Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dia do soro...

O Afonsinho passou a noite um bocadinho melhor, teve menos tosse e não teve febre. Como continuava com muita expectoração decidimos fazer mais um aerosol para a libertar mas, como ele não consegue tirá-la apesar de tossir, acabei (por volta das 5 da manhã) por tomar uma atitude drástica e com a colher da papa, provoquei-lhe o vómito. Funcionou na perfeição a expectoração saiu e assim consegui que ele (e eu) dormisse um bocadinho.

De manhã não tinha febre mas, por precaução dei-lhe o brufen na mesma e passei o dia a colocar soro no nariz e directamente na boca.
"Bebeu" tanto soro que até arrotava.


Dormiu, dois bons soninhos, o que lhe permitiu descansar.

Ao pequeno almoço, comeu muito bem, uma papa láctea de bolacha maria, a sua nova paixão. O almoço e o lanche já foram mais complicados com birrise pelo meio mas, mesmo assim comeu razoavelmente.

Esperamos que continue sem febre e que hoje já passe bem a noite, pois eu e o pai, já nos sentimos velhos (para aí com uns 60 anos) para estas noitadas e já lá vai mais de um mês a dormir mal ou a não dormir...

Amanhã esperamos voltar à escolinha, se tudo continuar a correr assim.
Hoje, recebemos um telefonema da P., que já está com saudades e para nos dizer que o fotógrafo foi lá hoje. Pois é perdemos a oportunidade de ter as primeiras fotografias do Afonsinho na escolinha.

Intimidade


Texto e fotografia retirados do Blogue Cheiro de flor quando ri



Foto de Paulo Garcez

Algumas pessoas se destacam para nós. Não há argumento capaz de nos fazer entender exatamente como isso acontece. Porquê dançam conosco com mais leveza nessa coreografia bela, e tantas vezes atrapalhada, dos encontros humanos. Muitas vezes tentamos explicar, em vão, a medida do nosso bem-querer. A doçura de que é feito o olhar que lhes dirigimos. O sentimento que nos move para ajudá-las a despertar um único sorriso.

Não importa quando as encontramos no nosso caminho. Parece que estão na nossa vida desde sempre e que mesmo depois dela permanecerão conosco. É tão rico compartilhar a jornada com elas que nos surpreende lembrar de que houve um tempo em que ainda não sabíamos que existiam. É até possível que tenhamos sentido saudade mesmo antes de conhecê-las. O que sentimos vibra além dos papéis, das afinidades, da roupa de gente que usam. Transcende a forma. Remete à essência. Toca o que a gente não vê. O que não passa. O que é.


Por elas nos sentimos capazes das belezas mais inéditas. Se estão felizes, é como se a festa fosse nossa. Se estão em perigo, o aperto é nosso também. Com elas, o coração da gente descansa. Nós nos sentimos em casa, descalços, vestidos de nós mesmos. O afeto flui com facilidade rara. Somos aceitos, amados, bem-vindos, quando o tempo é de sol e quando o tempo é de chuva. Na expressão das nossas virtudes e na revelação das nossas limitações. Com elas, experimentamos mais nitidamente a dádiva da troca nesse longo caminho de aprendizado do amor.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ainda demora muito a chegar o Verão?

Fotografia Maria Salvador
Mais uma noite em claro...

Desde o inicio de Outubro, que o Afonsinho tem estado doentito. Constipadito, sempre com o pingo no nariz, febre e agora tosse e muito, muito queixume.

Esta noite não o conseguíamos calar, tentámos de tudo, cantar, dançar, palmadinhas nas costas, no rabo, leitinho, papa, soro fisiológico, brufen, benuron, bocagel, continua com 3 dentes a romper, apanhar o ar da noite e nada. Cada vez que adormecia vinha a tosse e lá acordava mais uma vez.

As horas foram passando e não melhorava, acabámos por fazer um aerosol com ventilan (apesar de não ter dificuldades respiratórias) para ver se a expectoração se tornava mais liquida e se "desagarrava", lá conseguimos ter algum sucesso e o Afonsinho conseguiu descansar um bocadinho.
De manhã acordou com quase 40 graus de febre, após ter tomado mais uma vez brufen, a febre começou a ceder. Consegui que comesse relativamente bem a papa láctea mas, continuou muito queixoso. Decidi pôr-lhe um bebegel, pois achei que podia ter dores de barriga e realmente fez um cocó enorme.

Estava tão cansado que acabou por adormecer um bocadinho, quando acordou o mesmo queixume, acabei por fazer outro aerosol e finalmente começou a melhorar e acabou por adormecer.

Hoje não foi à escolinha e tivemos que cancelar a hipoterapia e hidroterapia.

