Que ele saiba que, invariavelmente, pode contar comigo, nos tempos de celebração e na travessia das longas noites escuras.
É dele também a minha mão. É dele também o meu abraço. É dele também a minha escuta. É dele também o meu olhar amoroso. É dele também os meus melhores sorrisos.
Que se saiba amado muito além do de vez em quando, do por causa de, do se.
Que se sinta amado como é, não interessa com que cara a circunstância esteja. Que se sinta amado simplesmente porque é...

Ana Jácomo
Não me peça para esquecer as cores, meu coração sempre andará com as lembranças felizes.
Tendo na visão do futuro, as flores, o voo dos pássaros, um lindo céu azul com nuvens desenhando belas formas...
E talvez um mar para banhar e salgar as manhãs.
Não me peça para esquecer a imensa beleza da vida.
Apesar de tudo o que já passei, de tantos dissabores, há sempre algo que movimenta a nossa esperança...
Uma criança que nasce para ser amada e ser feliz, uma flor que desabrocha para ser contemplada por quem quiser, um menino que cresce e segue um caminho repleto de luz...

Carol Timm

Afonso

O caminho começou no dia 21 de Dezembro de 2006, o Afonso nasceu em morte aparente, ficando com lesões cerebrais, que lhe causaram paralisia cerebral. Atravessámos longos dias de hospital, dias em que a dor e a preocupação não nos abandonavam mas, desde cedo, percebemos que era um lutador e todos os dias lutamos, com ele, para chegar onde lhe for possível e quem sabe… afinal é um caminho que se faz caminhando...

sábado, 25 de outubro de 2008

Para os trintões e não só...


ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES


A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.




E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.

O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos: Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.

Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.

Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente. No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.

Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.

Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'...

Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.

Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.

Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.

Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ... os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)

Este texto foi-me enviado pela minha amiga Mary Jo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um miminho...




Este miminho foi-me oferecido pelas minhas amigas Cláudia e Mãe Sisa.

Obrigada.





"Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano."

Ana Jácomo


O vencedor recebe o prémio e deverá colocá-lo no seu Blog;
Deveremos fazer referência à pessoa que nos endereçou;
Enviar o mesmo prémio para 7 pessoas cujos os Blogues nos inspiram;
Deixar um comentário nos Blogues que selecionamos, para que a pessoa saiba que foi presenteada e quem a presenteou.

Os meus Blogues de Inspiração:

Carta para o conselho executivo


Exmºs Senhores,

Confrontada com a decisão do vosso concelho executivo, em retirar o apoio educativo ao meu filho, AFONSO, junto anexo uma carta onde para além de demonstrar o meu desagrado com a situação criada por Vªs Exs., vos informo que não ACEITO tal decisão.

Assim, espero que reconsiderem e anulem, com efeito imediato, a decisão tomada.

Mais informo, que se na próxima terça-feira esta situação não estiver resolvida, irei enviar esta carta para todos os que estão ligados ao sistema educativo, Câmara Municipal da A., grupos parlamentares e comunicação social.


Melhores cumprimentos,

A., 24 de Outubro de 2008

Conselho Executivo do Agrupamento de Escola da A.
Escola de A. – Programa de Intervenção Precoce


Exmºs Senhores,

O Afonso é acompanhado desde o dia 15 de Setembro de 2008, após ter sido referenciado em 12 de Junho do corrente ano, pelo Programa de Intervenção Precoce da Fundação Liga.
A educadora mostrou-se desde o primeiro momento, muito interessada e disponível, tendo mesmo, por duas vezes, se deslocado à Fundação Liga para assistir e falar com os terapeutas que acompanham o Afonso.

Assim, foi de forma incrédula, que hoje, dia 24 de Outubro, recebi uma declaração, apresentada pela educadora n.e.e., para eu assinar onde constava que tinha sido informada “de forma clara e explicita” que o meu filho DEIXARIA de ter, apoio directo e passaria, caso fosse interesses dos pais, a ter APOIO INDIRECTO (leia-se por telefone. Já agora gostava de saber como se trabalha com uma criança com PC “por telefone”). Fui ainda informada, que esta decisão tem efeito IMEDIATO.

INDIGNADA é como me sinto!

