Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ainda a febre...

O Afonsinho passou a noite relativamente bem e não voltou a ter febre, acordou bem disposto, estivemos trinta minutos a fazer ginástica e depois fomos tomar o pequeno-almoço, hoje voltou a comer tudo.

Viva!!!!

Assim e contrariando o coração seguimos para a escolinha.

Quando chegámos, falei com as educadoras e disse-lhes que ontem o Afonsinho tinha febre, disseram que esteve sempre bem disposto, apesar de ter comido mal e que não o acharam quente.

Expliquei-lhes, uma teoria minha, que achava que o calor influenciava a temperatura corporal do Afonsinho e que ele ficava com alguma febre, apesar de não ter outros sintomas.

Cerca de uma hora e meia depois, recebi uma chamada do colégio, onde a educadora, a A., me dizia que o Afonsinho estava com 38,4 e que o tinha que ir buscar, porque não podiam ter meninos com febre e não podiam dar medicamentos.

Já ontem não fiquei muito agradada com esta educadora e hoje a situação repetiu-se, não pelo que ela disse mas, pelo tom usado... hum, mau sinal, para a minha maneira de ser (má e ruim, como alguém diz) não é nada bom sinal...

Quando cheguei estava no isolamento, coitadinho, com uma auxiliar queridissima. Tinham-lhe tirado a t-shirt e a temperatura já tinha baixado para os 38.

Estive a falar com a Directora que me pediu indicações para saber como proceder com o Afonsinho nestes casos.

Expliquei-lhe que bastava baixar a temperatura com uma toalha húmida e se fosse perto dos 39, dar-lhe um benuron, que tem numa malinha dentro da mochila e que o acompanha todos os dias mas, que nestas situações queriam que me contactassem e só em caso de impossibilidade de o ir buscar de imediato é que lhe deveriam dar benuron.

Chegámos a casa e despimos-lo, já não tinha febre, apesar de não lhe ter dado nenhum medicamento, no carro vim com o ar condicionado e a casa estava muito fresquinha.

Coloquei-o no tapete, enquanto fui preparar o almoço e adormeceu de imediato...

Quando acordou, cerca de trinta minutos depois, continuava sem febre e estava bem disposto, comeu a sopa toda mas, comeu muito pouco do peixinho com batatas, brócolos e ovinho. Voltei a deitá-lo e dormiu uma bela sestinha.

Quando acordou continuava sem febre.

Esteve a beber água pelo COPO, muito concentrado e empenhado e depois lanchou papa de fruta com bolachas, comeu TUDO.

Estive a falar com a minha prima A., a nossa enfermeira favorita, que me falou na hipótese de ser uma infecção urinária.

Então, o que é que eu pensei? Tirar-lhe a fralda e ver se ele fazia bem xixi.

Esperámos cerca de um hora até sermos brindados com um belo jacto de urina, clara e sem nenhuma demonstração de dor ou desconforto por parte dele.

Está bem disposto, não tem qualquer sintoma, a não ser estar amarelinho e continua sem febre...

Não fomos à Liga, faltámos a fisioterapia e a terapia da fala e amanhã também devemos faltar à natação, pois a consulta é só às 16h.

Vamos ver o que é que isto dá...

3 comentários:

Maria disse...

Bem A, vamos lá mandar embora a febre e a porcaris dos sapinhos...
Vamos ganhar a nossa barriguita e para isso precisamos comer e dormir bem.
Beij. muito grandes e os desejos com todo o meu coração, que nesta altura já estejas melhorzinho.

:)) M.M.G.

CláudiaMG disse...

"Ainda a febre"

Só te posso dizer que estou curiosa para saber a origem desta febre que vai e volta.

Espero que o Afonsinho tenha continuado bem, que faça um grande soninho e que amanhã acorde bem disposto e coma um bom pequeno-almoço.

Beijinhos carinhosos minha amiga

Anónimo disse...

Espero que o Afonso já tenha melhorado.......mt força para vocês neste "novo ano" q inicia.

Beijinhos
Cristina

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

Todos os direitos reservados