Estas constipações, apesar de ligeiras (felizmente) mantém-nos sempre em alerta e estão constantemente a impedir o Afonsinho de ir à escolinha e às terapias.
Ainda demora muito a chegar o Verão?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Caixinha de BOAS surpresas...


Hoje, o Afonsinho acordou muito cedo, estava muito rabugento e doentinho. Comeu bem ao pequeno almoço enquanto víamos o "burrinho trotro" na Rtp2.

Enquanto me estava a despachar adormeceu e estava mesmo sem vontade de o levar para a escolinha mas, entretanto acordou e lá fomos, já bastante atrasados.

Na cadeirinha do carro a história do costume, chorar, chorar e chorar...

Hoje achei que estava a chorar com menos força mas, cada vez que falava com ele gritava em resposta.

É desesperante, já passou mais um mês e continua tudo igual, neste campo não conseguimos que o Afonsinho evolua e melhore.

Quando fui buscar o Afonsinho à escola, a P. disse que ele tinha estado mais quietinho do que o costume mas, que tinha dito "olá".

De tarde fomos para a fisioterapia e a terapia da fala. Estava muito rabugento e queixoso, cada vez que tossia queixava-se e chorava. Fez exercícios muito leves mas foi melhorando à medida que a sessão avançava.

Pensávamos que não seria possível fazer a sessão de terapia da fala. Começou mal com muitas queixa mas, depois enquanto brincava com ele a terapeuta foi fazendo os exercidos. Colaborou TOTALMENTE em todos os exercícios, fez exercícios novos de "pressão leve" que até hoje nunca tinha aceite, sem qualquer birrise ou reacção. A terapeuta estava estupefacta, não queria acreditar. Correu tão bem, que se na quinta feira a reacção for a mesma vamos mudar de plano e subir mais um degrau. Baixar o tónus da face e intra-oral e treino alimentar.

Este miúdo é uma verdadeira caixinha de BOAS surpresas!!!

Continuamos o nosso caminho, sempre, sempre a caminhar...

Novamente integrado


Hoje, regressámos à escola, mas o afonsinho ainda está um bocadinho constipadito.

Quando chegámos, já bastante atrasados (eu não sei o que faço ao tempo, pois levanto-me às 06h45 e nunca me consigo despachar a horas) já lá estava a nossa "querida" educadora de n.e.e. ou de intervenção precoce, a partir de agora vou-me referir a ela como Mj, senão estou sempre a escrever o mesmo.

Começou por dizer que o Afonsinho já estava novamente integrado e que eu não tinha percebido, alguma das coisas que ela tinha dito. Tentei terminar a conversa ali, dizendo que tinha o carro mal estacionado mas, ela não se calou. Mais uma vez, passou o limite, não percebendo que a salinha do Afosinho com a P. presente não é local de conversas, muito menos desta.

Então disse-me que eu tinha percebido mal e quem tinha tomado a decisão de retirar o Afonso tinha sido a "Equipa das escolas" e não o Conselho Executivo e que o apoio indirecto, não era por telefone, duas vezes por mês falariam com a educadora (neste caso a P.) por telefone e se ela tivesse alguma dúvida ela dirigia-se à escola para falar com ela, disse-me também que eles tinham ficado assustados com o meu mail e que para a próxima eles que informassem os pais por escrito, porque não gosta de ser acusada do que não fez, blá,blá,blá...

Enfim, se não fosse uma situação tão grave, a minha vontade era mesmo de rir, com tanta "estupidez" junta.

Mas, o melhor estava para acontecer, é que o Conselho Executivo (afinal decide ou não decide nesta equipa de IP?) decidiu que o Afonso devia BENEFICIAR de mais um tempo, por semana e perguntou-me se podia combinar com a P.

Fiquei indecisa mas, disse-lhe que por mim tudo bem, desde que a P. concordasse.

Quando fui buscar o Afonsinho à escola, perguntei à P. se a Mj se tinha "portado" bem e se tinha cantado melhor. Respondeu-me com um sorriso amarelo e disse-me que continuava a cantar muito mal e que falava muito.

Pois é, aqui estão os meus receios a confirmarem-se!

Disse à P., que ela é muito imatura (não sei a idade dela) e que escolheu a profissão errada, pois tem mais jeito para lidar com casos sociais, a P. respondeu-me que também era a opinião dela.

Estas atitudes não auguram nada de bom, no apoio desta educadora ao afonsinho mas, como a P. é excelente, muito atenta e interessada tenho a certeza que puxará a Mj para o caminho certo, se não conseguir terei que encontrar outra solução.

Gratidão

Este texto e fotografia foi retirado do blogue Cheiro de flor quando ri. Este blogue têm sido para mim, uma boa descoberta, com textos que me tocam a alma e aquecem o coração.