O Afonso é um bebé de 22 meses com PARALISIA CEREBRAL, com um diagnóstico de TETRAPARÉSIA ESPÁSTICA e um grau de INCAPICIDADE de NOVENTA E CINCO POR CENTO e que a partir da próxima semana deixa de ter apoio DIRECTO da educadora de necessidades educativas especiais.

Excelentíssimos senhores, vocês que DECIDEM o bem-estar e os DIREITOS dos filhos que não são vossos, informo-os que não aceito, esta tomada de posição, por parte de Vªs Exas., uma vez que a mesma viola a legislação em vigor e os direitos do meu filho.

Estou à vossa disposição, para vos ajudar a perceber o que é paralisia cerebral, como vive uma família com uma criança com necessidades educativas especiais, quais são as reais necessidades destas famílias, o sofrimento e a luta que enfrentam diariamente num país que ainda continua a brincar ao faz-de-conta…

Melhores cumprimentos,


D.

Indignada!!!!



Hoje, aparecida do nada, surgiu, já connosco em cima da hora, para sair para a terapia ocupacional, a educadora do ensino especial.

Com um ar muito transtornado disse-me que não tinha boas noticias e o que me tinha para dizer não era nada fácil.

Informou-me que por decisão do conselho executivo do nosso agrupamento de escolas, o Afonsinho ia deixar de ter apoio educativo e já a partir da próxima semana. Esta decisão prendia-se com o facto do Afonsinho ter muitos apoios nomeadamente do programa de intervenção precoce da Liga.

Entregou-me uma declaração onde diziam que eu tinha sido "clara e explicitamente" informada que o meu filho deixaria de ter APOIO DIRECTO da educadora de e.e. mas que, e caso fosse do interesse dos pais, poderia ter APOIO INDIRECTO, leia-se por TELEFONE, 2 vezes por mês.

Claro que me deu vontade de rir...
Assinei a dita declaração e acrescentei que não concordava e não aceitava a situação que me era imposta e que agradecia que me informassem, por escrito, os motivos de tal decisão e que iria recorrer aos meios que tinha à minha disposição para denunciar a situação, incluindo os órgãos de comunicação social.
Este país, é realmente o máximo, num concelho com uma população a rondar os 400 mil habitantes, existem três educadoras de e.e. que dão apoio a TRINTA crianças. Alguém consegue acreditar nisto? Será que existem SÓ trintas crianças que necessitam de apoio?
O Afonsinho fica, AGORA, de fora porque há novos casos sinalizados e que têm menos apoios do que o Afonso, porque a mãe do Afonso é uma pessoa interessada e preocupada que trabalha com ele todos os dias e agora está integrado numa boa creche. Palavras da educadora para justificar a decisão do conselho executivo.

1º O Afonso NÃO tem muitos apoios. Na verdade o único apoio que tem, é exactamente este da educadora de e.e. O que o Afonsinho tem, são muitas terapias, PAGAS pelos pais!!!!

2º Afinal parece que para ter apoios, o filhos têm que andar mal vestido e mal nutridos!!!

3º Parece que afinal o que está a "dar" é ser uma má mãe, má cuidadora, assim quem sabe...

4º E já agora viver do rendimento mínimo, talvez também seja uma boa ideia...

5ª Claro, que dar apoio por TELEFONE a crianças com n.e.e, também me parece uma óptima ideia!!!!

Enfim, é tempo de agir, é exactamente o que pretendo fazer. Já seguiu, hoje, um mail com uma carta para este "tal" conselho executivo com a data limite de 3ª feira para que esta decisão seja revogada, se esta não resolver o assunto, já estamos preparados para informar tudo o que é órgão de decisão deste país, passando, claro, pela comunicação social!!!

Esta equipa de educadoras de e.e. está, para mim, muito longe do funcionamento ideal que estas equipas deveriam ter.

Estão mal acompanhadas, sozinhas, não estão inseridas nas equipas devidas e com os apoios devidos.

A educadora do Afonsinho é imatura e revela pouca experiência para lidar com casos como o do Afonsinho mas, é uma pessoa interessada e disponível.

Este apoio, ainda é mantido por nós, apesar de algum descontentamento, pois optámos por dar tempo, para que haja uma adaptação e contamos que com o tempo, o trabalhado levado a cabo com o Afonsinho possa vir a ser melhorado.

