de estabelecer a coordenação entre toda a equipa, observar o ambiente de sala e a integração do Afonsinho, aferir as necessidades, explicar posicionamentos, descrever as competência já adquiridas e tirar duvidas.

Como a reunião começou bastante tarde, face à dificuldades surgidas, não foi possível tratar de todos os assuntos.

Contudo, conseguimos posicionar o Afonsinho de forma correcta na cadeira e retirando os pés de apoio, conseguimos que entrasse na roda das cadeiras da mesa, ficando sentado lado-a-lado com os seus coleguinhas, enquanto estavam a trabalhar com cubos para fazer torres.

No caso do Afonsinho, esteve mesmo foi a destruir torres, com o apoio do pai e do terapeuta ocupacional.

A educadora estava muito feliz e eu também, porque não tínhamos conseguido baixar a cadeira por forma a ficar na mesa, tendo nós, até, inclusive já encomendado o tabuleiro para ele trabalhar, o que desagradava à educadora, que preferia pegar nele ao colo e sentar-se à mesa com ele, pois achava que com o tabuleiro não estaria integrado no trabalho que desenvolvem diariamente na mesa.

VIVA!!!!

Depois estivemos sentadas no tapete a falar com a educadora de sala e a educadora e.e, onde foram mostrados os posicionamentos correctos a adoptar nas várias posições, sentado, decúbito ventral, dorsal, lateral. Foi-lhes ainda ensinado a forma de levantar o Afonsinho do tapete ou da cadeira, sempre na posição sentado, bem como a forma de o pegar ao colo.

As educadoras mostraram-se muito interessadas e empenhadas em aprender, em perceber e não tiveram qualquer receio em fazer perguntas.

Falámos ainda dos exercícios que mais beneficiam o Afonsinho mas, que são altamente benéficos para qualquer crianças, nas aulas de ginástica.

Na forma mais correcta de manipulação dos lápis e dos pincéis, deixando uma ideia muito interessante, da qual nunca tinha ouvido falar e nem nunca tinha imaginado.

Uma bola de esferofite. O lápis, a caneta, o pincel, devem ser "enfiados" na bola para que a criança a consiga agarrar com os cinco dedos, fazendo uma boa preensão e consequentemente uma boa manipulação do objecto.

Achei curioso que uma vez mais este conselho foi deixado para todas as crianças da sala, como sendo a forma mais correcta, a primeira forma de agarrarem num lápis e de pintarem.

Reforçou-se a ideia de inter-ajuda, todos se mostrando disponíveis para trocar ideias e tirar duvidas.

Combinaram continuar a seguir o plano temático da sala em todas as terapias, por forma a reforçar a aprendizagem dos conceitos.

Combinaram ainda, nova reunião para o final do primeiro período, altura em que todos os intervenientes conhecerão melhor o Afonsinho e deixaram o tema "Comunicação/oralidade" como o grande objectivo dessa reunião, para se definirem os caminhos a seguir.

Nós saímos de lá contentes e com a ideia que o Afonsinho está a ser acompanhado por uma grande equipa e que continuamos a estar no bom caminho.

Agora, pedimos a Deus que nos ajude para que tudo corra pelo melhor e que os objectivos vão sendo alcançados como até aqui, de forma lenta mas sustentada.

Afinal, o nosso caminho é um caminho que se faz caminhando...

1 comentário:

CláudiaMG disse...

Fantástico minha amiga.
É mesmo assim que tem de sr, reunir todos os técnicos que acompanham o Afonsinho para que em grupo se possam ajudar mutuamente e delinear estratégias para ajudar no desenvolvimento dele.
Além do teu caso, não conheço mais nenhum assim, onde os terapeutas se disponibilizam para reuniões com outros técnicos.
Muitos Parabéns por conseguir uma Equipa tão unida.

Beijinhos grandes e saudosos

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

Todos os direitos reservados