Foto de Klaudya Ricarto


Quando lembro o quanto algumas pessoas me ajudam com o seu olhar amoroso, ao longo da estrada, sinto um ventinho bom percorrer meu coração e arrepiar a vida toda de contentamento. Um ventinho quente, parecido com o que toca a minha pele quando caminho na beira da praia nas manhãs azuis que ainda se espreguiçam. A pele é o lado de fora do sentimento.

Quando lembro de cada nova muda de afeto que recebo e vejo florescer devagarinho no meu jardim, a lembrança afasta as nuvens momentâneas e deixa o céu à mostra. Faz um sorriso sereno acontecer em mim. Acende uma música que a gente só consegue ouvir quando a palavra descansa.

Quando lembro que crescer é, no íntimo, um exercício solitário, mas que não estamos sozinhos na sala de aula, saboreio o conforto dessa recordação. Somos mestres e aprendizes uns dos outros, o tempo todo. Estudamos, lado a lado, inúmeras lições, mas também criamos espaço para celebrar os mágicos momentos de recreio. Às vezes, com alguma leveza, até descobrimos juntos um segredo libertador: o aprendizado e o recreio não precisam acontecer separados.

Quando lembro o quanto as nossas vidas se entrelaçam amorosamente com outras vidas nessa tapeçaria de fios sutis dos encontros humanos, a gratidão emerge e se espalha, em ondas de ternura, por toda a orla do peito. Diante de tantas incertezas, essa verdade perene: o amor compartilhado é o sábio curador.Quando lembro, eu agradeço. E respiro macio.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Um mês de escolinha...

Desde que vi a página na net que senti que era esta a escolinha que eu queria para o Afonsinho.

Recebi respostas de outras creches, muito interessantes, bem construídas, com apoio pedagógico direccionado e desta escola não recebi nenhuma resposta. Mandei de novo o mail e quando já me preparava para dirigir à escola para falar com a directora pessoalmente, recebi a resposta que tanto esperava.

"Bom dia,
Em primeiro lugar obrigado pela sua consulta. O (... ) pretende acolher todas as crianças a quem possa dar o seu contributo. Relativamente ao Afonso, se a nossa escola dispuser das condições necessárias para o acompanhar com a qualidade que ele merece, teremos todo o gosto em o receber.

Como se trata de uma frequência a tempo parcial, é possível aceitá-lo. Sugiro que caso mantenha o seu interesse nos contacte directamente no colégio a fim de conversarmos e aferirmos o encontro entre as necessidades do Afonso e a nossa oferta educativa.

Cumprimentos e um beijinho ao Afonso"

Marcámos a entrevista e fomos conhecer a escolinha. Gostámos da Directora, dos espaços exteriores e dos interiores. Sentimos calor humano, dedicação e inscrevemos o Afonsinho.

Pois é, parece que foi ontem mas, já passou um mês!

O Afonsinho fez uma integração, acima de todas as expectativas.

A educadora, a P., muito atenta e interessada desde cedo aprendeu a lidar com o Afonsinho e a tirar o melhor dele.

Até hoje, nunca ficou a chorar quando o deixo de manhã é com um sorriso que vai para o colo da P., tem feito boas evoluções no sentar, que já vai tolerando e nas posições que não gostava (barriga para cima), dá-se bem com os amiguinhos, melhorou na manipulação dos objectos, conseguindo agora agarrar com maior facilidade (em especial à direita). Ao nível do vocalizar, acho que houve um ligeiro retrocesso mas, penso que rapidamente vai recuperar (em casa já responde nitidamente "olá "e o "é bom" já está a ser dirigido para as coisas que ele gosta assim como o "meu").

Começou a dormir a sesta, adormecendo sozinho na caminha.

Estamos muito felizes com a nossa escolha, sentimos que a escola o aceitou. São simpáticas e afavéis, tendo sempre um sorriso e uma palavra carinhosa com o Afonsinho.

A parte negativa (que não tem a ver com a escola) continua a ser a viagem na cadeirinha do carro.

Até agora sentimos que o lema da escola está a ser aplicado.

"Porque cada um dos nossos alunos é único e especial..."

Em pleno...


Este fim de semana o Afonsinho voltou a estar doentinho.

Nada de especial, contispadinho e com febre mas, o suficiente para estarmos sempre em alerta, para comer menos bem e com mais dificuldade.

Hoje, decidimos não ir à escolinha, vamos ficar em casa no miminho.

Hoje, não há trabalho, nem exercícios, apenas uma mamã a desfrutar do seu bebé, em pleno...

Noite de Halloween



Este fim de semana tivemos a festa do halloween, começou na sexta feira à tarde e acabou no sábado perto da hora do jantar.

Preparámos um jantar especial e uma mesa cheia de doces, muitos doces.