Acima, de tudo, este apoio é um DIREITO do Afonsinho e se algum dia deixar de o ser, será, unica e exclusivamente por decisão nossas, dos pais e cuidadores e NUNCA por interesse do estado em poupar uns euros e não colocar os docentes necessários.

Neste país, não se colocam educadoras do ensino especial, existem milhares no desemprego, a serem pagas com o nosso dinheiro, para não trabalhar, e retiram-se crianças que necessitam destes apoios.

O Afonsinho, felizmente, neste momento não necessita deste apoio mas, quantas crianças, cujas mães não se chamam D. ficaram hoje sem apoio?

Balanço da semana

Esta semana conseguimos cumprir todas as terapias.

Na segunda-feira fomos à natação com boa colaboração do Afonsinho, portou-se tão bem, que ao fim de quinze minutos!!! já tínhamos feitos todos os exercícios.

Na terça feira, foi dia de terapia da fala e fisioterapia.

Na quarta feira fomos à hipoterapia. A sessão correu bem mas, com dois momentos distintos. O trabalho, os exercícios foram executados com alguma refilisse pelo meio e a brincadeira, com demonstrações de prazer, vocalizações e sorrisos por parte do Afonsinho. Cada vez está mais apaixonado pelo cavalo, gosta de lhe fazer festinha e puxar os pelos da crina.

Na quinta-feira começámos pela fisioterapia, não o ouvimos, fez todos os exercícios com colaboração total, eu e a terapeuta adorámos ver o "nosso" menino com uma atitude tão favorável. Na terapia da fala, já não podemos dizer o mesmo, neste momento, é a terapia da "birrise", não colabora ou colabora muito pouco mas, também é a terapia mais agressiva e mais difícil. Pincel, na cara, nas mãos, nos pés, vibrador e mais vibradores nas bochechas, nos lábios, na testa, nas sobrancelhas, nas mãos, gelo, pressões dentro da boca, com os dedos, com vibradores, exercícios respiratórios... ufa, é mesmo muito exercício. Vamos com calma, pois é aqui que se notam as grandes melhorias mas, também era aqui que haviam as maiores dificuldades e estou convencida que depois de passar esta fase dos dentitos tudo vai correr melhor.

Na sexta-feira, foi dia de terapia ocupacional, com uma sessão alargada, sentar, sentar e sentar... O Afonsinho fez todos os exercícios e não se ouviu, colaboração total.

Amanhã ainda há uma sessão de acunpuctura e hidroterapia.

A escolinha correu muito bem, com muito insistência por parte da educadora no sentar. Já mostra alguma melhoria quando sentado sozinho no tapete, após estar sentado encostado à parede (que está forrada com material dos colchões e tem um varão para se agarrarem), apresenta uma postura melhor e com bom equilíbrio da cabeça e do tronco o que mostra que a "informação" está a ficar guardada. Melhoria também na posição dorsal (barriga para cima) e na manipulação dos objectos, neste momento com a mão direita já consegue agarrar, com relativa facilidade, os brinquedos não provocando espasmo do resto do braço , yuppiii!!!!

A alimentação melhorou e continuamos a lavar os dentinhos com as compressas e os exercícios de pressão.

Consegui que adormecesse sozinho, alguns dias, para fazer a sesta. As noites foram dificeis.

Continuamos a fazer os nossos exercícios todos os dias.

Plano inclinado, para fazer carga e ganhar força nas pernas, que agora é mais uma dor de cabeça, porque não quer fazer e farta-se de "birrar", talas para obrigar as pernas a alongar e nos braços para ganhar força e mantê-los esticados com as mãos abertas e apoiadas e as talinhas nos dedos e ainda temos tempo para brincar no tapete.

Todas as noites adormecemos com uma história contada pela mana com a ajuda da mamã

Temos, portanto um balanço de semana, muito POSITIVO...

Continuamos o nosso caminho, de mãos dadas e corações abraçados...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Plano de Intervenção Precoce 2008/2009

Ontem, à tarde retomámos as terapias na Liga.

As terapeutas já estavam com saudades do Afonsinho.

Na fisioterapia portou-se muito bem, colaborando e fazendo todos os exercícios. Ontem começou a fazer um exercícios novo, com algum, sucesso, a posição de gatinhar. O Afonsinho já coloca as pernas na posição de gatinhar mas, ainda tem pouca força nos braços. Ontem conseguiu manter durante algum tempo a posição.

