Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A gestão possivel...

Hoje, acordámos um bocadinho mais tarde e já não conseguimos fazer os nossos exercicios.

Depois do pequeno almoço e seguimos para a escola, já atrasados para não variar, quando chegámos já lá estava a educadora de e.e.

Hoje levei-lhe os cartões e vários livros para ela trabalhar com o Afonsinho.

Quando chegámos a S., a educadora de e.e., pegou-lhe ao colo, a C., a melhor amiguinha do Afonsinho, levantou-se do tapete e foi de imediato agarrar-se a ele, a educadora pegou-lhe ao colo, para ela lhe dar um abracinho e tivemos o primeiro beijinho romântico. Um belo beijo... na boca!

Uma verdadeira ternura!!!

Depois seguimos para o Hospital, uma vez que a C., continua com muitas dores.

Foi novamente observada, fez novo RX e ecografia, após cinco horas, novo diagnóstico: Adenopatia mesentérica.
Tratamento? Descanso, brufen e benuron, mais três dias sem ir à escola

No entanto temos que manter vigilância e se houver alguma alteração da dor, do transtorno intestinal, febre... teremos que voltar para ser novamente observada.

Fui buscar o Afonsinho perto das cinco horas. Disseram-me que tinha estado muito bem, que comeu praticamente tudo ao almoço, ao lanche comeu o iogurte nesquik mas deixou bastante pão?! e que só dormiu uma hora.

Hoje, também para não variar, faltámos à piscina. Compensámos com hidroterapia caseira, na banheira, exercícios e massagens.

O Afonsinho jantou bem e depois, ficámos a ver as luzes da árvore de natal, enquanto cantávamos canções, introduzindo o som de vários animais no meio da canção do "Pinheirinho de Natal". Foi uma delicia ouvir as suas garagalhadas e ver o seu ar feliz.

Agora, quando lhe perguntamos quem é o Afonso? Responde-nos "eu" ou "sou eu".

MÁGICO!!!!

Estas faltas, constantes, às terapias estão a começar a ser em demasia mas, se por um lado me preocupo, porque é óbvio que elas são fundamentais para a reabilitação do Afonsinho, por outro lado, acho que também tem sido benéfico. Está mais calmo, mais tranquilo, dorme melhor, vê-se que está muito menos cansado, está a comer bem e já voltou a engordar.

Claro, que na vida não se pode ter tudo, já é difícil quando temos um filho para gerir, agora imaginem com três...

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois eu só tenho dois filhos e já tenho uma gestão difícil, três deve ser bem mais complicado.

É fundamental que de facto o Afonsinho seja uma criança, às vezes com as terapias, as estimulações, a escola, etc... esquecemo-nos que eles são apenas crianças e que têm que fazer algo tão simples como brincar (olhar para uma árvore de natal, ver bonequinhos na televisão, ouvir musica, rir por ver a irmã a fazer uma palhaçada, etc...) e brincar, rir e divertir-se também é uma excelente terapia.

Muitos beijinhos
Cristina
http://blogs.clubedospais.pt/ccsantos

CláudiaMG disse...

Gerir!!!
Que palavra tão fácil e tão difícil de implementar.
Nós mães sabemos o quanto é difícil gerir uma família, mais ainda quando em vez de 1, temos 2 ou 3 filhos.
Por acaso uma das coisas que me faz pensar é como é possível gerir famílias com 4 e 5 filhos. Acredito que deva ser um verdadeira batalha constante.
Tu tens feito um excelente trabalho, tens 3 filhos magníficos cada um com a sua especificidade e cada um a precisar sempre de ter uns pais por perto.
A tua gestão tem sido a melhor porque é a vossa gestão.
Nem sempre é fácil e realmente a tua última semana foi bastante complicada, mas mais uma vez conseguiste...PROVA SUPERADA. O que só prova que és uma excelente mulher, uma óptima mãe e uma fantástica dona de casa.
Acredita que melhores dias virão, até porque o Sol quando nasc, nasce para todas minha linda.

Beijinhos com cheiro a Baunilha e Chocolate.

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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