Fomos "invadidos" por 4 bruxinhas e 3 bruxinhos.

Mascaram-se, andaram de casa em casa, a pedir doces, brincaram, cantaram e não dormiram...

Os bruxinhos renderam-se ao sonho por voltas das duas horas da manhã e s duas das bruxinhas mais resistentes pelas seis!!! horas da manhã, escusado será dizer que esta festa me provocou uma bela noite em claro!!!

De manhã, demorámos cerca de uma hora a preparar o pequeno almoço: Sumo de laranja natural, ovos mexidos, tostas mistas e frutas (kiwi, abacaxi, manga e pêssego) e a loiça do pequeno almoço encheu uma máquina de loiça.

Gostamos muito de receber os amigos dos nossos filhotes, que se portaram muito bem mas, ficámos a pensar como vivem as famílias que tem sete filhos. É dose...

Até para o ano...

O primeiro baile...


Na sexta feira foi dia das bruxas e o Afonsinho teve o seu primeiro baile.

A P. adorou a roupa que ele levava, ia todo janota.

O Afonsinho, gostou muito do baile. Esteve ao colo da directora, de inicio não aceitou muito bem, fazendo hiper-extensão mas rapidamente se adaptou e ela conseguiu conquistá-lo com a dança e as cócegas. Estava admirada, pois o Afonsinho adorou a musica e o movimento.

Claro, que festa é com ele!!!

De tarde mais uma sessão de terapia ocupacional. O Afonsinho portou-se muito bem, colaborando e fazendo todos os exercidos. O terapeuta voltou a afirmar que ele estava muito melhor, que ainda faltavam vencer muitas batalhas mas que íamos devagarinho, que era preciso dar tempo ao tempo.

Acho curioso, este terapeuta todas as semanas faz um balanço e exprime as suas opiniões sobre a evolução do Afonsinho.

Boa Afonso! Como o terapeuta costuma dizer: "Estás porreiro, pá!!!!!"

Um dia em cheio...

Na quinta feira e pela primeira vez, o Afonsinho passou o dia todo na escolinha, porque a equipa multidisciplinar que o acompanha, foi visitar a escolinha.

O dia começou bem disposto, com o Afonsinho a comer bem o pequeno almoço acompanhado pelo "burrinho trotro", na Rtp2, ele gosta especialmente da musica.


A caminho da escola a choradeira (infelizmente) usual.

Passou a manhã a brincar com os amigos, esteve sentado na cadeirinha nova, sem fazer hiper-extensão e sem birrar (viva!!!) e ainda conseguiu estar sentado no colchão encostado à parede com maior tolerância.

Ao meio dia fui levar o almoço. A P. já estava prevenida da birra que normalmente acompanha a refeição mas, CLARO, a nossa caixinha de surpresas, como sempre surpreendeu-nos. Almoçou lindamente, conseguindo comer para além do peixinho, a fruta com bolacha, sem se ouvir...

A P. adorou e quer experimentar dar-lhe o almoço.

Fiquei muito, mesmo muito contente!!!

Depois do almoço, a P. mudou-lhe a fralda e foi deitá-lo na caminha. A cama é branca em ferro, com um véu branco e um laço em azul, um mimo. O Afonsinho, adormeceu de imediato e dormiu quase duas !!! horas.

Por volta das 15h00, foi para o tapete brincar com a amiga B. Estavam os dois sentadinhos de frente um para o outro e a B. queria tirar-lhe o brinquedo mas, o Afonsinho não deixou. De repente escorregou para a frente e ficou deitado com a cabeça no colo dela, foi um momento fantástico mas, o Afonsinho não chorou, nem pediu ajuda e devagarinho conseguiu sair daquela posição, ficando de barriga para baixo no colchão. VIVA!!!!

Entretanto, os terapeutas acompanhados pela directora (responsável pelo programa de intervenção precoce) chegaram. Explicaram à P. algumas posições e posturas que o Afonsinho devia adaptar e ela explicou-lhes o que costumava fazer.

O Afonsinho está muito bem integrado na salinha e na escolinha.

A equipa gostou muito do espaço e da educadora e ficaram muito surpreendidos, pela positiva com o comportamento do Afonsinho e incentivaram-me a dar o próximo passo: Deixar o Afonsinho comer e dormir na escolinha.

Acho que ainda é muito cedo, estava nos meus planos que isso pudesse acontecer lá para Abril ou Maio mas, também não contava com uma integração e uma aceitação tão boa por parte do Afonsinho assim tão fácil e tão rápida. Vamos ver...

O Afonsinho saiu da escolinha às 16h30, teve um comportamento excelente, ultrapassando qualquer expectativas.

Continuamos, neste nosso caminho, caminho de luz, cada vez mais confiantes e com mais motivos para sorrir...

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

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