Depois, terapia da fala, fez a sessão sozinho com a terapeuta, enquanto eu fazia com a fisioterapeuta e responsável de caso, o Plano de intervenção precoce para este ano lectivo. Portou-se relativamente bem, apesar de "rabujar" nos exercícios intra-oral mas, também tem os molares a romper e tem as gengivas muito inchadas e sensíveis. Para quem esteve uma semana sem fazer terapias até que não correu muito mal.

Em Abril, quando chegámos à Liga, demorámos varias horas, para elaborar o PII, portanto pensámos que este ano lectivo aconteceria o mesmo. Começámos ontem e terminámos ontem. É verdade, foi com grande satisfação que chegámos à conclusão que os meus medos, receios, tinham desaparecido e que neste momento tenho uma elevado grau de satisfação com a equipa e com os cuidados de IP prestados ao Afonsinho.
Ontem li, várias coisas, que demonstravam o meu estado de espírito quando chegamos à Liga, que me deixaram admirada, pois demonstram de uma forma fria e dura a maneira como me sentia em relação à intervenção precoce e aos terapeutas que até então tinha trabalhado com o Afonsinho. Há uma frase, bem explicita e que ontem me fez sorrir. À pergunta o que espera do programa de intervenção precoce, respondi, para além de outras coisas "SER BEM TRATADA!"

A grande diferença neste PII, foi a resposta à pergunta: "O que mais a preocupa, quais são os seus maiores receios?".

Em Abril respondi, que era o futuro, o diagnóstico do Afonsinho, saber quais eram as suas reais dificuldades.

Ontem, a minha resposta foi. "Sei que estamos a fazer o melhor e neste momento não tenho preocupações em relação ao futuro. Vivemos um dia de cada vez, e isto é válido para o Afonso e para os irmãos."

A terapeuta ficou feliz com a minha resposta e eu também!

Aguardamos, agora, que nos entreguem o PII com os objectivos definidos pela equipa multidisciplinar para o afonsinho, neste ano lectivo de 2008/2009.

As Educadoras


Ontem, e pela primeira vez, a educadora de ensino especial acompanhou o Afonsinho na creche. Apenas a apresentei à educadora P. e vi-me embora mas, antes ainda pude observar a P. a entregar a educadora e.e., uns sapatinhos de plástico para colocar por cima dos delas e puder entrar na sala. ADOREI!!!! mas o mais engraçado foi a resposta da educadora e.e. "Que bom, na maioria do sítios onde vou não existem".

Que grande lata... afinal, devia ter comprado, também, uns sapatinhos para ela colocar quando estava no tapete do Afonsinho!

Quando fui buscar o Afonsinho perguntei à P. como tinha corrido, disse-me que tinha corrido bem.

A P. é o OPOSTO da educadora de e.e. Tem muito cuidado como se expressa, ouve e não emite opiniões à toa, muito menos fala sobre alguma criança ou pais, o que me agrada muito mas, nesta situação conto com ela para ser os "meus" olhos e ouvidos. Insisti, perguntei o que tinham feito, foi muito evasiva mas, disse-me que o tinha sentado entre as almofadas, que tinha falado com ele (o já célebre "Ó láááá) e pouco mais.

Bem, vou esperar mais uma semana e depois possivelmente terei que falar com a Directora para que a P. lhe transmita o que se passa e ela mo transmita a mim.

Hoje o Afonsinho já se portou melhor, esteve sentado entre as almofadas e a P. SENTOU-O na cadeira de comer!! Claro que berrou, gritou, "birrou". A P. estava muito admirada porque sempre que lhe mostrava um brinquedo ou lhe cantava ela parava de "resmungar" e chegou mesmo a rir-se.

Pois é a P. está a começar a conhecer o verdadeiro Afonso!!!

Hoje disse-me também que está a aumentar a sua tolerância quando está deitado de barriga para cima e que adorou a música.

Estou muito contente com a atitude profissional e muito carinhosa com que trata o Afonsinho, insistindo, independentemente, das birras, no sentar e na manipulação dos objectos.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Plano Pedagógico 2008/2009

Recebemos hoje o Plano pedagógico para este ano lectivo da escolinha do Afonsinho.

