Ontem, foi dia de conhecer a educadora de intervenção precoce. A reunião estava marcada para de manhã, assim após deixar o Afonsinho na escolinha, segui para o agrupamento.
A expectativa era enorme, tanto para o bem como para o mal.
A reunião demorou cerca de duas horas e o que encontrei foi uma educadora muito interessada em conhecer TUDO sobre o Afonsinho.
As terapias, os terapeutas, a escola, as educadoras, os progressos, as dificuldades, a forma de lidar com ele, os seus gostos e preferências...
A educadora foi muito simpática e criou-se entre nós, de imediato, uma empatia que será, certamente, um factor de união, tão importante para o trabalho a desenvolver com o Afonsinho, por forma a melhorar o seu desempenho.
Mostrou-se conhecedora, dos aspectos tão particulares, que uma criança com paralisia cerebral tem e revelou alguma experiência própria de quem já trabalhou com este grupo de meninos.
Ficou com todos os contactos e mostrou-se interessada em conhecer o Afonsinho em cada uma das actividades que diariamente tem.
Esta semana vai ainda entrar em contacto com o colégio, para conhecer o Afonso e falar com as educadoras e pensa que na próxima semana, conseguirá iniciar o trabalho, QUATRO TEMPOS POR SEMANA, como estava aprovado.
Depois do almoço, fui buscar o Afonsinho que apesar de comer bem e normalmente tudo, continua a fazer uma enorme birra.
A educadora pediu-me se seria possível acompanhá-lo nas refeições, para ver se ele se adapta o mais rapidamente possível, uma vez que na sala e com a cadeira já se começam a sentir as primeiras evoluções, os primeiros progressos.
Claro, que eu não tenho problema nenhum em acompanhar as refeições mas, e uma vez que ele está a comer bem e até a aumentar de peso, gostaria que fossem elas e ele, em conjunto, que conseguissem superar esta situação, vou esperar mais uns dias e se não conseguirem então terei de intervir.
Ontem foi dia de terapia da fala e de fisioterapia.
A sessão de terapia da fala começou, novamente, com o assunto da comunicação aumentativa. O Afonsinho esteve a trabalhar no computador, com o switch e com a mão, através do toque fazia accionar as imagens que contavam histórias ou canções.
Uma das canções tinha os "tais" símbolos da comunicação aumentativa e a terapeuta esteve a tentar explicar-me como funcionavam.
Confesso, que esta história da comunicação aumentativa me deixou de rastos e que não consigo perceber a utilidade dos símbolos.
Primeiro porque os símbolos apenas transmitem algumas palavras, no caso que estivemos a ver "atirei o pau ao gato mas o gato não morreu", na segunda parte da frase aparecia um símbolo com o gato, para a palavra GATO, um X a vermelho para a palavra NÃO, e uma espécie de anjo para MORREU".
O que estava escrito, seguindo os símbolos seria "GATO NÃO MORREU", falta portanto o "mas" e "o".
Continuo a não aceitar esta alternativa, de comunicação alternativa, especialmente porque não a conheço e não a entendo. Depois estes símbolos não substituem em nada, todo o trabalho que temos vindo a desenvolver, com os cartões com imagens reais, com os sons, com os sabores, com as figuras...
Não estou nada preparada para esta nova realidade e só tenho tido péssimas noticias desde que EU despoletei esta ideia que o Afonsinho está a falar menos, oralidade.
Este dia esgotou-me e estou a entrar numa fase muito, muito negativa, a mais grave de sempre, porque apenas me apetece ficar em casa quietinha com o meu Afonsinho, no miminho, no colinho e fazer por ele, aquilo que eu sei que sou capaz, por mais maus diagnósticos que me transmitam, FELIZ....
Porquê sujeitá-lo a tanta terapias, a tanto esforço físico, a tanto sofrimento, se a realidade é cada vez mais dura, cada vez com menos esperança, valerá mesmo a pena?
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