O tema do colégio para este ano lectivo é "Vamos aprender com os contos de fadas" e pretende desenvolver os conceitos morais e afectivos subjacentes aos contos, aprendendo a brincar, os valores e as qualidades humanas que os ajudarão a ser pessoas melhores.

Programa de Desenvolvimento

ÁREA PSICOMOTORA

Estimulação das aquisições motoras (levantar o tronco, virar, agarrar os objectos, gatinhar, levantar e andar), através do incentivo individual, da utilização do espaço e do equipamento, de jogos e música.

ÁREA SÓCIO-AFECTIVA

Adaptação e reconhecimento do adulto, do espaço e das rotinas, a partir do estabelecimento de uma relação de confiança e afecto e da repetição dos processos.

Estimulação do desenvolvimento da linguagem, da sociabilização e da autonomia, através das verbalizações de todas as acções, da relação com as outras crianças e do solicitar das acções aprendidas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Hoje, portei-me mal...

Hoje, como já estou melhor, apesar dos meus três dentinhos que estão a romper me provocarem dor nas gengivas, a mamã, levou-me para a escola.

Eu, já disse à mamã, que até gosto da escola mas, DETESTO andar naquela cadeira. Hoje chorei tanto, tanto e só me calei quando a P. me pegou ao colinho.

A mamã foi-se embora e deixou-me com os meus amiguinhos.

Hoje, a P. só queria que eu estivesse sentado mas, eu queria era estar ao colinho. Então fiz uma grande birra e gritei muito mas, como chorei sem lágrimas a P. não me pegou ao colinho e obrigou-me a brincar com os meus amigos SENTADINHO!!!!

Tenho que aprender um truque para conseguir chorar com lágrimas, para a P. me pegar ao colinho...

Quando a mamã me foi buscar ainda estava a "birrar" (esta palavra é bué fixe) porque a P. me estava a mudar a fralda e a vestir.

Depois, UFA, FINALMENTE, fui para o colinho da mamã!

Hum, que BOM!!!

Hoje, portei-me muito mal mas, amanhã vou-me portar melhor...

domingo, 19 de outubro de 2008

Fora de casa...

Depois de mandar embora a constipação do Afonsinho, que já o incomodava há duas semanas, e a virose da mãe, conseguimos, este fim-de-semana "voltar" a fazer os nossos programas.

No sábado, tivemos mais uma sessão de acunpuctura com o Afonsinho a colaborar, temos marcada para a semana um consulta de avaliação e depois, yupiii... seguimos em direcção ao parque.











O Afonsinho andou de baloiço, de escorrega, "subiu" as cordas da aranha, esteve no barco e nas tendinhas dos índios. Esteve sempre muito bem disposto e sorridente. A mana C. andou em todos os brinquedos, de patins em linha e foi a grande companhia para o Afonsinho, ajudando-o. A manhã estava óptima e foi muito bom passar este tempo, de forma calma, tranquila e muito divertida para os miúdos.








De tarde decidimos fazer uma sessão de cinema caseira pois após a enorme chuvada, decidimos que não íamos à piscina com o Afonsinho. Assim, fomos ao clube de vídeo buscar um filme "O diário da nanny", comprar pipocas, ligámos o nosso home cinema e passámos a tarde com um filme muito divertido.

O Afonsinho fez uma bela sestinha e depois brincou sentadinho no seu tapete, fez as talinhas nos dedos e nas pernas e um bocadinho de plano inclinado, com muita resmuguisse à mistura, não tinha vontade de trabalhar.

Hoje, de manhã, fomos novamente ao parque. Como já tínhamos a companhia do G., tivemos que escolher um parque onde fosse possível jogar à bola.

A C. andou de patins em linha, na pista reservada para o efeito, enquanto eu fazia de peão e ela tinha que parar nas passadeiras para eu poder passar. Depois foi uma correria, nesta altura já acompanhada pelo primo M. e um amiguinho, subir ao farol, andar no barco, percorrer o labirinto, andar de escorrega, nas pontes, subir às árvores...


O Afonsinho, hoje não teve tanta sorte, porque o parquinho para a idade dele estava em manutenção. Assim, esteve SENTADO numa mantinha, a brincar com os seus brinquedos, mexeu nas flores deliciando-se e emitindo sons de prazer e vocalizando.




O G. claro, passou a manhã a jogar à bola mas ainda subiu a uma árvore.





Foi bom passar assim um fim de semana, depois de ter estado praticamente, uma semana sem sair de casa.

Amanhã iniciamos a escolinha e a hidroterapia, e esperamos que, tão cedo, não haja mais interrupções.

Com o tempo...

Este texto foi retirado do blogue Cheiro de flor quando ri.



Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples. Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma pra brincar, são essas imensas coisas pequeninas bordadas com fios de luz no tecido áspero do cotidiano. Como o toque bom do sol quando pousa na pele. A solidão que é encontro. O café da manhã com pão quentinho e sonho compartilhado. A lua quando o olhar é grande. A doçura contente de um cafuné sem pressa. O trabalho que nos erotiza. Os instantes em que repousamos os olhos em olhos amados. O poema que parece que fomos nós que escrevemos. A força da areia molhada sob os pés descalços. O sono relaxado que põe tudo pra dormir. A presença da intimidade legítima. A música que nos faz subir de oitava. A delicadeza desenhada de improviso. O banho bom que reinventa o corpo. O cheiro de terra. O cheiro de chuva. O cheiro do tempero do feijão da infância. O cheiro de quem se gosta. O acorde daquela risada que acorda tudo na gente. Essas coisas. Outras coisas. Todas, simples assim.

Extraído do texto "Com o tempo".

O que é paralisia cerebral?

"A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento.
(...)A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal."

Retirado de "A criança com paralisia cerebral" - Guia para os pais e profissionais da saúde e educação APPC
Hoje caminho, o céu está azul, o sol brilha esplendoroso, oiço o chilrear dos passarinhos e o silêncio...
O silêncio no meu coração,
Os momentos, os meus momentos felizes...
Oiço o riso das crianças, cheiro a maresia que vem do mar, caminho descalça pela areia, continuo a sonhar.
Sonho, que o teu limite é o sonho e que o teu caminho, tem tantos obstáculos, uns já vencidos e outros, tantos outros, por vencer...
Dificil, é este nosso caminho mas, sei que embora seja feito devagar, muito devagar, sei que chegaremos ao destino deste nosso caminho que se faz caminhando...

Dina

Sou uma caminhante na estrada do aprendizado do amor. Às vezes, exausta, eu paro um pouquinho. Cuido das dores. Retomo o fôlego. Depois, levanto e seduzida, enternecida pelo chamado, cheia de fé, eu prossigo. Um passo e mais outro e mais outro e mais outro, incontáveis. Sei de cor que não é fácil, mas sei também que é maravilhoso olhar para o caminho percorrido e perceber o quanto a gente já avançou, no nosso ritmo, do nossos jeito, um passo de cada vez.

Ana Jácomo
E Deus continua susurrando: Não desista, o melhor ainda está por vir...
Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.

Dalai Lama

O amor é um caminho que clareia, progressivamente, à medida em que o percorremos, como se cada passo nosso fizesse descortinar um pouco mais a sua luz.
A jornada é feita de dádivas e alegrias, mas também de imprevistos, embaraços, inabilidades, lições de toda espécie.
De vez em quando, tropeçamos nos trechos mais acidentados. Depois, levantamos e prosseguimos: o chamado do amor é irrecusável para a alma. Desistir dele, para ela, é como desistir de respirar.


Ana Jácomo
Quando eu deixei de olhar tão ansiosamente para o que me faltava e passei a olhar com gentileza para o que eu tinha, descobri que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir. Tanto, que às vezes, quando lembro, eu me comovo. Pelo que há, mas também por conseguir ver.

Ana Jácomo
Nem sempre querer é poder, porque às vezes a gente quer, mas ainda não pode. Ainda não consegue realizar.
Não faz mal: a vontade que é legítima, alinhada com a alma, caminha conosco, paciente, fresca, bondosa, até que a gente possa. Às vezes, isso parece muito longe, mas é só o tempo do cultivo. As flores, como algumas vontades, também desabrocham somente quando conseguem


Ana Jácomo
Depois de cada momento de fraqueza, meu coração prepara, em silêncio, uma nova fornada de coragem.
Às vezes cansa, sim, mas combinamos não desistir da força que verdadeiramente nos move.

Ana Jácomo

Todos os direitos reservados